quinta-feira, 24 de julho de 2008

Diploma para quê?

Daniel Jordano
Para ser este o pensamento de muitos que querem a não regulamentação da profissão de jornalista no país, o supremo Tribunal Federal, o mesmo que livra da cadeia figuras como Daniel Dantas através de seu presidente, o ministro Gilmar Mendes, está prestes a votar um recurso extraordinário de número 511961 que torna não regulamentada a profissão de jornalista. A federação Nacional de Jornalismo lançou uma campanha contra a medida.

Pois bem meus caros, se esta medida passar pelo STF vamos formular uma proposta para que em nenhuma profissão seja exigido o diploma. Que os postos de saúde e hospitais contratem os curandeiros. Que as grandes construções não necessitem de engenheiros (neste caso não haveria também governadores e candidatos a prefeito no Amazonas). Voltamos então ao mundo do empirismo por si só onde basta saber falar para tornar-se um advogado.

Não quero aqui retornar a velha discussão da teoria e prática a qual muitos já deveriam ter superado, porém, não exigir o diploma de jornalista nas redações é no mínimo uma atitude igualmente absurda ao cenário descrito acima.

É evidente que os profissionais da velha guarda, aqueles que fizeram jornalismo sem formação técnica, devem ser ouvidos e respeitados. No entanto, não exigir nas condições atuais de mercado o diploma, é fazer com que os salários diminuam e as condições de trabalho piorem além de prejudicar de forma direta a qualidade da cobertura jornalística. A quem interessa a não regulamentação da profissão de jornalista?

2 comentários:

Mário Bentes disse...

Interessa ao Sistema, meu caro colega. Uma classe desunida e fraca pode ser facilmente vencida. E os jornalistas, historicamente, sempre foram agentes da mudanca. E isso, os poderosos nao querem mais.

Tréplica disse...

e a classe como é desunida, não vai fazer nada.

talvez até falem, critiquem, mas é preciso agir.

os sindicatos são pouco atuantes

Saudações!
Tabajara Moreno