Por Luiz Guilherme
O Professor Aloprado (1996) é um dos filmes mais engraçados do século XX, não apenas pela originalidade (na época), mas pelo fato do humorista Eddie Murphy interpretar nada mais nada menos que sete personagens diferentes entre si – Sherman Klump, o protagonista, e todos os membros da família dele - graças a uma boa e avançada maquiagem, e o talento de Murphy, é claro. O problema é que filmes com esse tipo de técnica virou moda e por isso surgiram muitas fitas explorando essa diversidade de personagens através da maquiagem como Vovó... Zona (2000) e As Branquelas (2005), só para citar exemplos recentes. Outra herança deixada pela família Klump foram as trapalhadas e vexames protagonizados por personagens obesos, daí vieram filmes como O Amor é Cego (2002).
Depois de O Professor Aloprado 2 – A Família Klump (2000) - o filme que focou mais os integrantes da família Klump do que o próprio protagonista – Eddie Murphy resolveu voltar às origens e retornar á sala de maquiagem para incorporar três personagens no seu mais recente filme de comédia, Norbit (2007).
Norbit (Eddie Murphy) - o personagem-título – um homem reprimido, tímido e de bom coração, foi abandonado na porta do orfanato - restaurante do Sr. Wong (Murphy), um ancião chinês esclerosado. Ele vive no orfanato junto com sua alma gêmea Kate – uma amiga que ele não se separa nem na hora de fazer as necessidades. Quando Kate é adotada, Norbit, muito triste, passa a brincar sozinho. Certo dia, quando estava brincando no parque, dois meninos valentões começam a bater nele, quando aparece Rasputia (ainda criança, mas a versão adulta é interpretada novamente por Eddie Murphy) uma menina enorme que o defende e, pelo temor que as outras crianças sentiam por ela, torna-o popular. Em troca, Norbit namora Rasputia e depois de alguns anos casa-se com ela. Ela é uma esposa dominadora e junto com os irmãos, três marginais que exploram os comerciantes da região em troca de proteção, humilham de todas as formas o indefeso Norbit. Quando o casamento entra em crise – por causa da traição de Rasputia com o seu professor de dança – a jovem Kate (Thandie Newton) retorna à cidade para comprar o orfanato do Sr.Wong que está prestes a se aposentar, despertando assim o amor, interrompido na infância, de Norbit, mas ele tem duas grandes lutas: se livrar da monstruosa Rasputia e do noivo cafajeste de Kate interpretado por Cuba Gooding Jr. (apagado no filme) que juntamente com os três irmãos de Rasputia quer transformar o orfanato em uma casa de stripetease.
Depois de ganhar um Globo de Ouro e por ter sido indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação em Dreamgirls – Em busca de um sonho (2006), Eddie Murphy resolve neste novo filme voltar aquele humor que o lançou e que só ele sabe fazer: piadas com o auxílio de caras e bocas, vozes gritantes, frases ditas com rapidez, quase todas movimentando o dedo. Sim, voltamos a ver aquele Murphy dos anos 80 e em certos momentos chegamos a lembrar de filmes como Um Tira da Pesada (1984) e Um Príncipe em Nova York (1988).
Em Norbit ele utiliza praticamente os mesmos artifícios dos dois filmes do Professor Aloprado; aliás, como não teve o terceiro filme protagonizado pela família Klump, pode-se considerar Norbit como o terceiro da trilogia Murphy por utilizar vários personagens maquiados e interpretados por um ator do tipo: protagonistas reprimidos que conseguem conquistar a platéia e personagens obesos e caricatos. É neste último quesito que mora o maior problema, porque nos últimos anos os filmes humorísticos norte-americano têm explorado muito os personagens obesos. É uma fórmula que um dia fez sucesso, porém hoje já se tornou cansativa e fracassada, e as piadas são ofensivas e preconceituosas com os gordinhos. Norbit cai nessa armadilha e praticamente todo o filme é focado em destacar a gordura de Rasputia mostrando ela dançando, tomando banho, lavando o carro sempre, é claro, acompanhado de muito exagero, criando assim um estereótipo de que pessoas gordas são exageradas em tudo que fazem.
Eddie Murphy mostra mais uma vez que tem talento, mas o roteiro não colabora e o filme perde o ritmo antes mesmo da metade e, a partir daí, começa a apelar com piadas sobre necessidades fisiológicas (mais conhecidas como piadas de banheiro) e muito duplo sentido que conseguem arrancar do bom espectador apenas um sorrisinho amarelo. Por pouco o filme não cai na baixaria de vez e se iguala aos filmes da franquia Todo Mundo em Pânico.
Depois de O Professor Aloprado 2 – A Família Klump (2000) - o filme que focou mais os integrantes da família Klump do que o próprio protagonista – Eddie Murphy resolveu voltar às origens e retornar á sala de maquiagem para incorporar três personagens no seu mais recente filme de comédia, Norbit (2007).
Norbit (Eddie Murphy) - o personagem-título – um homem reprimido, tímido e de bom coração, foi abandonado na porta do orfanato - restaurante do Sr. Wong (Murphy), um ancião chinês esclerosado. Ele vive no orfanato junto com sua alma gêmea Kate – uma amiga que ele não se separa nem na hora de fazer as necessidades. Quando Kate é adotada, Norbit, muito triste, passa a brincar sozinho. Certo dia, quando estava brincando no parque, dois meninos valentões começam a bater nele, quando aparece Rasputia (ainda criança, mas a versão adulta é interpretada novamente por Eddie Murphy) uma menina enorme que o defende e, pelo temor que as outras crianças sentiam por ela, torna-o popular. Em troca, Norbit namora Rasputia e depois de alguns anos casa-se com ela. Ela é uma esposa dominadora e junto com os irmãos, três marginais que exploram os comerciantes da região em troca de proteção, humilham de todas as formas o indefeso Norbit. Quando o casamento entra em crise – por causa da traição de Rasputia com o seu professor de dança – a jovem Kate (Thandie Newton) retorna à cidade para comprar o orfanato do Sr.Wong que está prestes a se aposentar, despertando assim o amor, interrompido na infância, de Norbit, mas ele tem duas grandes lutas: se livrar da monstruosa Rasputia e do noivo cafajeste de Kate interpretado por Cuba Gooding Jr. (apagado no filme) que juntamente com os três irmãos de Rasputia quer transformar o orfanato em uma casa de stripetease.
Depois de ganhar um Globo de Ouro e por ter sido indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação em Dreamgirls – Em busca de um sonho (2006), Eddie Murphy resolve neste novo filme voltar aquele humor que o lançou e que só ele sabe fazer: piadas com o auxílio de caras e bocas, vozes gritantes, frases ditas com rapidez, quase todas movimentando o dedo. Sim, voltamos a ver aquele Murphy dos anos 80 e em certos momentos chegamos a lembrar de filmes como Um Tira da Pesada (1984) e Um Príncipe em Nova York (1988).
Em Norbit ele utiliza praticamente os mesmos artifícios dos dois filmes do Professor Aloprado; aliás, como não teve o terceiro filme protagonizado pela família Klump, pode-se considerar Norbit como o terceiro da trilogia Murphy por utilizar vários personagens maquiados e interpretados por um ator do tipo: protagonistas reprimidos que conseguem conquistar a platéia e personagens obesos e caricatos. É neste último quesito que mora o maior problema, porque nos últimos anos os filmes humorísticos norte-americano têm explorado muito os personagens obesos. É uma fórmula que um dia fez sucesso, porém hoje já se tornou cansativa e fracassada, e as piadas são ofensivas e preconceituosas com os gordinhos. Norbit cai nessa armadilha e praticamente todo o filme é focado em destacar a gordura de Rasputia mostrando ela dançando, tomando banho, lavando o carro sempre, é claro, acompanhado de muito exagero, criando assim um estereótipo de que pessoas gordas são exageradas em tudo que fazem.
Eddie Murphy mostra mais uma vez que tem talento, mas o roteiro não colabora e o filme perde o ritmo antes mesmo da metade e, a partir daí, começa a apelar com piadas sobre necessidades fisiológicas (mais conhecidas como piadas de banheiro) e muito duplo sentido que conseguem arrancar do bom espectador apenas um sorrisinho amarelo. Por pouco o filme não cai na baixaria de vez e se iguala aos filmes da franquia Todo Mundo em Pânico.
Além de apelar para certos tipos de piadas, o roteiro fraco leva o filme a trilhar o caminho de clichês já, bastante, manjados como aquele mergulho dado por Rasputia que seca a piscina e tantos outros. Até um cachorro falante é usado para tentar arrancar risos, porém no meio de tantos clichês o que mais se destaca na parte final do filme é o animado coral da Igreja. Enfim, em Norbit houve escassez de criatividade e a maioria das cenas nos dá aquela sensação de “eu já vi isso em algum lugar”.
O filme não é uma obra-prima, contudo para os fãs de Eddie Murphy é uma boa pedida. Agora, para aqueles que gostam de humor inteligente e criativo, este filme não é aconselhável.
Nota: Essa resenha foi escrita ano passado, quando Norbit ainda estava em cartaz nos cinemas e à venda em cópias priratas nos melhores camelôs do Centro da cidade.
Nota: Essa resenha foi escrita ano passado, quando Norbit ainda estava em cartaz nos cinemas e à venda em cópias priratas nos melhores camelôs do Centro da cidade.
O filme já chegou em DVD há muito tempo e Eddie Murphy recebeu, no começo do ano, o prêmio Framboesa de Ouro (que premia todos os fracassos de Hollywood) por sua atuação em Norbit.
Um comentário:
Realmente não há o que discutir quando o assunto á Eddie Murphy, principalmente quando me lembro da voz de seu dublador.
Obs: Adiciona meu blog aí no jornal.
Mário
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