terça-feira, 7 de outubro de 2008

Peculiaridades da política baré...

Cliferthon Lucas

O meio político manauara está em fervor desde as oito horas da noite do último domingo, quando praticamente toda cidade já sabia o resultado. Por vontade popular e não por pressão ou por “incentivo econômico” (ou como chamam agora, de aumento) a sociedade achou por bem debater mais os problemas da cidade e para isso escolheu o candidato da coligação “ Manaus, Um Futuro Melhor”, Amazonino Mendes (PTB) e Serafim Côrrea (PSB), da coligação “Manaus Para Todos”.

Agora, aqueles que perderam e tiveram que mudar completamente seus planos já traçados e definidos ao longo de um ano. Já estão há 48 horas correndo da sala pra cozinha. Vamos exemplificar isso. O ministeriável Alfredo Nascimento (PR), que apostou todas as fichas no candidato do governador e seu ex-vice, indicando inclusive o seu preposto Sabá Reis para compor a chapa, terá uma tarefa árdua pela frente: pedir perdão ao português ou se aliar a Amazonino e ver seu sonho de dar expediente no Palácio da Compensa ir por água abaixo.

Vanessa Graziotin (PCdoB) está numa situação mais delicada ainda. Brigou sério com Serafim. O chamou de incompetente e disse que estava morto politicamente. Escorraçou membros do PCdoB que insistiram em apoiar Serafim e abandonou a própria sorte o então candidato a reeleição, Marcelo Ramos. Em discurso, Ramos desabafou e conclamou a direção nacional do PCdoB para que tomasse uma providência em relação às atitudes dos dirigentes locais.

E agora Vanessa? Vai pedir as bênçãos de Amazonino? Aquele que você sempre criticou durante esses anos em que ele foi o governante em nosso estado? Vai ter cara de pau para pedir para voltar com Serafim? Tudo isso porque uma possível candidatura em 2010 estava em jogo. Não me impressionaria que em dois anos Marcelo Ramos tome seu lugar e de seu marido no comando do PCdoB local. O futuro político de Vanessa está nas mãos de Eduardo Braga. Ele sim pode determinar se ela está morta daqui para frente.

Omar já declarou sua preferência por Amazonino, mas, disse que seu “grupo político” prefere Serafim. Ele está esperando como bom menino que é, que seu irmão mais velho, Eduardo Braga, decida se pede para o Pai deles aceitá-los de volta ou se o outro irmão, Alfredo, convença a todos a seguir com Serafim. O problema é: e se Serafim não quiser essa trupe do barulho com ele?

Outro causo que me chamou a atenção foi a declaração do Deputado Estadual, Walace Sousa (PP) em seu programa policialesco “Canal Livre”. Ele disse com essas palavras enquanto respondia aos seus “perseguidores” que, “... não se ganha eleição sem ajudar os outros”. Então está explicado o porquê de tantos “gigolôs da miséria” entre os eleitos. E cabe uma pergunta também: o Fausto então não é tão amigo assim, afinal ele mal atingiu os seis mil votos.

Quer dizer, ele, com um espaço na televisão, tendo um irmão deputado estadual, outro candidato a vice na majoritária não ajudou ninguém? Mão de vaca esses irmãos coragens! E ainda são ingratos porque na tentativa de esclarecer a baixa votação do irmão, Wallace disse que o abandonou para ajudar Carlos. Que desculpa fiada essa!

Mirtes Sales (PP) é um caso a se destacar também. Ela rompeu politicamente com o deputado estadual, Marcos Rotta (PMDB). Dizem as más línguas que até o material de campanha da candidata mandaram roubar durante a madrugada. Tudo, pois a vereadora preferiu aderir à candidatura de Amazonino em vez de ficar no barco furado de Omar. Agora, ela vai disputar com certeza uma cadeira na Assembléia Legislativa contra o seu ex-apoiador.

Não poderíamos deixar de esquecer as igrejas: Assembléia de Deus, Universal e Restauração. Elas não são mais as mesmas. Primeiro porque suas ovelhas são muito “teimosas” e não votaram no seu candidato à prefeitura. Depois, aqueles que ganharam usando a “irmandade celestial” (no caso dos vereadores Amauri Colares (PSC), Mario Bastos (PRP) e Roberto Sabino (PRTB)) da igreja, só conseguiram efetivamente vencer porque utilizaram de fanatismo e de exploração da miséria alheia também. Tanto é que a Universal perdeu seus dois vereadores (Darlinson Silva (DEM) e Jorge Luis (PRB)). Ela não quis fazer fogueira santa eleitoral.

Quanto a Restauração, que prometeu despejar mais de 100 mil votos em seu candidato, o Apostolo Marcel, mal atingiu 11 mil votos. O povo até deu mais que os 10% apostolo Renê. Sic sic O incansável Pastor Valdiberto Rocha, da Quadrangular, nem bateu na trave dessa vez. Mas ele entende de infidelidade, já trocou mais de partido do que de terno. Acho que dessa vez estava no PMN.

Mas a grande mancada fica por conta do mandatário maior do Estado, Eduardo Braga (PMDB). Dos 11 maiores colégios eleitorais em que apoiava algum candidato, ele perdeu em seis. Além de Omar, claro. O governador foi um fiasco eleitoral e prejudicou e muito seu partido.

O PMDB, que sempre foi um partido muito forte no interior, principalmente nos tempos de Gilberto Mestrinho, nunca passou por essa crise eleitoral. Até em Manacapuru, onde o candidato vitorioso foi apoiado por Eduardo, está ameaçado de nem assumir. O TRE encontrou indícios de irregularidades e fraude.

Resta-nos aguardar os novos desdobramentos dessa novela da vida real chamada politicagem. Muitas traições, mentiras e falsidades ainda vão acontecer. O pior é que muitas com o uso do nome de Deus. Aguardemos até o dia 26, o fim dessa trama.

Um comentário:

Anônimo disse...

So troquei de partido uma UNICA vez do PMDB para o PMN, so para esclarecer. Obrigado Pr. Valdiberto