Quando posso, leio todos os jornais locais. Não leio só porque sou estudante de Jornalismo. Sempre li. Desde criança. Lembro que minhas mãozinhas ficavam sujas de tinta.
O jornalismo baré, embora tenha suas limitações (um deles é a falta do hábito de ler por parte dos amazonenses), têm melhorado a cada ano que passa. Sim, ainda há por trás de cada jornal impresso amazonense um político (eles insistem em se auto denominar independentes). No entanto, o mérito é dos excelentes profissionais que temos. Eles são capazes de tirar leite de pedra.
Quero fazer uma breve análise sobre os jornais impressos mais conhecidos da capital amazonense.
Para começar, tenho simpatia pelo Diário do Amazonas. Ótimo visual, fotografias excelentes e uma linguagem formal, porém, compreensível para todos os tipos de leitores. Um dia já foi “espreme-sai-sangue”. Mudou com o passar dos anos e hoje conquistou o respeito de muitos e briga pela liderança com o tradicional jornal da família Calderaro. O pecado do Diário é o caderno cultural, chamado Blitz. É apenas uma versão menor da revista “Ti-Ti-Ti”. Há muita fofoca e release sobre eventos. E as outras matérias limitam-se a anunciar shows (Samba Manaus, show dos Rebeldes, xiados e gemidos etc.) e a falar sobre eles no dia seguinte. Serve mais como guia paras as farras. Reportagens reflexivas sobre as mais diversas manifestações culturais, resenhas instigantes sobre livros e filmes, que é bom, nada.
Outro jornal é o A Crítica. Era meu preferido quando criança e sempre o considerei a “Rede Globo dos impressos”. Mas, vale frisar, que o que mantêm o jornal em cima, mesmo nos momentos de crises, é o público fiel, conquistados ao longo de seus mais de 60 anos.
No último semestre do ano passado, o jornal estava insuportável de ler. Linguagem, quadrada demais (exceção de algumas reportagens), escassez de textos criativos e agradáveis. Bastava ler uma linha para desistir da leitura. O visual ultrapassado cooperava para o cansaço. Nem as edições dominicais se salvavam, e só vendiam por causa dos classificados. Mas, depois de todos os rivais se reformularem, finalmente surgiu o novo A Crítica, que ultimamente vem roubando minhas atenções. A nova roupagem deu novo fôlego ao periódico, embora tenha desagradado alguns. Porém, a linguagem quadrada continua, principalmente nos cadernos de Economia, Política e Cidades.
O grande mérito do novo A Crítica ficou por conta do caderno esportivo, agora chamado de Craque, substituindo o jurássico “Esportes”. Tirinhas e charges excelentes feitas por desenhistas locais, matérias criativas feitas pelos repórteres do jornal ao invés de apenas publicar notícias vindas das agências (inclusive as matérias sobre os clubes cariocas) e uma linguagem leve e criativa, levam o caderno esportivo de A Crítica, na minha humilde opinião, ao título de Manaus. Você deve estar se perguntando: e o Lance! Do Diário? O Lance! É bom, mas não é feito aqui, e dentro do caderno só tem duas páginas reservadas às notícias locais.
O Jornal também possui o melhor caderno cultural (o Bem-Viver). Embora, esteja longe do ideal. O Jornalismo cultural, nos últimos anos, não tem sido o forte da nossa impressa.
O Amazonas Em Tempo sempre foi o terceiro. Com a nova roupagem prometeu ameaçar os líderes. Pudera, os investimentos foram pesados. Tanto que surgiu a TV EmTempo e a rádio Transamérica. Custa um real e tem conquistado leitores fiéis, mais por causa do preço. Agora, a minha visão. O novo Amazonas Em Tempo me conquistou no início, porém, depois mudei de opinião. A linguagem é simples demais e o projeto gráfico se desgastou rapidamente. Ler o jornal é uma tarefa árdua. As noticias são “feijão-com-arroz” e até hoje não li uma notícia ou reportagem criativa e ousada. Nem tudo é pedra. O jornal merece aplausos por ser o único no Amazonas a ter um caderno sobre o Meio Ambiente. Algumas matérias são confusas, mas, vale pela iniciativa. Também é o único jornal amazonense a dedicar um caderno para as crianças, o jornalzinho semanal Curumim, criado pelo jornalista premiado (tem dois prêmios Esso) Mário Adolfo.
O Maskate nem se fale, olho só de longe. Linguagem obscena e sensacionalismo são seus carros-chefes. O tablóide só reforça aquele estereótipo de que popular é sinônimo de vulgaridade. Suas “notícias” desrespeitam o ser humano e a fotografia da capa quanto mais sangrenta melhor, e para chamar a atenção sempre tem mulher seminua na capa. É o exemplo manaura de jornalismo marrom ou amarelo. Critico porque já li.
O mesmo digo para o Jornal do Comércio. Não é sensacionalista, mas também só faço olhar quando passo nas bancas. O jornal centenário, que um dia já foi o grande rival de A Crítica, resolveu focar apenas em um assunto: Economia. Por isso, tem seu público-alvo definido.
É inevitável não falar sobre os extintos. Antigamente, o falecido Correio Amazonense era meu preferido. Preço acessível (boa parte de sua existência custou 1 real nos dias úteis), notícias factuais criativas, ótimo visual e fotografia. O Jornal era tão bom que em apenas um ano de existência tirou o segundo lugar do Diário do Amazonas e já estava ameaçando o jornal A Crítica. Chegaram as eleições, seu patrono perdeu e consequentemente o jornal afundou. Sem avisar ainda por cima, pois os funcionários só souberam na segunda-feira, quando iam trabalhar. Quem deu a notícia foram os porteiros. Os funcionários se aglomeraram na frente do jornal e acabaram virando notícia nos jornais rivais. Episódio lamentável do jornalismo local.
O Também falecido jornal O Estado do Amazonas prometia inovar quando foi lançado. Realmente, ousou. Por pouco tempo. Infelizmente, não teve fôlego. Aos trancos e barrancos chegava às bancas. E no final de vida se apresentava ao leitor com uma impressão horrível, além de notícias superficiais e muito colunismo, no total eram oito colunas publicadas diariamente. O jornal pertencia à família Garcia. Logo, tinha outras intenções. E tinha. Na véspera das eleições de 2006, a filha do dono, Rebeca Garcia, então candidata a deputada federal, publicou um artigo. Seria uma propaganda subliminar eleitoreira de última hora? Sinceramente, o jornal não fez falta, exceto para os que ficaram desempregados.
E em sua opinião: qual é o melhor jornal impresso do Amazonas?
O jornalismo baré, embora tenha suas limitações (um deles é a falta do hábito de ler por parte dos amazonenses), têm melhorado a cada ano que passa. Sim, ainda há por trás de cada jornal impresso amazonense um político (eles insistem em se auto denominar independentes). No entanto, o mérito é dos excelentes profissionais que temos. Eles são capazes de tirar leite de pedra.
Quero fazer uma breve análise sobre os jornais impressos mais conhecidos da capital amazonense.
Para começar, tenho simpatia pelo Diário do Amazonas. Ótimo visual, fotografias excelentes e uma linguagem formal, porém, compreensível para todos os tipos de leitores. Um dia já foi “espreme-sai-sangue”. Mudou com o passar dos anos e hoje conquistou o respeito de muitos e briga pela liderança com o tradicional jornal da família Calderaro. O pecado do Diário é o caderno cultural, chamado Blitz. É apenas uma versão menor da revista “Ti-Ti-Ti”. Há muita fofoca e release sobre eventos. E as outras matérias limitam-se a anunciar shows (Samba Manaus, show dos Rebeldes, xiados e gemidos etc.) e a falar sobre eles no dia seguinte. Serve mais como guia paras as farras. Reportagens reflexivas sobre as mais diversas manifestações culturais, resenhas instigantes sobre livros e filmes, que é bom, nada.
Outro jornal é o A Crítica. Era meu preferido quando criança e sempre o considerei a “Rede Globo dos impressos”. Mas, vale frisar, que o que mantêm o jornal em cima, mesmo nos momentos de crises, é o público fiel, conquistados ao longo de seus mais de 60 anos.
No último semestre do ano passado, o jornal estava insuportável de ler. Linguagem, quadrada demais (exceção de algumas reportagens), escassez de textos criativos e agradáveis. Bastava ler uma linha para desistir da leitura. O visual ultrapassado cooperava para o cansaço. Nem as edições dominicais se salvavam, e só vendiam por causa dos classificados. Mas, depois de todos os rivais se reformularem, finalmente surgiu o novo A Crítica, que ultimamente vem roubando minhas atenções. A nova roupagem deu novo fôlego ao periódico, embora tenha desagradado alguns. Porém, a linguagem quadrada continua, principalmente nos cadernos de Economia, Política e Cidades.
O grande mérito do novo A Crítica ficou por conta do caderno esportivo, agora chamado de Craque, substituindo o jurássico “Esportes”. Tirinhas e charges excelentes feitas por desenhistas locais, matérias criativas feitas pelos repórteres do jornal ao invés de apenas publicar notícias vindas das agências (inclusive as matérias sobre os clubes cariocas) e uma linguagem leve e criativa, levam o caderno esportivo de A Crítica, na minha humilde opinião, ao título de Manaus. Você deve estar se perguntando: e o Lance! Do Diário? O Lance! É bom, mas não é feito aqui, e dentro do caderno só tem duas páginas reservadas às notícias locais.
O Jornal também possui o melhor caderno cultural (o Bem-Viver). Embora, esteja longe do ideal. O Jornalismo cultural, nos últimos anos, não tem sido o forte da nossa impressa.
O Amazonas Em Tempo sempre foi o terceiro. Com a nova roupagem prometeu ameaçar os líderes. Pudera, os investimentos foram pesados. Tanto que surgiu a TV EmTempo e a rádio Transamérica. Custa um real e tem conquistado leitores fiéis, mais por causa do preço. Agora, a minha visão. O novo Amazonas Em Tempo me conquistou no início, porém, depois mudei de opinião. A linguagem é simples demais e o projeto gráfico se desgastou rapidamente. Ler o jornal é uma tarefa árdua. As noticias são “feijão-com-arroz” e até hoje não li uma notícia ou reportagem criativa e ousada. Nem tudo é pedra. O jornal merece aplausos por ser o único no Amazonas a ter um caderno sobre o Meio Ambiente. Algumas matérias são confusas, mas, vale pela iniciativa. Também é o único jornal amazonense a dedicar um caderno para as crianças, o jornalzinho semanal Curumim, criado pelo jornalista premiado (tem dois prêmios Esso) Mário Adolfo.
O Maskate nem se fale, olho só de longe. Linguagem obscena e sensacionalismo são seus carros-chefes. O tablóide só reforça aquele estereótipo de que popular é sinônimo de vulgaridade. Suas “notícias” desrespeitam o ser humano e a fotografia da capa quanto mais sangrenta melhor, e para chamar a atenção sempre tem mulher seminua na capa. É o exemplo manaura de jornalismo marrom ou amarelo. Critico porque já li.
O mesmo digo para o Jornal do Comércio. Não é sensacionalista, mas também só faço olhar quando passo nas bancas. O jornal centenário, que um dia já foi o grande rival de A Crítica, resolveu focar apenas em um assunto: Economia. Por isso, tem seu público-alvo definido.
É inevitável não falar sobre os extintos. Antigamente, o falecido Correio Amazonense era meu preferido. Preço acessível (boa parte de sua existência custou 1 real nos dias úteis), notícias factuais criativas, ótimo visual e fotografia. O Jornal era tão bom que em apenas um ano de existência tirou o segundo lugar do Diário do Amazonas e já estava ameaçando o jornal A Crítica. Chegaram as eleições, seu patrono perdeu e consequentemente o jornal afundou. Sem avisar ainda por cima, pois os funcionários só souberam na segunda-feira, quando iam trabalhar. Quem deu a notícia foram os porteiros. Os funcionários se aglomeraram na frente do jornal e acabaram virando notícia nos jornais rivais. Episódio lamentável do jornalismo local.
O Também falecido jornal O Estado do Amazonas prometia inovar quando foi lançado. Realmente, ousou. Por pouco tempo. Infelizmente, não teve fôlego. Aos trancos e barrancos chegava às bancas. E no final de vida se apresentava ao leitor com uma impressão horrível, além de notícias superficiais e muito colunismo, no total eram oito colunas publicadas diariamente. O jornal pertencia à família Garcia. Logo, tinha outras intenções. E tinha. Na véspera das eleições de 2006, a filha do dono, Rebeca Garcia, então candidata a deputada federal, publicou um artigo. Seria uma propaganda subliminar eleitoreira de última hora? Sinceramente, o jornal não fez falta, exceto para os que ficaram desempregados.
E em sua opinião: qual é o melhor jornal impresso do Amazonas?
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