quarta-feira, 25 de março de 2009

Fusca também é carro

Ellza Souza

O volante do meu automóvel, um fusca 1976, lá vou eu pela esquerda da avenida. Buzina daqui, buzina dali. O ônibus dá um “chega pra lá”. O carrão agoniado tenta tirar o meu automóvel do meio, no tranco. É engraçado. Ninguém quer rodar pelo lado direito da rua. Tá certo. São os buracos no meio-fio. Carros que param abruptamente. Outros que estacionam e deixam a avenida mais estreita. Os problemas do lado direito são inúmeros. Eu não vejo porque o fusca tem que ir pela direita e o carrão do bacana pode ir pela esquerda. Ah o fusca é devagar. Essa não cola. Na cidade a velocidade é controlada e você não pode sair por aí exibindo seus dotes barichelanos. Prego? Meu automóvel nunca deu vexame na rua. Já vi muito carro bacana parado devido problemas na caixa de marcha. Minto, o fusca já deu prego de gasolina mas não chegou a atrapalhar muito o trânsito caótico.
Acho que o problema é mesmo a falta de educação do motorista. Fusca, mulher na idade da meia e de óculos. Um conjunto que pode dar muito certo. Mas os machões, os grosseirões, os malucos não perdoam. Esses devem repensar seus conceitos, fazer um tricô para exercer o dom da paciência, estudar boas maneiras e respeitar, no trânsito, os “mais velhos”. Ou aposentem seus carrões e deixem os fuscões livres para andar pela esquerda, pelo meio, por onde quiserem. Tenho certeza que a violência nas ruas vai diminuir. E o fusquinha paz e amor segue seu destino.

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