Por Tabajara Moreno
“A mídia cada vez mais têm demonstrado interesse pelas pesquisas científicas desenvolvidas nas instituições de pesquisa e nas universidades, principalmente, porque a maior parte dos investimentos feitos na área de ciência e tecnologia é oriundo de verba pública, então, a necessidade de difundir a produção desse conhecimento é uma forma de prestar contas à sociedade”, declarou a assessora de imprensa da Fundação de Amparo a Pesquisa no Amazonas (Fapeam) Grace Soares em uma palestra dada aos alunos do quinto período de jornalismo do Centro Universitário do Norte (Uninorte), na noite da última segunda-feira, 28 de abril.
Segundo Grace, o interesse jornalístico pela produção científica aumentou com o advento das discussões sobre o aquecimento global e, portanto, da necessidade de preservar o meio ambiente. Neste novo cenário, a pesquisa científica passou a ser encarada pela imprensa como uma possibilidade de discutir a realidade vigente, assim como, as perspectivas de transformação dos problemas contemporâneos.
Em Manaus, o espaço dado a divulgação científica é tímido, tendo apenas o periódico Amazonas Em Tempo um caderno voltado ao meio ambiente e um encarte que trata sobre ciência e tecnologia. O jornal A Crítica tinha até meados de 2003 uma página destinada à divulgação científica, mas atualmente não disponibiliza um espaço permanente na sua editoração.
Para ela, o jornal Diário do Amazonas é o que dá menos espaço para a divulgação científica por questões editoriais. Grace ressalta ainda que quando é feita a divulgação de ciência e tecnologia, o jornal aborda o tema de maneira sensacionalista.
Além de assessora de imprensa da Fapeam, Grace é mestranda do programa sociedade e cultura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e, enquanto estudante, acredita que o interesse dos acadêmicos de comunicação em desenvolver pesquisas científicas é muito pequeno.
Responsável pela publicação da revista científica “Amazonas faz Ciência” da Fundação de Pesquisa e Amparo à Pesquisa (Fapeam), Grace revela que o maior desafio de produzir a revista é colocar os resultados de trabalhos produzidos pela Fapeam numa revista que contemplasse informações de interesse do público de maneira interessante e compreensível ao grande público.
A revista trimestral “Amazonas faz Ciência’ está na 9ª edição e tem uma tiragem de 10 mil exemplares, que são distribuídos em instituições de pesquisa de todo o país, nas instituições de ensino, assim como órgãos públicos.
Grace afirma que somente o olhar jornalístico é capaz de julgar a relevância social de cada pesquisa e, necessariamente, a difusão dela para sociedade. “O jornalismo científico não precisa ser um espaço de difusão de uma pesquisa, mas pode ser um espaço de discussão. Isso significa que o repórter não precisa apenas pegar uma pesquisa e divulgá-la”, explica Grace.
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