Andando pela rua Marechal Deodoro, a famosa “bate palmas”, me lembrei que por ali ficava o prédio do Correio. Aliás um prédio bonito, da época da borracha. Rastreando com o olhar vi que ele ainda estava de pé por trás daquela imensidão de barracas feitas de lonas vermelhas. Incrível mas faz muito tempo que o prédio está vazio, assim como o da Biblioteca Pública, o Paço da Liberdade, a Santa Casa, o Pavilhão Universal e outros. Será que estão esperando verba ou esperando cair?
Onde foi parar o sorriso da cidade de Manaus? Antes tão arborizada, pacata, com lindos casarões e pequenas casas espalhadas pelas ruas estreitas entremeadas de igarapés límpidos. Veio o esperado progresso e tudo se transformou nessa bagunça perfeita que ninguém consegue organizar. A cada dia mais e mais lonas vermelhas se apertam no centro tomando conta das poucas calçadas e da passagem do pedestre. Será que por trás disso está a falta de emprego, a falta de governo estamos predestinados a circular entre barracas de lonas e objetos piratas de toda espécie. Foi para isso que estudei minha mãezinha? Foi para ver isso que vivi mais de cinqüenta?
Manaus, que poderia ser bela e voltar a sorrir, está sucumbindo ao “rio” de lonas. As pessoas que montam essas barracas indiscriminadamente pelo centro será que são trabalhadores, será que isso é o melhor para eles? Acredito sinceramente que não. A sociedade precisa de regras, de leis, de políticos sérios que procurem não só o voto mas o melhor para a coletividade.
As ruas do centro margeadas pelo lindo rio Negro formam um caldeirão sujo, fedorento e feio por causa das barracas. As pessoas que passam o dia no local e se acham o dono do espaço, vivem mal mas não arredam pé da área. A mercadoria pirata é colocada nas mãos desses “trabalhadores”, que não estudam, não se esforçam, tudo é feito ali na rua. Até amor. Estão se formando gerações assim e cada vez mais a cidade caminha para a bancarrota. Também, os que são pagos para fazer alguma coisa pelo social não andam por essas bandas. Vivem pros lados da Ponta Negra, Tarumã, Adrianópolis, Morada do Sol, Vieiralves.. Quem for pobre que esbarre nas centenas de lonas vermelhas do berço histórico de Manaus.
Ainda bem que o turista que vem para cá, já avisado, foge da cidade. Vai direto do aeroporto para a selva, com raras exceções. Ele está certo.O turismo expulsivo é muito praticado por aqui. Tirando o Largo São Sebastião e o Teatro Amazonas onde poderíamos levar uma pessoa que queira conhecer o centro da cidade? Bibliotecas, arquitetura antiga e revitalizada, museus, praças, padarias, livrarias, feiras de artesanato, lugares que dão vida a uma cidade, são escassos na nossa. Para quem quer conhecer a história, a cultura, o folclore e fazer compras, que ninguém é de ferro, procure outro rumo. Aqui só lonas vermelhas abrigando quinquilharias falsificadas. Eu mereço...
*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Roteirista e escritora;
Onde foi parar o sorriso da cidade de Manaus? Antes tão arborizada, pacata, com lindos casarões e pequenas casas espalhadas pelas ruas estreitas entremeadas de igarapés límpidos. Veio o esperado progresso e tudo se transformou nessa bagunça perfeita que ninguém consegue organizar. A cada dia mais e mais lonas vermelhas se apertam no centro tomando conta das poucas calçadas e da passagem do pedestre. Será que por trás disso está a falta de emprego, a falta de governo estamos predestinados a circular entre barracas de lonas e objetos piratas de toda espécie. Foi para isso que estudei minha mãezinha? Foi para ver isso que vivi mais de cinqüenta?
Manaus, que poderia ser bela e voltar a sorrir, está sucumbindo ao “rio” de lonas. As pessoas que montam essas barracas indiscriminadamente pelo centro será que são trabalhadores, será que isso é o melhor para eles? Acredito sinceramente que não. A sociedade precisa de regras, de leis, de políticos sérios que procurem não só o voto mas o melhor para a coletividade.
As ruas do centro margeadas pelo lindo rio Negro formam um caldeirão sujo, fedorento e feio por causa das barracas. As pessoas que passam o dia no local e se acham o dono do espaço, vivem mal mas não arredam pé da área. A mercadoria pirata é colocada nas mãos desses “trabalhadores”, que não estudam, não se esforçam, tudo é feito ali na rua. Até amor. Estão se formando gerações assim e cada vez mais a cidade caminha para a bancarrota. Também, os que são pagos para fazer alguma coisa pelo social não andam por essas bandas. Vivem pros lados da Ponta Negra, Tarumã, Adrianópolis, Morada do Sol, Vieiralves.. Quem for pobre que esbarre nas centenas de lonas vermelhas do berço histórico de Manaus.
Ainda bem que o turista que vem para cá, já avisado, foge da cidade. Vai direto do aeroporto para a selva, com raras exceções. Ele está certo.O turismo expulsivo é muito praticado por aqui. Tirando o Largo São Sebastião e o Teatro Amazonas onde poderíamos levar uma pessoa que queira conhecer o centro da cidade? Bibliotecas, arquitetura antiga e revitalizada, museus, praças, padarias, livrarias, feiras de artesanato, lugares que dão vida a uma cidade, são escassos na nossa. Para quem quer conhecer a história, a cultura, o folclore e fazer compras, que ninguém é de ferro, procure outro rumo. Aqui só lonas vermelhas abrigando quinquilharias falsificadas. Eu mereço...
*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Roteirista e escritora;
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