sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Cobranças

Luiz Guilherme Melo

Confusão Por pouco não terminou em pancadaria o debate com o candidato a prefeito de Manaus, Omar Aziz, na Uninorte, ontem à noite. Alguns estudantes atacaram o candidato, houve reação dos seguranças de Omar e o debate foi interrompido.
(Diário do Amazonas, 10/09/2008, Claro & Escuro, p.04)

DCE e assessora negam a presidente do Diretório dos Estudantes da Uninorte, Janaína Chagas, e a assessoria do candidato à prefeitura de Manaus, Omar Aziz, negaram que o debate com os alunos da instituição, terça-feira, tenha sido interrompido por causa de protestos. “O que houve foi divergência de idéias”, disse Janaína. A assessoria do candidato disse que Omar respondeu a todas as perguntas, sem confusão.
(Diário do Amazonas, 11/09/2008, Claro & Escuro, p.04)

A participação de Omar Aziz (PMN) no Uninorte, na terça-feira, foi tumultuada. Um aluno perguntou-lhe sobre o envolvimento de seu nome na CPI da Prostituição Infantil.
Enquanto respondia, um burburinho se formou na platéia e os seguranças do candidato entraram em cena.
(A Crítica, 11/09/2008, Sim & Não, p.04)

A assessoria de Omar Aziz e o DCE do Uninorte contestaram ontem informação da coluna de que houve burburinho no debate realizado com a participação do prefeiturável.
“Houve, sim, troca de idéias, nem sempre convergentes, mas dentro do que foi proposto pela universidade”, diz a assessoria.
(A Crítica, 12/09/2008, Sim & Não, p.04)
O vice-governador e candidato a prefeito Omar Aziz (PMN) rcebeu muitas cobranças na noite do dia 09 de setembro de 2008. Nesta noite foi realizado pelo Diretório Acadêmico (DCE) do Centro Universitário do Norte (Uninorte) no Teatro Uninorte, Unidade 6, AV. Joaquim Nabuco, Centro, debate com o candidato. Ele foi o terceiro convidado do “Voto não tem preço tem consequência”, por onde já haviam passado Serafim Côrrea (PSB) e Praciano (PT).

O debate começou morno. Bem formal. Alguns de seus cabos eleitorais estavam infiltrados estrategicamente no meio dos estudantes puxando aplausos e gritos de guerra. Como isso foi descoberto? Um dos mais “animados”, que levantava da cadeira, gritava “Avança Manaus!” e batia palmas, ficou sem palavras ao ser indagado se era estudante.

Omar Aziz pensou que encontraria uma platéia passiva que faria apenas “perguntas-pontes-para-as-suas-promessas”. Se enganou feio. No começo, enquanto o candidato falava, gritos tímidos de ordem eram entoados. Mas, enquanto Omar dizia que, se eleito, construiria “N” casas populares, uma estudante universitária gritou: “Por que o senhor não faz isso agora como vice-governador!?”. Imagine a cena: aplausos e gritos (agora corajosos) de ordem e um Omar com cara de papel sulfito no palco tentando achar uma saída. A partir daí “o gato começou a caçar o rato”. Omar tentava se desviar e fugir das perguntas vindas da platéia. Omar prometia; os estudantes cobravam o fracasso do Expresso, o metrô de superfície e o Nova Veneza; Omar criticava o atual prefeito; os estudantes perguntavam por que não fez isso enquanto esteve no poder (foi vice-prefeito por oito anos). E assim, Omar Aziz, ao contrário do que divulgou sua assessoria, ficou totalmente confuso, chegando a elevar o tom de voz em diversos momentos, como se estivesse num comício de rua. Porém, não foi alto o suficientepara abafar as cobranças dos universitários.

Pequenos formulários foram distribuídos aos alunos para que elaborassem perguntas e, mesmo passando por uma rigorosa seleção feita pelo DCE, os estudantes não se intimidaram e lançavam suas perguntas assim mesmo. Inclusive as mais polêmicas como o envolvimento do nome de Omar na CPI da Prostituição Infantil. Na saída, um grupo de estudantes foi cercado pelos “capangas” de Omar, que tentaram intimidá-los apontando câmeras a fim de “marcar” aqueles que estavam cobrando uma resposta de um homem público dentro de um espaço “democrático”, como disse a presidente do DCE Janaína Chagas antes de começar o debate.

Os universitários cobraram, com razão, de um Omar que critica ferozmente o atual prefeito por ter construído “apenas” uma maternidade em quatro anos enquanto ele, como vice-prefeito por oito anos (seis como vice-governador), não construiu nenhuma.

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