Conheci uma mulher que, não conformada em mandar nas pessoas que a cercam, resolveu dar ordens em Deus. Ela está sempre falando: “Entrego nas mãos do Senhor e Ele vai resolver”. Quando um problema a aflige ela garante sempre que Deus a atende. A mulher arranja as complicações e as soluções ela espera dele, do Todo Poderoso que “não vai me faltar numa hora dessas”. Quando numa família acontecem muitas tragédias ela jura que é maldição. Ouvi-a falar isso de uma conhecida que perdeu dois filhos em acidentes de carro. “É maldição mesmo”. Para a mulher, essa sofrida mãe “não conhece Jesus” e considera que Jesus é um conhecido só dela. O que acho engraçado é que a mulher fala “em nome de Jesus”, como se tivesse procuração para tal.
As tragédias, as doenças, as desavenças familiares são conseqüências de atitudes que tomamos. Ninguém escapa disso. Temos o livre arbítrio para isso e as conseqüências sofremos por aqui mesmo. Não falo do ser individual, cada um de nós, mas falo da humanidade que encadeados um no outro, em algum momento alguém vai pagar pelo mau ato.
Se tudo que acontece com a gente é com o consentimento de Deus, inclusive as maldições, será que devo considerá-lo um carrasco, um mau elemento? E o ser infinitamente bondoso que perdoa tudo e todos mas que segundo a mandona divina só perdoa uns e outros não. “Uns”, que são poucos como a mulher que manda e desmanda, podem tudo. Segundo ela, Deus sabe o que tem no seu coração. Deus isso e Deus aquilo. O nome de Deus é frequentemente pronunciado em vão. E falar em nome dEle é fácil. E como a mulher, começam a achar que tem um certo poder vindo dos céus. Em conversas com ela, detectei uma grande convicção dos seus dons celestiais com poder até de curar “em nome de Jesus”. “Outros”, são os que estão fora do círculo de confiança do Pai, são “do mundo” e merecem ser castigados.
As palavras são sempre as mesmas, as histórias são repetitivas e trágicas. Um mundo feito de dramalhões e insucessos. Tive a impressão na convivência com essa mulher que a desgraça alheia é até bem vinda pois está pronto um pacote com promessas e discursos vazios, claro em nome dEle. A manipulação da boa fé humana que acontece frequentemente nos tempos atuais é algo horrendo. As pessoas, tão carentes emocionalmente, se deixam levar por gente mal intencionada que falam em nome de Deus. Enquanto isso a humanidade vai se esfacelando, se dividindo paulatinamente. São pretos contra os brancos, os ricos contra os pobres, os sadios contra os aleijados, os jovens contra os velhos, os cheirosos contra os fedorentos, os sabidos contra os burros, os bonitos contra os feios. Os bons ficam de um lado e os maus do outro. E Deus onde é que fica? O Senhor de infinita bondade criou as vantagens para uns e as dificuldades para outros? É justo? Agora posso entender porque os políticos têm tantos benefícios. Bondosos como são, o deus da bendita mulher está do lado deles.
As tragédias, as doenças, as desavenças familiares são conseqüências de atitudes que tomamos. Ninguém escapa disso. Temos o livre arbítrio para isso e as conseqüências sofremos por aqui mesmo. Não falo do ser individual, cada um de nós, mas falo da humanidade que encadeados um no outro, em algum momento alguém vai pagar pelo mau ato.
Se tudo que acontece com a gente é com o consentimento de Deus, inclusive as maldições, será que devo considerá-lo um carrasco, um mau elemento? E o ser infinitamente bondoso que perdoa tudo e todos mas que segundo a mandona divina só perdoa uns e outros não. “Uns”, que são poucos como a mulher que manda e desmanda, podem tudo. Segundo ela, Deus sabe o que tem no seu coração. Deus isso e Deus aquilo. O nome de Deus é frequentemente pronunciado em vão. E falar em nome dEle é fácil. E como a mulher, começam a achar que tem um certo poder vindo dos céus. Em conversas com ela, detectei uma grande convicção dos seus dons celestiais com poder até de curar “em nome de Jesus”. “Outros”, são os que estão fora do círculo de confiança do Pai, são “do mundo” e merecem ser castigados.
As palavras são sempre as mesmas, as histórias são repetitivas e trágicas. Um mundo feito de dramalhões e insucessos. Tive a impressão na convivência com essa mulher que a desgraça alheia é até bem vinda pois está pronto um pacote com promessas e discursos vazios, claro em nome dEle. A manipulação da boa fé humana que acontece frequentemente nos tempos atuais é algo horrendo. As pessoas, tão carentes emocionalmente, se deixam levar por gente mal intencionada que falam em nome de Deus. Enquanto isso a humanidade vai se esfacelando, se dividindo paulatinamente. São pretos contra os brancos, os ricos contra os pobres, os sadios contra os aleijados, os jovens contra os velhos, os cheirosos contra os fedorentos, os sabidos contra os burros, os bonitos contra os feios. Os bons ficam de um lado e os maus do outro. E Deus onde é que fica? O Senhor de infinita bondade criou as vantagens para uns e as dificuldades para outros? É justo? Agora posso entender porque os políticos têm tantos benefícios. Bondosos como são, o deus da bendita mulher está do lado deles.
*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Roteirista e Escritora;
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