Arte, uma possibilidade criativa de aprendizagem

Tabajara Moreno

Ao iniciar meus estudos acadêmicos, fui inserido dentro da problemática da educação tradicional e da necessidade de reversão do atual sistema pedagógico para um democrático e formador, não apenas de profissionais para o mercado de trabalho, mas também de seres humanos preparados para a vida em sociedade.

Pesquisas de cunho pessoal levaram-me a perceber a arte como um meio de promover uma educação mais eficiente, onde a criatividade é essencial para o aluno, e é ela que o impulsiona a agir tanto na escola, quanto na sua própria vida.

Uma educação que leva o estudante a expressar seus sentimentos sobre as coisas, é uma educação emancipatória à medida que permite o afloramento de seu senso crítico.

Através da arte, o educando pode alcançar diversas aptidões intelectuais como a capacidade de síntese, análise, organização, concentração, dentre várias outras que contribuem com seus estudos nas matérias escolares.

A inserção da arte no processo educacional é uma idéia que perdura vários séculos. Platão acreditava numa educação que valorizava o teatro, a dança e a literatura, visando à necessidade da participação dos alunos em atividades lúdicas para serem, quando adultos, bons cidadãos.

Assim como Platão, Aristóteles deu grande importância à educação pela arte. Concluiu que a educação é aquela que prepara os estudantes para a vida, devendo, ao mesmo tempo, proporcionar prazer.

Diversos teóricos exaltaram a importância da arte para o ser humano. Montaigne redargüiu que os jogos infantis deveriam ser a mais séria ocupação das crianças. Para Locke, a aquisição de conhecimento advinha da percepção dos sentidos, estando a arte, capacitada a aflorar esta percepção tendo, portanto, de ser uma atividade prática. Rousseau afirmou a necessidade de a primeira fase da educação infantil ser baseada em atividades artísticas, pois elas estimulam o indivíduo a pensar e agir.

A utilização da arte na escola está fundamentada na chamada Pedagogia da Expressão a qual possibilita a vivência de situações inóspitas fomentadoras da reflexão crítica. Nesta perspectiva educacional, o aluno deixa de ser apenas um mero receptor de conhecimentos passando a construí-los à medida que relaciona a ciência, com o cotidiano. É uma educação preocupada em formar seres humanos livres e conscientes.