Montada em março de dois mil e oito, a associação “As Amazonas” pretende combater a violência e a discriminação social contra as profissionais do sexo.
Atualmente, cento e cinqüenta mulheres integram a associação e, para a presidente, Denise Mara, o combate à violência e o uso do preservativo são as principais bandeiras de luta. “A maior dificuldade é que os clientes não querem usar preservativo. Eles deveriam se cuidar mais com a gente e nós é que temos esse cuidado. Para as pessoas, as prostitutas é aquela que se droga rouba e nós não somos assim”, falou Denise.
Para o vice-presidente da associação “Garotos da Noite”, Dartanham, a violência contra as profissionais só persiste porque elas não conhecem seus direitos. Para ele, é preciso realizar oficinas para informá-las sobre os procedimentos a serem adotados contra a violência utilizando a lei Maria da penha como base.
Mas não são apenas as mulheres que sofrem com a violência e o preconceito pela atuação como profissional do sexo. Violentado por um cliente durante um programa, o presidente da associação “Garotos da Noite”, Rosinaldo Rodrigues, 35, conta que a polícia não agiu quando foi acionada por ele para prender o agressor. Ele acredita que a negligencia ao caso se deu por ele ser garoto de programa. Para Rosinaldo, a união dos profissionais por meio das associações fortalece o combate à violência, à medida que capacita novas lideranças para lutar pelos direitos dos profissionais do sexo.
A coordenadora do departamento de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça, Michelle Custódio, disse que as prostitutas não denunciam os casos de violência porque acham que nada vai acontecer com os agressores.
“Elas tem medo de registrar ocorrência porque acham que nada vai acontecer. Quando chegam à delegacia sofrem preconceito por serem prostitutas. Nós temos desenvolvido cursos de direitos humanos para policiais militares em formação para eles terem um trabalho diferenciado na sociedade”, disse Michelle.
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