segunda-feira, 10 de novembro de 2008

PMDB irá de Dilma, Serra, Ciro ou Aécio?

Por Cliferthon Lucas

A pedido dos idealizadores deste blog prometo a partir de hoje, fazer um acompanhamento dos bastidores políticos e repassar aos leitores todas às segundas-feiras um raios-X das composições para 2010. Especificamente quanto à movimentação à Presidência da República. De início, vamos conhecer os potenciais candidatos e identificar as atuais “mexidas” nos tabuleiro político. Espero que gostem.

Terminado o pleito municipal, o mundo político já se vira para as eleições estaduais e presidenciais de 2010. Especulações de toda sorte já começam a circular e, entre elas a de quem estará com quem daqui a dois anos. Alguns nomes já despontam como prováveis candidatos.

E como não poderiam ser diferentes, jornalistas e cientistas do mundo político já estão, digamos, “curiosos” com o futuro posicionamento do maior partido do país: O PMDB, a maior legenda em todos os aspectos da política nacional. Têm nove governadores (e cinco vices em outros estados), 1, 207 prefeitos (entre as prefeituras, estão as de Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e a vice-prefeitura de São Paulo), mais de oito mil vereadores, 170 deputados estaduais, 92 deputados federais (a maior bancada da Câmara e assumirá a presidência da mesma em 2009) e 21 senadores (detém também o maior número e conseqüentemente a presidência da casa). São mais de dois milhões de filiados e 15 milhões de votos obtidos em 2006.

Dos quatro destacados acima, todos cumprem mandatos eletivos ou de gerência do Poder Executivo. Vamos começar nosso ensaio por Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT).


Dilma Rousseff é ministra-chefe da Casa Civil. Ocupa cargo no primeiro escalão do governo Lula desde o primeiro mandato, em 2003. Já foi do Ministério de Minas e Energia e atualmente é a pupila do presidente e sua preferida para a sucessão presidencial. Graduou-se pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado em teoria econômica e doutorado em economia monetária e financeira, ambos pela Universidade Estadual de Campinas.

Enfrentou o regime militar na década de 60 em organizações paramilitares, como a Política Operária e o Comando de Libertação Nacional (Colina). Uma curiosidade sobre a ministra é que ela participou em 16 de junho de 1969 do roubo do cofre do ex-governador de São Paulo, Ademar de Barros. A operação rendeu aos rebeldes UU$ 2,6 milhões.

Durante os anos de 1970 e 1973 ficou presa em órgãos de repressão do governo militar e durante esse período foi torturada. Dilma participou da reestruturação do PTB ao lado de Brizola. Porém, quando Ivete Vargas ganhou a o poder na sigla fundou juntamente com Brizola o PDT. Dilma foi secretaria Minas e Energia no Rio Grande do Sul entre os anos de 1991 a 1994. Em 1998 o petista Olívio Dutra vence a disputa e Dilma retorna a secretaria. Em 1999 Brizola rompe com o PT e exigi que os membros do partido renunciem aos seus cargos no governo estadual. Dilma, no entanto, se desliga politicamente do PDT e se filia ao PT.

A atual a ministra-chefe ganhou notoriedade quando na crise dos cartões corporativos respondeu da seguinte forma ao senador José Agripino Maia (DEM/RN) que insinuou que por ter mentido nos interrogatórios militares nos tempos da ditadura. Poderia estar mentindo durante sabatina a que foi submetida no Senado Federal. “Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador.” Em algumas pesquisas de intenção de votos, Dilma Rousseff aparece entre 3% e 6%.

Em reunião do Diretório Nacional na última sexta-feira, dia 7, setores do PT defenderam a antecipação do lançamento da candidata petista à Presidência da República. Um dos entusiastas de tal ação, o líder do PT na Câmara, o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), defendeu que “para o PT dialogar com seus aliados, é importante definir sua candidatura.” Em outro momento o deputado gaucho cita Ciro Gomes (PSB-CE) como potencial aliado em 2010. “Se vou sentar com o Ciro, que é um nome forte, temos que dar mais um nome”, disse.

Tudo depende de como o presidente Lula vai conduzir o país na crise econômica e se o atual poder de compra da classe media e os programas assistencialistas vão perdurar até meados de 2010. A eleição na Câmara dos Deputados e no Senado Federal também podem influenciar as composições. Uma vez que petistas e peemedebistas travam intensa batalha pelo controle das casas. O PMDB tem 92 deputados federais e 21 senadores.

Como os parlamentos sempre foram presididos por parlamentares de partidos com a maior bancada, o PMDB exige o cumprimento desse “acordo de cavalheiros” que sempre existiu. Essa questão pode atrapalhar além da governabilidade de Lula as composições político-partidária nas próximas eleições.

Nenhum comentário: