sábado, 31 de maio de 2008
A Informação e o Processo Social
A informação é a matéria-prima do jornalismo, não apenas porque possibilita o preenchimento das páginas dos jornais, revistas, sites de Internet, e tampouco porque ocupa espaço na TV e no Rádio, mas sim porque é resultado de processos sociais e influencia diretamente na modificação deles.
A opinião pública forja-se no seio da sociedade, portanto, no âmbito dos processos sociais, sendo resultado da vivência do indivíduo e da relação que ele estabelece com o cotidiano. Ela não é ingênua, mas, por vezes comete equívocos, reflexo de sua fundamentação baseada em evidências.
A formação da opinião não se dá de forma mecânica, imediata, ela é um processo, uma construção que se baseia em informações, em evidências presentes à realidade dos indivíduos.
O jornalismo e, por tabela, o jornalista pode contribuir e contribui com a formação da opinião pública à proporção que difunde as notícias. O jornalista consciente do poder e responsabilidade de sua função não pode menosprezar a opinião pública tratando-a como incapaz de exercer discernimento sobre as coisas.
O jornalista precisa dispor de conhecimento, precisa estar armado de fatos e não se amarrar a verdades e ideologias fabricadas. Isso não significa que o profissional de jornalismo tenha de ser alheio às ideologias e, portanto, ao mundo, mas que ele deve ter consciência de que o exercício de suas funções interpretativas e difusoras exige que ele seja capaz de compreender o processo humano.
Jefferson Péres, o melhor senador do Brasil.
Com uma argumentação profunda e sistemática conseguia desvelar os verdadeiros interesses da classe política descomprometida com as questões sociais. Uma perda irreparável para o Brasil, tão necessitado de políticos transparentes e éticos. Foi membro de várias CPI’s onde contribuiu com a investigação de inúmeros casos de corrupção e abuso de poder. O parlamento está vazio, o Amazonas chora sua perda e o Brasil lamenta a partida de figura tão ilustre.
Por Joanne Regis e Narda Teles
sábado, 24 de maio de 2008
O Amazonas Está de Luto
O teu vôo luminoso
Rasgando nuvens de pedra
E afastando ventos ásperos
Do céu sombrio da pátria
Deixas a força estrelada
(Thiago de Mello)
*Essa homenagem ao senador amazonense Jefferson Péres foi publicada no jornal A Crítica do dia 24 de Maio de 2008.
O senador amazonense, de 76 anos, morreu na manhã desta sexta-feira vítima de infarto.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
quarta-feira, 21 de maio de 2008
A Aventura Continua
Após passarem um ano longe (se passaram mais de 1.300 anos em Nárnia), houve muitas mudanças: a era de ouro acabou, a terra foi dominada pelos Telmarines e agora quem reina é o malvado rei Miraz (Sergio Castellitto), que faz de tudo para apagar o passado de Nárnia e se tornar líder absoluto. Porém, o empecilho para que isso aconteça é o seu sobrinho, o princípe Caspian (Ben Barnes), legítimo herdeiro do trono. Curioso e perspicaz, o menino investiga e descobre o passado glorioso de Nárnia. Mas, depois de saber que seu tio planeja matá-lo, foge e se junta a um grupo de narnianos, que vivem escondidos de Miraz.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Igreja Batista da Chapada realiza mais uma edição da Oficina do Casamento
domingo, 18 de maio de 2008
Racional ao Emocional ou Vice e Versa
Foram três dias de silêncio. Nenhuma mensagem de celular, nenhum e-mail, nenhuma resposta e, ainda por cima, ela tomou chá de sumiço. Após a briga, não foi mais às aulas. Foi demais para Peixoto. Não conseguia parar de pensar nela, não conseguia prestar atenção nas aulas, não conseguia elaborar um argumento, não conseguia filosofar. A vida estava insossa. Peixoto tentou folhear um jornal para distrair-se um pouco. Foi aí então que viu um anúncio, bem no canto da página. Era um texto corrido, escrito num quadrado de cores frias que anunciava: “Búzios, vidência, amarração. Separação, vícios, saúde, amor mal resolvido, devolvo a pessoa amada em poucos dias...” era o que ele mais queria: ter Clarinha de volta. Pegou o celular e por alguns momentos pensou em desistir, pois nunca acreditara naquilo, achava bobagem, charlatanismo, mas o coração falou mais alto. Digitou os números e aguardou ansiosamente. Tu... tu... tu... A cada “tu”, o frio na barriga aumentava. Uma voz rouca atendeu. E no momento da fala de Peixoto, outra voz, desta vez doce e suave, trouxe-o de volta à realidade. “Podemos conversar?” Era Clarinha com o sorriso esticado, bem na sua frente. “Alô?!” Gritava, em vão, a voz rouca do outro lado da linha.
Peixoto e Clarinha viveram felizes para... por algum tempo.
Luiz Guilherme Maio/08
sábado, 17 de maio de 2008
Morre Zélia Gattai
Após a morte do marido em 2001, Zélia tomou posse, em Maio de 2002, da cadeira n°23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que tinha sido ocupada por Jorge Amado. Em seu discurso de uma hora, a escritora lembrou da sua infância e da obra do marido.
Zélia Gattai deixa dois filhos, Paloma e João Jorge Amado, nove netos e cinco bisnetos.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Jornalistas Blogueiros
Jornalistas veteranos como Ricardo Noblat e Josias de Souza, por exemplo, escrevem diariamente em seus blogs. Mesmo assim, não está acontecendo necessariamente um êxodo de jornalistas para a internet. Muitos continuam trabalhando nas redações das mídias tradicionais. “A web tem sido muito procurada por jornalistas que querem trabalhar com mais liberdade, sem a imposição da relação comercial dos veículos comerciais. A internet é o veículo mais democrático de comunicação onde todo mundo pode escrever o que pensa e o que quer. Porém, os jornalistas, no uso desse meio, não estão livres de cumprir o código de ética, e jamais abandonar o compromisso social inerente à profissão”, analisa o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Amazonas (SJP/AM), Cezar Wanderley.
O que leva um jornalista a criar um blog? Liberdade? Talvez. A jornalista Betsy Bell, que escreveu uma coluna sobre a política amazonense em três jornais, por exemplo, migrou para a internet e publicava diariamente notas para o Blog da Bell. Era como a sua coluna diária, só que no espaço virtual e com mais recursos. “Acho que o blog é a mídia mais contemporânea do momento. Nele, além do espaço democrático, o sistema ainda é multimídia podendo incluir textos, fotos, áudio e vídeo. Ainda não acho um fenômeno, uma vez que pouco dá para lucrar com o mesmo, mas é uma tendência fundamental e será mais ainda em pouquíssimo tempo”, afirmou. Indagada sobre a diferença entre suas colunas nos jornais impressos e seu blog ela não hesitou em afirmar que manteve a mesma linguagem nos dois espaços: frases curtas com pitadas de humor, porém, com mais liberdade de publicação. “Nos jornais, as notas eram constantemente censuradas, o que não acontecia no blog”, relatou. O professor Rogério Christofolettiz, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) ressalta que o blog não é sinônimo de liberdade. “Não vejo os blogs como a salvaguarda da independência ou da liberdade de expressão. Ver assim é uma certa ilusão. Blogs também podem estar seriamente comprometidos editorial ou financeiramente. Basta ver, por exemplo, blogs ligados a grandes portais que só indicam blogs do mesmo portal e não apontam para outras direções discordantes ou dissonantes”, diz.
Nem só de conteúdo jornalístico vive um diário virtual mantido por jornalista. O blog “As Palavras Mais Sinceras” do jornalista e fotógrafo Raphael Alves une fotografia com literatura. Um casamento que deu certo e vem fazendo sucesso. Cada poema é ilustrado por uma fotografia de sua autoria. “O meu blog é o espaço para eu dizer o que penso, o que vejo e o que sinto sobre meu dia-a-dia. Mantenho-o porque gosto da interação que ele me proporciona junto ao leitor”, conta. Em relação ao principal motivo de um jornalista manter um blog ele diz: “Censura há nas redações, assessorias, no dia-a-dia, em todo canto. É velada, mas existe. O blog é um caminho, uma válvula de escape. Porém, há outra questão com a qual o jornalista deve se ocupar. Ele é ou não censor de si próprio? Às vezes, o comunicador exerce a censura sobre suas próprias idéias e, neste caso, não há blog, site, ou outra ferramenta de expressão que dê jeito”, filosofa o repórter fotográfico do jornal Diário do Amazonas, que recentemente foi premiado no III Concurso de Fotografia Next-Photo, de São Paulo.
O jornalista Ricardo Noblat é um dos mais famosos a manter um blog. Depois de deixar o jornal Correio Braziliense, não dar certo no jornal baiano A Tarde e sua coluna semanal no jornal carioca O Dia durar apenas dois meses, Noblat decidiu entrar de vez no universo blogueiro e tentar viver disso. Para ele deu certo, e atualmente seu blog está hospedado no site do jornal carioca O Globo. Juntamente com o exemplo dele nasceu um possível mercado de trabalho para o futuro. Digamos que ainda é cedo para pensar nisso, mas há quem acredite que isso já é uma realidade. “O Blog na verdade já é um mercado. Claro que vai crescer mais. No entanto, já emprega muita gente. Veja o blog do ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu. Ele escreve no seu blog, mas Dirceu não está sozinho. Há uma equipe que produz pra ele, edita e fotografa. O jornalista Raimundo Holanda, do Blog do Holanda, também. Outro dia ele contratou um repórter para fazer uma entrevista para o blog. Então, os espaços estão se ampliando, sim”, analisa o presidente do SJP/AM Cezar Wanderlei. Mas ele alerta: “Nesses casos, os jornalistas voltam a ser empregados e precisam estar atentos para não ter desrespeitados seus direitos”, diz.
Há exemplos, mas, por ser uma mídia muito nova, a internet não é um campo seguro em dois sentidos: como mercado de trabalho e como fonte de pesquisa, pois há muita informação e pouca credibilidade. Logo após o “boom” da internet no Brasil, os grandes portais contrataram muitos jornalistas das redações tradicionais com a promessa de salários altos. Porém, quando a febre esfriou, a maioria estava no olho da rua. “Um possível mercado de trabalho para o futuro? Pode ser, mas qualquer coisa que se diga agora é pura especulação”, diz com uma boa dose de desconfiança o professor Rogério Christofolettiz. Só o tempo dirá.
Endereço de alguns blogs mantidos por jornalistas
Ricardo Noblat – escreve sobre os bastidores da política.
(oglobo.oglobo.com/pais/noblat/);.
Josias de Souza – no seu blog são publicados textos sobre a política brasileira.
Reinaldo Azevedo – Idem (veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/);
Raimundo Holanda – seu blog trata sobre a política amazonense.
Raphael Alves – mantém blog literário com poemas ilustrados com fotografias, ambos de
autoria dele. (aspalavrasmaissinceras.blogspot.com);
Rosana Hermann – a jornalista escreve sobre tudo. Aliás, o slogan do blog já diz tudo:
“especialista em generalidades” (queridoleitor.zip.net/).
Saiba mais:
Segundo o artigo científico do professor doutor Rogério Christofoletti, que desenvolveu em parceria com a universitária Ana Paula França Laux, “Blogs Jornalísticos e Credibilidade: Cinco Casos Brasileiros”, os blogs que mais postaram textos no mês de novembro de 2006 (época do
desenvolvimento da pesquisa) foram o do Noblat (817), Reinaldo Azevedo (510) e Querido Leitor (325); o blog que mais recebeu comentários também foi o do Noblat (42.431), equivalente a 141,436 comentários por dia.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Combate à fumaça preta
Mário Bentes
quarta-feira, 14 de maio de 2008
E o Troféu Jaca Verde vai para....
terça-feira, 13 de maio de 2008
Temporais e Suas Consequências
Foto: Gedalias Souza
Da Redação do Tréplica
A vigilância sanitária não tem estatísticas de outras zonas da cidade, mas confirma a epidemia na zona norte. Comparando-se com o mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 264% no número de casos.
A inscrição para o concurso pode ser feita no Centro de Tecnologia do Amazonas (CETAM), localizado na Avenida Djalma Batista 440/A, bairro N. S. das Graças, nos horários de 8h às 12h e 13h às 17h.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Golaço Esporte Clube estréia na Rádio Parque dos Bilhares
sábado, 10 de maio de 2008
Eu e Os Cálculos
A matemática, para mim, sempre foi aquela vizinha que mora na esquina: você sabe quem é, conhece um pouco e, quando a encontra por aí, só cumprimenta com um sorrisinho, sem mostrar os dentes porque isso é para os íntimos.
O que sei dela é o suficiente para viver, para passar e receber troca e também para planejamentos financeiros. Só. E nada mais. Na infância sim, eu não parava de pensar nela, forçado, é claro, pelas minhas autoridades. Pensava nos seus resultados e fórmulas. Obrigado, senão eu correria sérios riscos de repetir o ano escolar. E o que eu mais temia era passar o natal com caderno e lápis nas mãos.
Falando nisso, por causa dela fui duas vezes para a temida recuperação. Safei-me nas duas ocasiões, porque o medo de repetir foi um incentivo e tanto para eu dedicar um pouco mais de tempo para estudá-la. Anormal em dias tranqüilos.
A última vez que tivemos um contato mais próximo faz um tempinho. Foi no terceiro ano do ensino médio, pouco antes de eu entrar na faculdade. Foi um ano que a ignorei. Ela fez o mesmo. E no final, cada um foi para o seu canto.
Hoje, eu e a matemática temos uma relação cordial e seguimos fielmente a política da boa vizinhança. Cumprimentamos-nos através de sorrisos amarelos, e só nos falamos (rapidamente) quando eu preciso dela, ou seja, quase sempre. É duro admitir que isso aconteça com freqüência, fazer o quê. Mas, quando alguém se atreve a tirar alguma dúvida sobre ela, respondo firmemente: “a matemática nunca foi minha matéria preferida”. Felizmente, a pessoa não insiste. Melhor assim: ela lá e eu aqui.
(Luiz Guilherme Abril/2008)
Da Redação do Tréplica
Em Portugal, um viciado em heroína roubava livros raros para comprar droga. O suspeito se fingia de repórter para ter acesso a acervos e teria levado 150 livros de 11 bibliotecas da cidade do Porto.
Entre as edições raríssimas levadas, está uma edição do livro “mensagem”, de Fernando Pessoa, no valor de 2500 euros. O Ministério Público Português informou que os furtos aconteciam há, pelo menos, dois anos e ao todo ele teria levado 40 mil euros em livros. O caso está sendo julgado.
Diagnóstico: Virose
No dicionário eletrônico Aurélio a palavra Virose é definida como enfermidade produzida por um vírus e, lamentavelmente, nos hospitais e postos de saúde manauenses a assertiva virose é fator predominante na hora do diagnóstico médico, o que decorre mais pelo desinteresse em conhecer as doenças, que pela dificuldade de constatação delas.
Para início de conversa devo esclarecer que a banalização do diagnóstico da virose não é exclusividade dos hospitais públicos. Haverá quem discorde, mas não tem importância. O objetivo deste artigo é questionar o desleixo com que alguns profissionais de saúde tratam as pessoas.
No final de Dezembro de 2007, a dengue hemorrágica vitimou uma criança de onze anos no bairro da Compensa 1. Logo após os primeiros sintomas da doença: febre e dor no corpo; a família o levou ao médico que após uma brevíssima consulta liberou o paciente supostamente acometido pela virose. As únicas indicações foram algumas injeções na enfermaria do hospital, repouso e os habituais remédios para febre, caso ela reincidisse.
A febre, as dores no corpo e na cabeça voltaram com mais intensidade e, dessa vez, acompanhadas de vômito. Imediatamente a família levou a criança ao pronto-socorro e outro médico examinou o paciente diagnosticando dengue hemorrágica. Dali a três dias a criança sairia do hospital em óbito.
A estudante universitária Sandra Maria*, 25, estava com febre, tossindo muito e com dor no corpo quando procurou o atendimento médico num Pronto – Socorro de Manaus. O profissional que a atendeu sequer se deu ao trabalho de examiná-la. Ela conta que quando adentrou ao consultório, o médico estava utilizando um Note book e mesmo depois dela entrar, ele permaneceu no equipamento negligenciando atenção a ela.
Ele foi breve e óbvio: É virose! A universitária cumpriu as prescrições médicas e foi para casa. Entretanto, as tosses e as febres persistiram e uma dor bastante incômoda nas costas dela começou a aparecer.
Envolvida com atividades da faculdade, Sandra viajou para o município de Manacapuru, interior do Amazonas, cerca de 90 quilômetros de Manaus, mesmo estando doente e lá, o primeiro contato com o médico de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município foi mais produtivo que as várias horas e dias gastos no Pronto – Socorro de Manaus.
O médico suspeitou que a universitária estivesse com tuberculose e, depois de alguns exames, as suspeitas foram confirmadas. Ainda bem que dessa vez, a universitária conseguiu se cuidar antes que a doença se agravasse.
Apenas estes dois episódios relatados neste artigo, obviamente não são capazes de dimensionar a realidade do atendimento à saúde em Manaus, tampouco no Amazonas. E também este artigo não tem essa pretensão. Entretanto, os casos aqui relatados representam uma realidade do atendimento médico marcada por um descaso reprovável.
O desrespeito às pessoas não é regra dos profissionais de saúde, definitivamente não. Os verdadeiros profissionais estão sempre interessados na melhor maneira de contribuir com a recuperação dos doentes. Os pseudoprofissionais preferem ser óbvios e levianos.
*Nome fictício.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Um Sedutor Ameaçado
Saltando sozinhos ou em duplas pelas águas da bacia do rio Amazonas, os botos sempre encantaram os turistas e mexeram com o imaginário dos ribeirinhos. Existem duas espécies na Amazônia, o vermelho (Inia Geoffrensis), conhecido também como boto cor-de-rosa, e o cinza (Sotalia Fluviatilis) ou tucuxi. Eles são lobos (aquáticos) solitários. Normalmente os que nadam em duplas são mãe e filho. Não são apegados à idéia da tribo fixa e só se juntam para se alimentar e, é claro, se acasalar.
A reprodução do boto costuma ocorrer quando o rio começa a encher, e os filhotes nascem depois de 11 meses, quando o rio está secando. A fêmea só tem um por vez e só terá outro após três anos. Todos nascem na cor cinza, medindo de 85 a 90 centímetros, pesando de nove a 13 quilos, e vão clareando conforme se desenvolvem. Apenas os botos machos bem velhos ficam totalmente rosados. O vermelho é o maior. Machos adultos medem 2,5 metros e pesam cerca de 180 quilos. O tucuxi mede 1,5 metro quando adulto.
A fama de sedutor vem de longe. O boto é o protagonista de um mito popular na Amazônia brasileira. Diz a lenda que ele, em noites de festas, sai da água transformado num belo rapaz de terno branco e chapéu, para esconder o orifício na cabeça, por onde ele respira. Bom dançarino e sedutor, conquista logo a moça mais bonita da festa. Leva-a para a beira do rio e... Os mais céticos sempre disseram que a lenda é só um argumento das mocinhas para justificar uma gravidez não planejada e para esconder namoros proibidos. Porém, até hoje é comum nas comunidades mais distantes chamar de “filho do boto” aquela criança que ninguém sabe quem é o pai. Por causa da lenda, o golfinho da Amazônia sempre foi visto como animal sedutor. É comum encontrar nos mercadões os olhos e a genitália do animal, para servir de amuleto para conquistar a pessoa amada. “Isso é mais comum no Pará”, conta a pesquisadora Vera da Silva.
Mesmo longe das narrativas míticas eles não deixam de ser encantadores. Brincalhões, como seus primos do mar, os botos seduzem qualquer um que anda de barco pelos rios amazônicos. É impossível não ficar um bom tempo observando-os quando eles começam a se exibir, geralmente no amanhecer e no entardecer. Mesmo assim, as famílias ribeirinhas sempre preferiram manter os botos vermelhos bem longe de suas casas. Melhor para ele. O mito ajudou na preservação e evitou que o golfinho de água doce tivesse o mesmo destino que o peixe-boi: a quase extinção. Não é por acaso que a população de botos é maior na Amazônia, o único lugar do mundo onde esse animal permanece preservado.
Mas nem tudo são vitórias-régia. O dinheiro vem desmistificando o boto e aos poucos ele tem se tornado alvo de pescadores. Desentendimentos entre homem e boto sempre houve. É comum pescadores matarem o boto por vingança, porque ele costuma danificar suas redes de pesca à procura de peixes. Ultimamente o golfinho da Amazônia tem sido caçado também para servir de isca para a pesca da Piracatinga (Calophysus Macropterus), popularmente conhecido como peixe urubu, espécie de bagre muito popular na Colômbia e que é vendido pelo preço de R$ 0,40 a R$ 1,00 o quilo. Segundo Vera, estima-se que 150 botos são mortos por ano apenas para servir de isca. Com essa prática, a população de golfinhos da Amazônia começou a cair na região do Alto Solimões, no município de Fonte Boa (a 665 quilômetros de Manaus), por exemplo, onde há famílias que tiram o seu sustento pescando piracatingas.
Se a matança continuar nesse ritmo, o número de botos diminuirá consideravelmente na Amazônia brasileira, porque, assim como seus vizinhos, peixes-boi, os golfinhos da Amazônia demoram a se reproduzir. Vivem cerca de 45 anos e demoram a ficar maduros para gerar descendentes. Os machos têm de esperar ficarem fortes o suficiente para enfrentar a concorrência e tentar conquistar uma fêmea, que atinge a maturidade sexual aos sete ou oito anos de idade.
Felizmente nossos rios ainda estão cheios deles. Porém, as autoridades brasileiras precisam tomar uma atitude antes que seja tarde demais. Inicialmente, deve haver uma conscientização dos pescadores sobre o tamanho do prejuízo que é matar um boto, seja lá qual for o motivo. Feito isso, a natureza se encarrega do resto: os botos machos cortejando as fêmeas a fim de garantir a futura geração e não correr o mínimo risco de extinção. E que o boto não seja apenas um ícone folclórico, mas, ao lado do peixe-boi, seja também símbolo da preservação dos animais Amazônicos.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Jogo Rápido
Por Tabajara Moreno
Jornal Tréplica - Como o núcleo vai agir pra fortalecer o movimento GLBT?
Francisco - O Núcleo de Diversidade Sexual do Amazonas vai agir como um núcleo GLBT dentro da Katiró – grupo que trabalha com portadores de HIV/Aids. Vamos trabalhar com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus) para dar suporte ao embasamento de políticas públicas do Amazonas voltadas para o público GLBT. A universidade, através da produção de conhecimento, vai ajudar na ruptura do preconceito.
JT - Quais são as maiores dificuldades que o seguimento GLBT enfrenta?
Francisco - Uma das maiores dificuldades encontrados pelo seguimento GLBT é a homofobia que é a discriminação pela orientação sexual. No Amazonas, a auto-afirmação sexual é um grande problema, pois algumas pessoas não se assumem por causa do preconceito dentro de casa, na rua, na escola e isso é um grande problema na formação de novos ativistas que trabalhem na formação de políticas públicas GLBT.
JT - De que maneira as conferências GLBT (ver matéria “Conferência GLBT discute regimento”, postada no Blog) podem contribuíram para minimizar a homofobia e garantir direitos sociais aos GLBT?
Francisco - É uma contribuição significante. Vamos nos reunir em Brasília para discutir as especificidades de cada região. A partir disso, vamos discutir um plano nacional de combate a homofobia que embase a criação de políticas públicas nacionais.
Jornalismo Científico em foco
Por Tabajara Moreno
“A mídia cada vez mais têm demonstrado interesse pelas pesquisas científicas desenvolvidas nas instituições de pesquisa e nas universidades, principalmente, porque a maior parte dos investimentos feitos na área de ciência e tecnologia é oriundo de verba pública, então, a necessidade de difundir a produção desse conhecimento é uma forma de prestar contas à sociedade”, declarou a assessora de imprensa da Fundação de Amparo a Pesquisa no Amazonas (Fapeam) Grace Soares em uma palestra dada aos alunos do quinto período de jornalismo do Centro Universitário do Norte (Uninorte), na noite da última segunda-feira, 28 de abril.
Segundo Grace, o interesse jornalístico pela produção científica aumentou com o advento das discussões sobre o aquecimento global e, portanto, da necessidade de preservar o meio ambiente. Neste novo cenário, a pesquisa científica passou a ser encarada pela imprensa como uma possibilidade de discutir a realidade vigente, assim como, as perspectivas de transformação dos problemas contemporâneos.
Em Manaus, o espaço dado a divulgação científica é tímido, tendo apenas o periódico Amazonas Em Tempo um caderno voltado ao meio ambiente e um encarte que trata sobre ciência e tecnologia. O jornal A Crítica tinha até meados de 2003 uma página destinada à divulgação científica, mas atualmente não disponibiliza um espaço permanente na sua editoração.
Para ela, o jornal Diário do Amazonas é o que dá menos espaço para a divulgação científica por questões editoriais. Grace ressalta ainda que quando é feita a divulgação de ciência e tecnologia, o jornal aborda o tema de maneira sensacionalista.
Além de assessora de imprensa da Fapeam, Grace é mestranda do programa sociedade e cultura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e, enquanto estudante, acredita que o interesse dos acadêmicos de comunicação em desenvolver pesquisas científicas é muito pequeno.
Responsável pela publicação da revista científica “Amazonas faz Ciência” da Fundação de Pesquisa e Amparo à Pesquisa (Fapeam), Grace revela que o maior desafio de produzir a revista é colocar os resultados de trabalhos produzidos pela Fapeam numa revista que contemplasse informações de interesse do público de maneira interessante e compreensível ao grande público.
A revista trimestral “Amazonas faz Ciência’ está na 9ª edição e tem uma tiragem de 10 mil exemplares, que são distribuídos em instituições de pesquisa de todo o país, nas instituições de ensino, assim como órgãos públicos.
Grace afirma que somente o olhar jornalístico é capaz de julgar a relevância social de cada pesquisa e, necessariamente, a difusão dela para sociedade. “O jornalismo científico não precisa ser um espaço de difusão de uma pesquisa, mas pode ser um espaço de discussão. Isso significa que o repórter não precisa apenas pegar uma pesquisa e divulgá-la”, explica Grace.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Da Redação do Tréplica
A Caixa Econômica Federal tem duas mil vagas de estágio para universitários do ProUni (Programa Universidade para Todos). Para participar do processo seletivo, é necessário ser bolsista do ProUni e estar matriculado, no mínimo, no terceiro semestre de cursos de até três anos ou a partir do quinto período dos cursos mais longos.
O estágio é de 25 horas semanais e pode ser renovado por até dois anos. A remuneração é de R$ 475 mensais.
As inscrições estão abertas permanentemente, segundo a assessoria de imprensa da Caixa. Para inscrever-se, é necessário se cadastrar no Ciee ou no IEL.
Atualmente, 11 mil estudantes já trabalham no banco.
Diminui o número de acidentes de trabalho no Brasil
É o que demonstra os dados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com o anuário, o número de acidentes com conseqüências para o trabalhador caiu em mais de 8 mil casos entre os anos de 2005 e 2006.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2007 foram constatadas pelo Programa Segurança e Saúde no Trabalho cerca de 850 mil situações irregulares que, conforme a assessoria do Ministério, foram corrigidas com o programa.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, acontecem cerca ce 270 milhões de acidentes anualmente no mundo, e aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências, conforme a Organização Internacional do Trabalho, chegam a comprometer 4% do PIB mundial.
Lula Visita Manaus e participa de Inaugurações
Daniel Jordano
Em visita a cidade de Manaus, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou veemente um terceiro mandato.Lula cumpriu uma agenda de inaugurações e assinaturas de contratos do programa territórios da cidadania e do PAC (Programa de aceleração do Crescimento) na capital do Amazonas nesta terça-feira. Na ocasião, foram anunciados, para todo o estado, 575 milhões de reais. Só para Manaus, estão previstos 10 milhões de reais.
Lula mandou um recado à oposição. Ele criticou os senadores que apoiaram o fim da CPMF e sob os gritos de partidários que bradavam o nome da Ministra da casa Civil Dilma Rousself , ele afirmou que o governo vai eleger o próximo presidente . “ Eles tem de saber, em auto bom som, que nós vamos fazer o próximo presidente da república neste país, eles podem ficar certos que vamos fazer, mas pra isso temos que trabalhar”, salientou.
Biocombustíveis
Lula também criticou as organizações internacionais que culpam o biodiesel pela crise de alimentos no mundo e afirmou que muitas pessoas falam da Amazônia sem sequer saber onde fica o Brasil. "Se eles cuidassem das florestas deles do jeito que querem, que cuidam da nossa, eles não seriam "países careca", que não tem mais nenhuma árvore plantada, porque desmataram tudo”, afirmou.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Até Quando?
Os naufrágios em Itacoatiara e agora em Manacapuru, evidenciam a falta de fiscalização nas embarcações que cruzam os grandes rios da região. Grandeza essa que Brasília parece desconhecer, mesmo tendo várias pessoas compondo as bancadas do Senado, da Câmara dos deputados e o gabinete do ministério dos transportes. Aliás, onde está a tão prometida sinalização dos rios?
O corpo de bombeiros e a capitania dos portos fazem um grande trabalho na busca por vítimas. No entanto, falta o trabalho de prevenção ocasionado por recursos mínimos. Os homens da marinha parecem enxugar gelo, pois se desdobram para atuar em uma área de distâncias continentais. A falta de controle colabora não somente para acidentes, mas também para a prática de crimes tais como a retirada ilegal de madeira e a biopirataria.
O presidente Lula vai estar nesta terça-feira em Manaus.Seria uma boa oportunidade para as nossas autoridades, ditas competentes, colocarem em pauta o assunto e de uma vez por todas resolverem os problemas da navegação no rio Amazonas.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Golaço!
Da Redação do Tréplica
Aproximadamente 4 mil pessoas morreram e cerca de 3 mil estão desaparecidas desde a passagem de um forte ciclone por Mianmar no fim de semana. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela TV estatal.
Antes de elevar a quase 4 mil o número de mortos, o governo de Mianmar informava que pelo menos 351 pessoas haviam morrido em todo o país depois da passagem no sábado, do ciclone Nargis.
Segundo a Agência Estado, um representante da ONU em Mianmar informou ainda que milhares de pessoas estão desabrigadas e sem acesso a água potável.
MUNDO 2
Na Alemanha, a polícia anunciou nesta segunda-feira ter achado corpos de três bebês no congelador de uma casa em uma pequena cidade do oeste do país.
Um porta-voz da Promotoria da cidade informou sobre a detenção de uma mulher, suposta mãe das crianças.Ela é suspeita de um homicídio múltiplo.
A polícia encontrou os corpos dos bebês após receber a ligação de um parente, que tinha feito a descoberta no porão da casa. O aviso aconteceu neste domingo e a polícia comprovou o fato.
O breve comunicado policial assinala que os bebês "morreram aparentemente pouco após do nascimento". Os corpos das três crianças foram levados ao instituto médico legal (IML) da cidade alemã onde será feita uma autópsia.
MUNDO 3
Três jovens judeus brasileiros foram feitos reféns por aproximadamente 1 hora nesta segunda-feira em um hotel de Varsóvia na Polônia.
Segundo a polícia polonesa, um indivíduo de um país do Oriente Médio seria o suspeito. De acordo com o site G1, o homem identificado apenas como Mohamed, de 23 anos, se trancou com os três jovens judeus em um quarto do hotel.
Os reféns, todos de 16 anos, viajaram para a Polônia com um grupo de jovens para participar, na quinta-feira passada, da Marcha da Vida, em memória dos seis milhões de judeus exterminados pelos nazistas durante o holocausto.
A polícia conseguiu libertar rapidamente os reféns e controlou sem problemas o seqüestrador. A nacionalidade do suspeito ainda está sendo verificada.
BRASIL 1
A ministra da Casa Civil Dilma Rousseff deve ir à Comissão de Infra-Estrutura do Senado para falar sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na próxima quarta-feira. Mas a oposição já avisou que deve fazer perguntas sobre o caso dossiê, que contém informações dos gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o depoimento da ministra estava inicialmente marcado para o dia 30 de abril, porém, um acordo entre presidente da comissão, Marconi Perillo (PSDB - GO), e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB -RO), adiou a "visita".
Os governistas argumentam que a comissão de Infra-Estrutura não tem poderes para ouvir Dilma sobre o vazamento de informações que deu origem ao dossiê.
BRASIL 2
Homens da Defesa Civil de Santa Catarina e do Corpo de Bombeiros resgataram 25 funcionários no município de Lauro Muller.Eles ficaram soterrados em uma mina de carvão, na madrugada desta segunda-feira. Segundo o site G1, houve desmoronamento depois de uma explosão. Uma pessoa está em estado grave e duas seguem desaparecidas.
As informações iniciais divulgadas pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros, davam conta de que 37 pessoas estavam no local, mas o proprietário da mina informou que apenas 27 pessoas trabalhavam no momento do acidente.
Um dos funcionários resgatados está com traumatismo craniano e foi levado para um hospital da cidade.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o acúmulo de gás dentro da mina pode ter sido a causa da explosão.
REGIONAL 1
O fazendeiro Viltamiro Bastos de Moura e Rayfran das Neves Sales voltaram ao banco dos réus, na manhã de hoje, em Belém, capital do Pará. Eles já foram condenados pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, morta em uma área rural de Anapú, no Oeste do estado, no dia 12 fevereiro de 2005.
Vitalmiro recebeu pena de 30 anos de prisão como mandante. Rayfran foi condenado a 27 anos por disparar os tiros que mataram a religiosa.
Segundo o site G1, o fazendeiro vai a júri pela segunda vez porque a pena foi superior a 20 anos de prisão. Rayfran será julgado pela terceira vez. O segundo júri foi anulado porque o Tribunal de Justiça acatou o argumento dos advogados de Rayfran, que alegaram cerceamento de defesa durante o último julgamento.
REGIONAL 2
Começa hoje, dia 5 de maio, o Primeiro Encontro de Programas de Inclusão Digital do Acre, promovido pelo Governo Acreano, por meio da Secretaria Adjunta de Tecnologias de Gestão. O objetivo encontro é capacitar multiplicadores de conhecimento sobre as potencialidades das ferramentas oferecidas pela internet que podem beneficiar as comunidades do Acre.
Cinco oficinas serão oferecidas sobre jornal comunitário on-line, rádio virtual, internet inteligente, técnicas e Open Office - IDBrasil. As aulas serão realizadas durante toda a semana, dividas em quatro locais: Colégio Estadual Barão do Rio Branco, Escola Técnica Campos Pereira, Escola Estadual Professor Mário de Oliveira e Laboratório NTE.
O evento vai contar com a participação do diretor do Departamento de Serviços de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, Heliomar Medeiros, e dos secretários estaduais de Gestão, Educação e Assistência Social, além de outros órgãos do Estado que participam do Programa Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão).
AMAZONAS 1
Cresce o número de vítimas do naufrágio do Barco Comandante Sales em Manacapuru, interior do Amazonas. As buscas às vítimas recomeçaram hoje de manhã. A embarcação naufragou na madrugada de ontem com cerca de 113 passageiros a bordo.
De acordo com informações da Marinha, 30 pessoas podem estar desaparecidas. O número ainda não foi confirmado, pois não havia lista de passageiros na embarcação.
O naufrágio aconteceu aproximadamente 20 minutos depois que a embarcação partiu do Lago do Pesqueiro, onde ocorria uma festa religiosa, quando tombou para um lado.
O Comando do 9º Distrito Naval encaminhou 100 homens para os trabalhos de buscas e resgate, além de uma embarcação do Corpo de Bombeiros, um navio e um helicóptero da Marinha e embarcações civis.
De acordo com a Marinha, a embarcação não estava inscrita na Capitania dos Portos e em janeiro foi apreendida por falta de documentação.
AMAZONAS 2
Índios da etnia Apurinã decidiram liberar a BR-317, em Boca do Acre, no sul do Amazonas, na última sexta-feira. Os indígenas montavam um bloqueio, há dois dias no local, impedindo a passagem de carros e mantendo cerca de 100 motoristas como reféns.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal do Acre, que esteve no local, os índios resolveram terminar o movimento após a visita da coordenação da Funai (Fundação Nacional do Índio), que recebeu uma carta onde os indígenas escrevam as reivindicações da aldeia.
O bloqueio da estrada começou na última quarta-feira à tarde. O grupo resolveu protestar contra a situação precária da rodovia, do lado amazonense, e ainda exigir que toda a reserva indígena seja atendida pelo programa do governo federal 'Luz para Todos'.
Mesmo estando no território do Amazonas, a cidade de Boca do Acre é abastecida pela capital do Acre, Rio Branco.
A rodovia estava sob administração do Governo do Amazonas, desde 2006, mas em razão da falta de obras, o Ministério dos Transportes informou que vai voltar a ser responsável pela estrada.
Boca do Acre ficou sem combustível e desabastecida de verduras e alimentos perecíveis, segundo informações do comandante da Polícia Militar de Boca do Acre, major Fabiano Bó.
Mesmo liberando o trecho, no quilômetro 70, os indígenas prometeram fazer um protesto, ainda maior, caso não sejam atendidos em um mês.
Após a rodovia ser liberada, alguns motoristas tiveram que aguardar socorro, porque os pneus de todos os veículos estavam furados. O major Fernando Bó classificou a atitude dos indígenas como cárcere privado, que é um crime previsto pelo Código Penal.
AMAZONAS 3
A visita do presidente Luís Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, em Manaus, está mudando a paisagem de algumas áreas da cidade.
É o caso de trechos da Cidade Nova onde o presidente Lula vai participar da inauguração do reservatório de água daquela área.
A bola do núcleo 23, por exemplo, está com nova pintura e grama aparada. O mesmo acontece em outros trechos por onde a comitiva presidencial vai passar.
Outras mudanças que a cidade enfrenta, por causa da visita do presidente Lula,0 está no trânsito. Um trecho da Avenida Tefé, entre a Maués e a Ayres de Almeida, foi interditada no fim da manhã de hoje. É que o presidente também vai participar da inauguração da parte urbanizada do igarapé da Cachoeirinha. A informação é do Instituto Municipal de Trânsito (IMTRANS).
Portanto, a interdição na Avenida Tefé começou às 10 da manhã de hoje. E o trânsito só volta ao normal no trecho entre a Maués com Ayres de Almeida no fim da tarde de amanhã.
sábado, 3 de maio de 2008
Deu a Louca na Chapeuzinho e a Filosofia
quinta-feira, 1 de maio de 2008
You Can´t Stop The Beat*
Por Luiz Guilherme
O musical Hairspray – Em Busca da Fama (2007) não tinha a necessidade de fazer isso no século XXI, mas faz duras críticas ao racismo e idealismo norte-americano, através de danças e músicas animadas. Não que seja ruim, muito pelo contrário. Mesmo assim, o filme teve uma recepção fria nos cinemas quando estreou em julho do ano passado. Talvez porque os musicais já não despertam tanto interesse como antes, e também porque boa parte dos espectadores já estão acostumados a assistir, nas telonas, filmes recheados de efeitos especiais. Até os camelôs não deram muita atenção. De todos os lançamentos do ano passado, Hairspray foi o único que eu não vi nas bancas ou sendo anunciado aos gritos pelos piratas.
O filme se passa nos anos 60 na cidade norte-americana de Baltimore, onde vive a gordinha Tracy Turnblad (Nikki Blonsky, sua estréia nas telonas), que sonha em fazer parte do elenco do programa de televisão "The Corny Collin Show", sucesso absoluto entre os jovens da cidade. Na companhia de sua melhor amiga Penny Pingleton (Amanda Bynes) ela faz de tudo para alcançar seus objetivos – também é apaixonada por Link Larkin (Zac Efron, do sucesso adolescente High School Musical), o galãzinho do programa -, mas terá que se esforçar muito para mostrar para todos que é mais do que uma menina gorda e baixinha. Tarefa nada fácil numa sociedade com rígidos padrões de beleza. Para isso, ela, literalmente, rebola muito. E, através de seu jeito diferente de dançar, consegue realizar seu sonho, mesmo contra a vontade da preconceituosa diretora do programa Velma Von Tussle (Michelle Pfeiffer ). Entretanto, Tracy ver de perto o preconceito racial na TV e, por ter amigos negros, acha injusto que eles tenham espaço na televisão apenas uma vez por mês, chamado pelo apresentador Corny Collins (James Marsden), na música de abertura de seu programa, de “Dia do Negro”. É o único dia em que eles podem mostrar seus talentos na TV. O discurso de Tracy de igualdade racial, porém, vai desagradar a muitos. E, por isso, passará a ser perseguida por, supostamente, pregar o Comunismo. Nada estranho nos Estados Unidos dos anos 60, em plena Guerra Fria, onde tudo que cheirava a foice e martelo deveria ser eliminado imediatamente.
O interessante é que temas sérios são abordados com muito bom humor. Tudo em Hairspray é caricatural. Com exceção da cena da passeata promovida por Motormouth Maybelle (Queen Latifah) para protestar contra a proibição definitiva da aparição dos negros na TV, onde ela canta a canção I Know Where I've Been (Sei onde eu estive), praticamente não há cenas sérias ao extremo.
Hairspray é muito mais que assistir Jonh Travolta fantasiado de mulher obesa, interpretando Edna, a mãe de Tracey (interpretada pelo travesti Divine, morto em 1988, na primeira versão), embora todas as mídias que anunciaram o filme deram um destaque considerável a isso. Não é para menos, até porque é o retorno de Travolta aos musicais (gênero que o levou ao estrelato) encarnando um personagem, digamos, desafiador. E tem uma ótima atuação. Aliás, o ator de 53 anos mostra que ainda tem muito fôlego para dançar, mesmo embaixo de muito enchimento e maquiagem.
*Você não pode parar o ritmo (título de uma das músicas do filme)