Após analisar o jornal Dez Minutos fiquei esperando o lançamanto dos outros dois jornais-filhos que viriam. O Manaus Hoje, da família Calderaro, e A Tarde Amazonas, do grupo Em Tempo, ambos lançados semana passada. Gostei dos dois. Mas Vamos por partes.
Começo com o jornal popular Manaus Hoje. O achei superior ao Dez Minutos, jornal-filho do Diário do Amazonas, também de cunho popular. É mais caro que seu concorrente. Pouca coisa. Só R$0,25 a mais. Porém, vale a pena. O jornal é leve, colorido e as notícias são escritas numa linguagem simples, sem enrolação,como foi propagado (falando nisso, a propaganda veiculada na TV enche o saco com aquele negócio de "embromechion", "informachion" etc).
Achei o Manaus Hoje melhor que o Dez Minutos porque o primeiro não se limita a ser um resumo do que foi publicado no jornal principal. Uma equipe foi formada especialmente para produzi-lo. Isso faz uma diferença e tanto. O único problema foi que o jornal, num esforço de usar uma linguagem coloquial, exagerou na primeira edição quando chamou o público LGBT (lésbicas, gays, bisexuais e travestis) de "bicharada". A Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejus) não gostou nadinha do termo usado. É claro, os dois mais novos jornais populares de Manaus ainda caem naquele velho estereótipo de que jornalismo popular é ênfase em notícias policiais e mulheres seminuas na capa. Infelizmente os dois acabaram adotando um pouco dessa "postura Maskatiana" para fazer jornalismo voltado para as classes C, D e E.
Já o A Tarde Amazonas, do grupo Em Tempo, não é popular, no entanto, preenche uma lacuna da mídia impressa local: o do jornalismo vespertino. Assim como os grandes jornais europeus e brasileiros, o A Tarde Amazonas traz ao leitor, por R$0,50, notícias fast-food; novidades que aconteceram durante a manhã e que vão ser analisadas a fundo na edição do dia seguinte do jornal Amazonas Em Tempo.
O jornal cumpre o seu propósito. Com uma diagramação muito parecida com a do Amazonas Em Tempo, o A Tarde Amazonas informa o leitor em poucos linhas, inova ao trazer a editoria "Notícias do Pará" e ainda tem espaço para o lazer com a coluna humorística "Dona Maria", publicada diariamente na última página. E, como o periódico sai a tarde, não prejudica em nada as vendas do Amazonas Em Tempo durante a manhã.
Ao contrário dos outros jornais-filhos, a primeira edição do A Tarde Amazonas foi distribuído gratuitamente em pontos estratégicos da cidade. Não só eu, mas outros colegas ficaram com a pulga atrás da orelha com isso. E a pergunta que fica no ar é: será que o jornal continuará circulando após as eleições? O porquê de minhas dúvidas é pela postura parcial que o Amazonas Em Tempo vem adotando nessa eleição. Será que o A Tarde Amazonas foi lançado só para ser mais um instrumento de ataque a atual gestão municipal? Só espero que esse jornal não acabe como o falecido Correio Amazonense, que conquistou muitos leitores e, após o resultado do pleito, foi para as profundezas do rio Negro em 2006 (como disse o chargista Elvis, logo depois que soube do fechamento do jornal, onde ele trabalhava). A idéia do jornalismo vespertino é muito boa, mas, qual é a verdadeira intenção do grupo Em Tempo com esse novo veículo? O tempo trará as respostas.
3 comentários:
Vale ressaltar que essa (coisa) de jornal só tem mulher pelada na capa...é ..pelada mesmo!
ja que é pra colocar essa fotos porque não colocam de homens também...vou ser sincera, esse espaço oferecido pra essas imagens poderia muito bem ser aproveitado para protestos!
tenho dito..minha opnião!
a respeito da informação acima, eu me referi ao Manaus Hoje de 0.25..
Quando vi nas bancas esses jornais tão baratos fiquei feliz, pois as notícias estavam acessíveis a todas as camadas sociais, tudo mundo poderia ficar informado. Mas depois vi que as más consequências eram maiores: a tendenciosidade dos jornais estavam sendo vendidas tão baratas alguns dias antes da eleição para todos, aliás, nem todos, teve um que foi dado como cortesia (A TARDE), e qual era a notícia inaugural??? O resultado do debate de candidatos a Prefeito de Manaus... Quando li não sabia se era um jornal ou era um panfleto de um candidato...
A partir daí percebi que o ploblema estava só começando.
As linguagens? Nem se fala, é bem povão, não que isso seja uma coisa ruim, mas as vezes ultrapassa o limite da normalidade e se torna ridículo.
Sou a favor de jornais impressos baratos e acessíveis aos bolsos de todos, mas que não se deixe se misturar com essa politicagem, sei que isso é quase impossível, mas que pelo menos tente separar o "poder de formar opiniões" que é uma coisa séria, desse palhaçada que é nossa política amazonense.
Kennedy Desídia
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