A gente só sabe o que é isso quando chega nela. Não que você queira chegar mas independente de sua vontade você é empurrado para ela. Desconfiei que estava na metade dessa vida (será que vou durar cem?) quando coisas estranhas começam a acontecer. Entre outras coisas começa uma dorzinha na perna, nada de mais mas que prejudica o jeito vigoroso de andar que você exibia até então. Às vezes ela some às vezes ela aparece e assim começa a preparação para a segunda metade dos prováveis cem anos. Os ouvidos não conseguem captar a voz no celular em lugares mais barulhentos. Os ouvidos estão ficando moucos ou estou ficando “impressionada”? A vista, digo que ela está cansada mas ela está mesmo é reduzida para meia visão. Miopia, hipermetropia, estigmatismo e outros males além do cansaço que o tempo faz questão de deixar. Ler ficou difícil na metade da idade. Às vezes dependendo da luz você não consegue nem abrir o olho para enxergar a vida.
Estou resistindo a comprar minha primeira batinha. Aquelas muito bem feitas pelas bordadeiras cearenses. Jurei que nunca ia usar uma. Mas estou começando a olhar para elas com o rabo do olho. Achando-as umas gracinhas. Tem um tipo de vestuário que não gosto de jeito nenhum. Roupas de mangas compridas, gola alta, saia longa não dá. Gosto mesmo é de um bom decote, um vestido com um bom caimento, uma linda estampa e poucos panos. Acontece que repentinamente a pele ficou “diferente”, afrouxou. Em alguns lugares fica melhor esconder com golas, mangas e muitos panos. Tem partes do corpo difíceis de esconder. Mãos com graciosas manchas, a pele do rosto que desaba numa velocidade galopante, o pescoço antes mais empertigado que o de uma girafa, agora teima em desmilingüir. Rugas , sabemos que temos mas não as queremos. O que fazer? Assumir a idade “chegando” ou sumir com ela para debaixo de roupas e burkas?
O melhor a fazer é redescobrir a vida. Reinventar a sua maneira de viver, de fazer amigos, de se divertir, de cuidar de seu corpo e de sua alma. Reinventar o amor. O resto são meros detalhes. Roupas, rugas, doenças. Dor na perna acaba com uma boa caminhada diária. E o resto se resolve com um namorado dos bons. Afetuoso, carinhoso, compreensivo e de preferência sem muitas rugas. A bata? Lá para os cem eu resolvo se uso ou não.
Estou resistindo a comprar minha primeira batinha. Aquelas muito bem feitas pelas bordadeiras cearenses. Jurei que nunca ia usar uma. Mas estou começando a olhar para elas com o rabo do olho. Achando-as umas gracinhas. Tem um tipo de vestuário que não gosto de jeito nenhum. Roupas de mangas compridas, gola alta, saia longa não dá. Gosto mesmo é de um bom decote, um vestido com um bom caimento, uma linda estampa e poucos panos. Acontece que repentinamente a pele ficou “diferente”, afrouxou. Em alguns lugares fica melhor esconder com golas, mangas e muitos panos. Tem partes do corpo difíceis de esconder. Mãos com graciosas manchas, a pele do rosto que desaba numa velocidade galopante, o pescoço antes mais empertigado que o de uma girafa, agora teima em desmilingüir. Rugas , sabemos que temos mas não as queremos. O que fazer? Assumir a idade “chegando” ou sumir com ela para debaixo de roupas e burkas?
O melhor a fazer é redescobrir a vida. Reinventar a sua maneira de viver, de fazer amigos, de se divertir, de cuidar de seu corpo e de sua alma. Reinventar o amor. O resto são meros detalhes. Roupas, rugas, doenças. Dor na perna acaba com uma boa caminhada diária. E o resto se resolve com um namorado dos bons. Afetuoso, carinhoso, compreensivo e de preferência sem muitas rugas. A bata? Lá para os cem eu resolvo se uso ou não.
*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Roteirista e escritora.
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