*Ellza Souza
Tudo parecia não dar certo. Naquela tarde fui angustiada ao dentista arrumar um dente. Não imaginava a tortura que me aguardava. O lugar, pintado de verde, demonstrava muita paz e harmonia. Fui chamada ao consultório. Sentei na cadeira apropriada para o paciente que a essas alturas começa a ficar impaciente. A dentista com sua bata e máscara num verde bem clarinho se aproximou e regulou a altura da cadeira. Quase que meus pés enrolam até a cabeça. Ela virou demais e a cabeça ficou abaixo dos pés. Ufa! Acertada a cadeira começou a sessão e o bate papo com a assistente. A famigerada broca começou a rodar na minha pequena cárie. E a “caneta” como disse a dentista começou a soltar um aguaceiro danado. Era água borbulhando dos cantos da boca e água vindo dessa caneta que parecia uma chuveirada das boas. E ninguém se importou com isso. Só eu. Já não agüentando mais tanta água pra todo lado fui obrigada a reclamar pois dali ia parauma aula. Pedi um guardanapo e fui atendida. Assim amenizei o problema. E a sessão continuou, normal, merecendo apenas um comentário da dentista: “A caneta está soltando muita água...”, disse calmamente. È por que não era ela que submergia ao aguaceiro.
Para fechar a craterazinha a dentista pediu um material à assistente. “Não tem”, disse a moça. Foi colocado o que tinha, sabe-se lá o que. E assim alguns outros produtos não foram usados por não ter naquele momento. Na cara do freguês aquela trapalhada toda. Ainda bem que a dentista estava de máscara. Senão as cáries dela tinham passado para mim. Ela não parava de falar e estava tão próxima que eu pensei que ela ia me beijar. Senti seu bafo, igual ao de qualquer paciente que senta numa cadeira como aquela. A seco eu já tinha sofrido muito no dentista. Molhada daquele jeito foi a primeira vez. Espero que o servicinho dure enquanto eu existir. São os meus sinceros desejos para não voltar tão cedo a tão completo tratamento dentário com direito a banho e tudo.
*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam); roteirista e escritora;
Tudo parecia não dar certo. Naquela tarde fui angustiada ao dentista arrumar um dente. Não imaginava a tortura que me aguardava. O lugar, pintado de verde, demonstrava muita paz e harmonia. Fui chamada ao consultório. Sentei na cadeira apropriada para o paciente que a essas alturas começa a ficar impaciente. A dentista com sua bata e máscara num verde bem clarinho se aproximou e regulou a altura da cadeira. Quase que meus pés enrolam até a cabeça. Ela virou demais e a cabeça ficou abaixo dos pés. Ufa! Acertada a cadeira começou a sessão e o bate papo com a assistente. A famigerada broca começou a rodar na minha pequena cárie. E a “caneta” como disse a dentista começou a soltar um aguaceiro danado. Era água borbulhando dos cantos da boca e água vindo dessa caneta que parecia uma chuveirada das boas. E ninguém se importou com isso. Só eu. Já não agüentando mais tanta água pra todo lado fui obrigada a reclamar pois dali ia parauma aula. Pedi um guardanapo e fui atendida. Assim amenizei o problema. E a sessão continuou, normal, merecendo apenas um comentário da dentista: “A caneta está soltando muita água...”, disse calmamente. È por que não era ela que submergia ao aguaceiro.
Para fechar a craterazinha a dentista pediu um material à assistente. “Não tem”, disse a moça. Foi colocado o que tinha, sabe-se lá o que. E assim alguns outros produtos não foram usados por não ter naquele momento. Na cara do freguês aquela trapalhada toda. Ainda bem que a dentista estava de máscara. Senão as cáries dela tinham passado para mim. Ela não parava de falar e estava tão próxima que eu pensei que ela ia me beijar. Senti seu bafo, igual ao de qualquer paciente que senta numa cadeira como aquela. A seco eu já tinha sofrido muito no dentista. Molhada daquele jeito foi a primeira vez. Espero que o servicinho dure enquanto eu existir. São os meus sinceros desejos para não voltar tão cedo a tão completo tratamento dentário com direito a banho e tudo.
*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam); roteirista e escritora;
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