Por Tabajara Moreno
Meio ambiente, aquecimento global e desenvolvimento sustentável são palavras que permeiam uma ideologia em construção que prega a necessidade de o homem conciliar a exploração dos recursos naturais com a preservação e recuperação deles. Este novo conceito de desenvolvimento sócio-econômico fundamenta-se numa pseudo - preocupação com o impacto das ações humanas no ecossistema do planeta.
Desde que o homem percebeu a incapacidade de sobreviver à devastação advinda da necessidade extemporânea de explorar a natureza para extrair dela tudo o que pode ser revertido em lucro, que tem se discutido medidas que podem reduzir o impacto do desenvolvimento tecnológico e econômico sobre o meio ambiente. Essa noção de preocupação ambiental é extremamente válida. Entretanto, ela não é capaz de esconder os interesses intrínsecos a ela.
A Amazônia é nossa, pelo menos geograficamente. Cerca de 5,5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia pertencem ao Estado brasileiro. Contudo, alguns homens de influência internacional tem discutido a necessidade de se internacionalizar esta região para que ela não seja destruída, já que é a última floresta tropical do planeta.
Mas a possível internacionalização da região não será para fins de preservação, conservação, ou sei lá qual termo é usado para estes fins. A proposta de tornar a região Amazônica patrimônio internacional tem o objetivo de colocar a região sob a responsabilidade de países que sejam “mais capazes” de explorá-la, extraindo dela recursos capazes de promover um novo boom econômico.
A grande verdade é que não há preocupação alguma com preservação ambiental, aquecimento global, tampouco desenvolvimento sustentável. O que há, pelo menos no que tange à Amazônia, é uma preocupação com o monopólio da extração das riquezas naturais.
Esta noção de preservação ambiental, desenvolvimento sustentável, é difundida pela imprensa como a nova onda para o progresso humano e, até mesmo a sobrevivência na terra. Os veículos de imprensa tem iniciado um processo de fundamentação e legitimação da ideologia da preservação ambiental por meio da produção de material que difunde nas pessoas a importância da conciliação de dois mundos que até pouco tempo estavam dissociados: o tecnológico e o ecológico.
Não que preservar o meio ambiente, recuperá-lo e controlar a exploração dos recursos naturais não seja uma medida importante para a sociedade moderna, justo ao contrário, esta proposta é extremamente válida. Contudo, esta ideologia tem sido utilizada de maneira a privilegiar aos detentores do poder econômico e exploratório dos recursos naturais, quem justamente é o maior responsável pela devastação do meio ambiente.
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Um comentário:
O mais interessante e que a imprensa - que pelo menos na teoria deveria estar alerta aos "discursos" - comprou a ideia e a reforca a cada dia. Basta saber quem paga mais. Por exemplo, o governador do Amazonas, Eduardo Braga, foi eleito o "homem do ano no meio ambiente" pela revista Isto E Dinheiro. Hummm... um tanto sugestivo nao? Como pode um individuo que realiza obras sem o aval do orgao ambiental do Estado, o Ipaam? So mesmo alguem que nao tem a menor preocupacao com o tal de meio ambiente, a nao ser o meio ambiente das obesas contas bancarias.
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