segunda-feira, 20 de outubro de 2008

LIXO COM A MINHA CARA

*Ellza Souza

Não tem mais planeta pra tanto lixo. Os especialistas alertam. Os ambientalistas também. Quando vejo no conjunto onde moro as pessoas com nojo de abrir a lixeira para colocar o seu saquinho de lixo preferindo deixá-lo a céu aberto penso muito nisso. No futuro da terra com um ser “inteligente”que consome sem parar, come além da conta, joga tudo fora (de onde?) e no final tem nojo dos restos que ele mesmo produz. Só temos que pensar “um pouquinho” sobre a questão do lixo. Do caminho que as coisas percorrem antes de se transformarem nesse produto rejeitado por todos como se existisse um ser que resolvesse esse assunto que ninguém quer encarar e cheirar. Acho que isso nem fada resolve com sua varinha de condão como a gente aprendeu na infância e Deus já cuida de tantos assuntos mas o lixo é nosso e nós devemos dar um destino sustentável a ele. Ou nos enredaremos brevemente nas montanhas de televisores e computadores quebrados, pneus carecas, sacolas plásticas voadoras, “sobras” de comida, garrafas pet boiando nos “isgotos” (antes igarapés hoje esgotos), todo tipo de descartável cujo nome já diz o seu destino e o povo “descarta” na rua.

Tudo que consumimos um dia vai para algum lugar. Lugar pra tanta “tranqueira” está em falta. O mundo atual é feito de casas, ruas, pessoas, carros, árvores, animais, lixo. Não tem como negar isso. Falta só um equilíbrio para que as espécies não pereçam tão cedo. E o pior é que a gente vai pro beleléu mas a bagunça fica para o Criador arrumar. Nós, pessoas tão evoluídas, ainda não conseguimos resolver essa pendência básica que é um destino para os nossos restos. Não os mortais que esses estão garantidos mas os excessos da ganância, da voracidade, do consumismo desenfreado, da ignorância, que nos empurra para um fim precoce.O político que é pago pela sociedade para melhorar a vida de todos, está preocupado somente com o mundinho dele onde é impensável sequer olhar para um saquinho de lixo quanto mais cheirar os detritos.

*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Escritora e roteirista.

Nenhum comentário: