Uma verdadeira guerra foi iniciada nas últimas semanas na reserva indígena Raposa Serra do Sol em Roraima. Na mesa de xadrez estão os interesses do governo estadual, que não quer perder arrecadação, dos arrozeiros, que mesmo avançando sobre a reserva se dizem donos da terra; de organizações, que não querem saber nem um pouco de conservação ambiental e dos índios, que em tese não tem nada haver com os milhões que a reserva tem a “oferecer”.
Os ânimos ficaram mais agitados quando o governo federal anunciou a retirada dos pouco mais de meia dúzia de arrozeiros, que não aceitam sair do local. Eles alegam que fazem benfeitorias na terra e geram empregos, além de render impostos para o estado. Tudo isso com apoio dos governantes locais.
Porém, o impasse se dá justamente porque os índios alegam perseguição. Segundo eles, atentados já foram promovidos por pistoleiros a mando dos produtores de arroz. Na semana passada a Polícia Federal (PF) acusou os arrozeiros de usarem táticas de guerrilha para impedir a ação na reserva.
Até a nação indígena está dividia. Um grupo apóia a presença dos arrozeiros; outros querem a desocupação. O ministro da Justiça, Tarso Genro, criticou a medida adotada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a operação da PF na reserva. Ele afirmou, na terça-feira (22), que a polícia federal vai cumprir a ação e retirar os não índios do local. A crise foi agravada quando o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, criticou a política indígena do governo federal.
Neste jogo de ameaças entre as partes, está a incompetência do estado que não realizou uma intervenção antes que os arrozeiros invadissem a área indígena.
Cabe agora ao poder público fazer o que já vem tentado executar, ou seja, retirar os não índios do local. Porém, o estado brasileiro tem de garantir que a soberania nacional na reserva, o que vai ser impossível se nosso exército não for equipado.
Os estrangeiros estão prestes a anunciar o xeque mate.
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