quinta-feira, 8 de maio de 2008

Jornalismo Científico em foco

Assessora de imprensa da Fapeam fala das dificuldades da divulgação científica no Amazonas.

Por Tabajara Moreno

“A mídia cada vez mais têm demonstrado interesse pelas pesquisas científicas desenvolvidas nas instituições de pesquisa e nas universidades, principalmente, porque a maior parte dos investimentos feitos na área de ciência e tecnologia é oriundo de verba pública, então, a necessidade de difundir a produção desse conhecimento é uma forma de prestar contas à sociedade”, declarou a assessora de imprensa da Fundação de Amparo a Pesquisa no Amazonas (Fapeam) Grace Soares em uma palestra dada aos alunos do quinto período de jornalismo do Centro Universitário do Norte (Uninorte), na noite da última segunda-feira, 28 de abril.

Segundo Grace, o interesse jornalístico pela produção científica aumentou com o advento das discussões sobre o aquecimento global e, portanto, da necessidade de preservar o meio ambiente. Neste novo cenário, a pesquisa científica passou a ser encarada pela imprensa como uma possibilidade de discutir a realidade vigente, assim como, as perspectivas de transformação dos problemas contemporâneos.

Em Manaus, o espaço dado a divulgação científica é tímido, tendo apenas o periódico Amazonas Em Tempo um caderno voltado ao meio ambiente e um encarte que trata sobre ciência e tecnologia. O jornal A Crítica tinha até meados de 2003 uma página destinada à divulgação científica, mas atualmente não disponibiliza um espaço permanente na sua editoração.

Para ela, o jornal Diário do Amazonas é o que dá menos espaço para a divulgação científica por questões editoriais. Grace ressalta ainda que quando é feita a divulgação de ciência e tecnologia, o jornal aborda o tema de maneira sensacionalista.

Além de assessora de imprensa da Fapeam, Grace é mestranda do programa sociedade e cultura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e, enquanto estudante, acredita que o interesse dos acadêmicos de comunicação em desenvolver pesquisas científicas é muito pequeno.

Responsável pela publicação da revista científica “Amazonas faz Ciência” da Fundação de Pesquisa e Amparo à Pesquisa (Fapeam), Grace revela que o maior desafio de produzir a revista é colocar os resultados de trabalhos produzidos pela Fapeam numa revista que contemplasse informações de interesse do público de maneira interessante e compreensível ao grande público.
A revista trimestral “Amazonas faz Ciência’ está na 9ª edição e tem uma tiragem de 10 mil exemplares, que são distribuídos em instituições de pesquisa de todo o país, nas instituições de ensino, assim como órgãos públicos.

Grace afirma que somente o olhar jornalístico é capaz de julgar a relevância social de cada pesquisa e, necessariamente, a difusão dela para sociedade. “O jornalismo científico não precisa ser um espaço de difusão de uma pesquisa, mas pode ser um espaço de discussão. Isso significa que o repórter não precisa apenas pegar uma pesquisa e divulgá-la”, explica Grace.

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