VOTO PODEROSO

Ellza Souza

O voto consciente é poderoso. Candidato que já se considerava sentado no trono da prefeitura, vai ter que gastar mais lábia e dentadura para conseguir seu intento. Pelo que se viu nas urnas muita gente ainda serve como massa de manobra para políticos que não pretendem cumprir nenhuma promessa. Aliás, candidato que tem resposta pronta pra todo tipo de problema e promete mundos e fundos, quando eleito é atacado pela amnésia e não cumpre nada do prometido. Ouvi promessas do tipo “se fulano ganhar toda a minha família vai estar empregada”. O político que promete resolver a dificuldade de uma ou duas famílias é um péssimo político. O bom político tem que resolver os problemas da sociedade e que vai resultar na qualidade de vida de cada um. O bom político tem que ser, em primeiro lugar, honesto, ético, decente, transparente. Ele deve utilizar as verbas públicas em favor de todos e não apenas dele e de uma ou duas famílias.

Se você deu seu voto em troca de presentes, emprego, dinheiro, meia dúzia de tábuas, você fez um mau negócio. Esse tipo de candidato tem é nojo de você, eleitor e quando chega em casa depois de abraçá-lo e até beijá-lo vai passar álcool no corpo para desinfetar do seu toque “carinhoso”. Mas é assim mesmo, “temos os políticos que merecemos”, alguém falou. Reclamar deles depois é pura perda de tempo. Já perdemos tempo demais. Temos que reagir e mostrar que temos opinião própria e estamos “de olho” em quem merece ou não o nosso precioso voto. E depois de eleitos não podemos deixá-los à solta. Precisamos, cada um na sua comunidade, no seu bairro, na sua atividade, acompanhar os seus passos na política, participar nos conselhos, fiscalizar os projetos e denunciar os desmandos. É o nosso papel como cidadão. O candidato que lhe prometeu emprego, dentadura e outros mimos, não quer isso. Para ele interessa que você continue pobre, burro, analfabeto, alheio ao que se passa nos bastidores da política.

Mas nós estamos avançando. E vamos mostrar nessas eleições que pensamos, avaliamos e tiramos as nossas próprias conclusões. Ainda vão continuar existindo os que servem de massa de manobra, mas já mostramos que não somos tão burros assim e eles vão diminuir com o tempo. É só tirarmos os maus políticos que os bons chegam para participar desse processo.

Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas. Escritora e roteirista.