segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Alfredo, Amazonino e Serafim: os três cavaleiros de 2010

Cliferthon Lucas

Mal acabou o pleito de 2008 e o meio político amazonense já se volta para as eleições estaduais e federais de 2010. Alguns podem dizer que ainda é muito cedo, que a política é dinâmica e que em dois anos tudo pode mudar. Verdade. Tudo pode mudar em 22 meses. Porém, pelo resultado de cinco de outubro último, alianças que eram tidas como certas se desmancharam como pétalas de uma flor. O resultado direto é que quem era amigo até ontem, ou melhor, até o dia cinco de outubro de 2008, agora será adversário direto ou indireto.

Um exemplo disso é a antiga coligação, “União por Manaus”, que tinha o vice-governador Omar Aziz (PMN) como candidato a prefeito de Manaus. Omar, que era apoiado pelo governador Eduardo Braga (PMDB) e pelo ministro Alfredo Nascimento (PR) teve 17% e não avançou para o segundo turno. O plano de Alfredo e Eduardo de iniciar a sua “dinastia política” esbarrou na derrota de seu candidato.

No segundo turno, como todos já sabem, o governador apoio o então candidato Amazonino Mendes (PTB). Com essa aproximação e a reedição brandada aos quatro cantos do estado por Amazonino da “ação conjunta” entre governo do Estado e a Prefeitura de Manaus, foi inevitável o desmantelamento da dobradinha Alfredo-Eduardo.

Sendo assim, temos hoje no Amazonas três grupos políticos que certamente se enfrentarão em 2010. Alfredo não deixará de lado a idéia de se candidatar ao governo do Estado e para isso certamente terá ao seu lado políticos tidos hoje como “braguistas”. A deputada federal Vanessa Graziotin (PCdoB), concorrerá ao Senado Federal na chapa de Alfredo. Não há a mínima possibilidade de Vanessa subir no palanque de Amazonino, que receberá o apoio (se tudo continuar como está) de Eduardo Braga que sairá para disputar uma das duas vagas de senadores.

Portanto, Alfredo será cabeça de chapa com Vanessa e tendo como seu vice o deputado federal Silas Câmara. Tudo ainda está no campo das hipóteses, mas a verdade é que Silas não engoliu ser preterido pelo governador para ser vice na coligação, “União por Manaus”. O deputado evangélico tinha retirado sua candidatura e até levou Omar para ser “abençoado” no Templo Canaã.

Ao lado de Amazonino ele também dificilmente estará. Silas, depois de três mandatos como deputado federal, e presidindo o PTB, levou uma tremenda rasteira de Sabino Castelo Branco. Sabino em uma semana conseguiu, via Roberto Jeferson, a presidência do PTB. Depois, Amazonino assumiu a sigla e foi recebido com pompas pela Direção Nacional. Silas, então, teve que se acomodar no nanico Partido Social Cristão (PSC).

A futura coligação será assim; Alfredo pelo PR, trazendo a reboque o PTdoB, que está com seu fiel escudeiro, Paulo Jacob, Silas Câmara e seu PSC, Vanessa do PCdoB e João Pedro do PT. Essa coligação (PR, PTdoB, PSC , PT e PCdoB) deve ter como tempo de televisão e rádio algo em torno de cinco minutos.

O segundo grupo é comporto pelo ex-prefeito Serafim, que se conseguir manter as atuais alianças do pleito de 2008, subirá no palanque com o senador Arthur Neto do PSDB, Pauderney (se conseguir manter o controle do partido) pelo Democratas e Jeferson Praia que concorrerá a reeleição pelo PDT. A coligação será formada por PSDB, DEM, PDT, PSB e PPS. Essa chapa terá mais ou menos seis minutos.

A terceira força política é a que vai concentrar o maior numero de partidos, consequentemente o maior tempo de televisão e rádio. Será com o prefeito Amazonino Mendes pelo PTB, Eduardo Braga do PMDB, Francisco Garcia do PP e uma penca de partidos nanicos. Amazonino, como não é mais novidade para ninguém será candidato ao governo do Estado, e Braga e Garcia fazendo dobradinha para o Senado Federal.

Essa coligação será composta por PTB, PMDB, PRB, PP, PSL, PTN, PSDC, PRTB, PHS, PMN, PTC, PV e PRP.  Terá quase 10 minutos e fará o maior numero de deputados nas proporcionais. Amazonino será o candidato tendo como vice, José Melo, Rebecca Garcia ou até mesmo a primeira dama, Sandra Braga.

Porém, como diz o ditado, na política até boi voa. Muita água ainda vai passar por baixo dessa ponte e parcerias serão pensadas e desfeitas até lá. Mas dificilmente os candidatos e grupos serão tão diferentes desses aí de cima.

Não descarto o surgimento de candidaturas de partidos como o combatente PSTU e PCO. Mas como sempre não terão as mínimas chances de vencer.

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