sábado, 31 de maio de 2008

A Informação e o Processo Social

Por Tabajara Moreno

A informação é a matéria-prima do jornalismo, não apenas porque possibilita o preenchimento das páginas dos jornais, revistas, sites de Internet, e tampouco porque ocupa espaço na TV e no Rádio, mas sim porque é resultado de processos sociais e influencia diretamente na modificação deles.

A opinião pública forja-se no seio da sociedade, portanto, no âmbito dos processos sociais, sendo resultado da vivência do indivíduo e da relação que ele estabelece com o cotidiano. Ela não é ingênua, mas, por vezes comete equívocos, reflexo de sua fundamentação baseada em evidências.

A formação da opinião não se dá de forma mecânica, imediata, ela é um processo, uma construção que se baseia em informações, em evidências presentes à realidade dos indivíduos.

O jornalismo e, por tabela, o jornalista pode contribuir e contribui com a formação da opinião pública à proporção que difunde as notícias. O jornalista consciente do poder e responsabilidade de sua função não pode menosprezar a opinião pública tratando-a como incapaz de exercer discernimento sobre as coisas.

O jornalista precisa dispor de conhecimento, precisa estar armado de fatos e não se amarrar a verdades e ideologias fabricadas. Isso não significa que o profissional de jornalismo tenha de ser alheio às ideologias e, portanto, ao mundo, mas que ele deve ter consciência de que o exercício de suas funções interpretativas e difusoras exige que ele seja capaz de compreender o processo humano.

Jefferson Péres, o melhor senador do Brasil.

Na madrugada de 24 de maio, às 6h15min, morreu o senador Jefferson Péres; de uma ética inabalável, de grande energia e dinamismo, tornou-se um lutador pela causa do povo. Homem respeitado e admirado até pelos seus próprios inimigos.
Com uma argumentação profunda e sistemática conseguia desvelar os verdadeiros interesses da classe política descomprometida com as questões sociais. Uma perda irreparável para o Brasil, tão necessitado de políticos transparentes e éticos. Foi membro de várias CPI’s onde contribuiu com a investigação de inúmeros casos de corrupção e abuso de poder. O parlamento está vazio, o Amazonas chora sua perda e o Brasil lamenta a partida de figura tão ilustre.


Por Joanne Regis e Narda Teles

sábado, 24 de maio de 2008

O Amazonas Está de Luto

"Nada incomoda mais um canalha que uma pessoa de bem. Fere a auto-estima do canalha saber que há pessoas honestas".
(senador Jefferson Péres)
*19/03/1932
+23/05/2008


Jefferson Lindo irmão, *

O teu vôo luminoso
Rasgando nuvens de pedra
E afastando ventos ásperos
Do céu sombrio da pátria
Era como o de bravos pássaros
Desta floresta querida,
Ameaçados de extinção.
Teu coração não parou:
Segue cantando sereno
E poderoso no peito
Fatigado do teu povo.

Deixas a força estrelada
Da esperança: a redenção
Da ética desvanecida
E o triunfo das virtudes
Dos verdes da nossa infância.

(Thiago de Mello)

*Essa homenagem ao senador amazonense Jefferson Péres foi publicada no jornal A Crítica do dia 24 de Maio de 2008.

O senador amazonense, de 76 anos, morreu na manhã desta sexta-feira vítima de infarto.
Jefferson é um exemplo, uma referência ética para os políticos que estão no poder e àqueles que desejam, um dia, exercer um cargo público.

Ele, através de suas atitudes, impedia-nos de generalizar e chamar todos os políticos de corruptos. Calmo, inteligente e de convicções firmes, Péres sabia honrar os votos que recebera do povo para representar o Amazonas no Senado Federal.

Que outros sigam seu exemplo e lutem por um Brasil mais digno e justo.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

quarta-feira, 21 de maio de 2008

A Aventura Continua

As Crônicas de Nárnia é um daqueles filmes que você sabe que vai ter continuação. Não é para menos, afinal, é baseada na série de sete livros do escritor irlandês C.S Lewis. E, após o estrondoso sucesso de O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa (2005), Pedro (William Moseley), Susana (Anna Popplewell), Lúcia (Georgie Henley) e Edmundo (Skandar Keynes) estão de volta ao encantado mundo de Nárnia.

Após passarem um ano longe (se passaram mais de 1.300 anos em Nárnia), houve muitas mudanças: a era de ouro acabou, a terra foi dominada pelos Telmarines e agora quem reina é o malvado rei Miraz (Sergio Castellitto), que faz de tudo para apagar o passado de Nárnia e se tornar líder absoluto. Porém, o empecilho para que isso aconteça é o seu sobrinho, o princípe Caspian (Ben Barnes), legítimo herdeiro do trono. Curioso e perspicaz, o menino investiga e descobre o passado glorioso de Nárnia. Mas, depois de saber que seu tio planeja matá-lo, foge e se junta a um grupo de narnianos, que vivem escondidos de Miraz.

Caspian pede ajuda aos antigos reis do lugar: Pedro, Edmundo, Susana e Lúcia. E juntos, com os animais falantes refugiados (como o ratinho falante e valente Reepicheep) tentam reencontrar Aslam para retirar Nárnia do domínio tirânico de Miraz e, assim, reestabelecer a paz.

A direção continua com Andrew Adamson (Sherek 1, 2 e 3); o que também chama atenção nessa nova aventura é o fato de os atores principais estarem mais crescidos, principalmente a atriz Georgie Henley.

A estréia está prevista para 30 de maio.

Gênero: Aventura/Fantasia
Duração: 140 minutos
Direção: Andrew Adamson
Elenco: Liam Neeson (voz de Aslam), William Moseley, Anna Popplewell, Skandar Keynes, Georgie Henley, Ben Barnes, Sergio Castellitto, Peter Dinklage e Shane Rangi

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Igreja Batista da Chapada realiza mais uma edição da Oficina do Casamento

A Igreja Batista da Chapada realiza no próximo dia 22 (feriado de Corpus Christi) a Oficina do Casamento. Será o dia inteiro de palestras (9:00h às 18:00h) voltada para casais e noivos, com ensinos práticos (baseado na Bíblia) para o bem estar no casamento. O palestrante será o Pr. David Hather, Ph.D.
A Oficina será realizada no auditório da Igreja Tabernáculo Batista (Centro Educacional Batista das Américas) rua Japurá, 172, Cachoeirinha, próxima à Avenida Castelo Branco. A inscrição, incluindo material e lanche, custa R$25,00 por casal ou R$15,00 individual. As vagas são limitadas e as inscrições devem, de preferência, serem feitas antecipadamente. Informações pelo telefone 3236-6218 ou 3634-4005.

A Oficina do Casamento já foi realizada em outras cidades como: Cruzeiro do Sul- Ac, Curitiba, Cascavel, Rio Branco, Cornélio Procópio, São José dos Campos, Macapá etc. Em Manaus tem sido um grande sucesso.

domingo, 18 de maio de 2008

Racional ao Emocional ou Vice e Versa

Peixoto gostava de Clarinha, e ela também gostava dele. Conheceram-se na faculdade, na hora do intervalo. Ela cursava Direito, ele Filosofia. Ambos eram aplicados nos estudos. Quem apresentou Clarinha a Peixoto foi uma colega da amiga dele. Tiveram uma longa conversa. Foi amor à segunda vista, pois precisaram conversar mais uma vez para se apaixonarem, a primeira conversa foi apenas acadêmica.

Um namoro intelectual foi iniciado: pouco beijo, muito debate. Concordavam em muitos pontos. E não se incomodavam nem um pouco com isso. Mas, após dois meses de love, tiveram a primeira briguinha. Coisa boba. Para ele. Para ela não. E discordaram num ponto de vista pela primeira vez. Ela se enraiveceu bastante, TPM, sabe. E no ápice da emoção, ela colocou um ponto final na relação. O intelectual-racional Peixoto desesperou-se. Era a paixão.

Foram três dias de silêncio. Nenhuma mensagem de celular, nenhum e-mail, nenhuma resposta e, ainda por cima, ela tomou chá de sumiço. Após a briga, não foi mais às aulas. Foi demais para Peixoto. Não conseguia parar de pensar nela, não conseguia prestar atenção nas aulas, não conseguia elaborar um argumento, não conseguia filosofar. A vida estava insossa. Peixoto tentou folhear um jornal para distrair-se um pouco. Foi aí então que viu um anúncio, bem no canto da página. Era um texto corrido, escrito num quadrado de cores frias que anunciava: “Búzios, vidência, amarração. Separação, vícios, saúde, amor mal resolvido, devolvo a pessoa amada em poucos dias...” era o que ele mais queria: ter Clarinha de volta. Pegou o celular e por alguns momentos pensou em desistir, pois nunca acreditara naquilo, achava bobagem, charlatanismo, mas o coração falou mais alto. Digitou os números e aguardou ansiosamente. Tu... tu... tu... A cada “tu”, o frio na barriga aumentava. Uma voz rouca atendeu. E no momento da fala de Peixoto, outra voz, desta vez doce e suave, trouxe-o de volta à realidade. “Podemos conversar?” Era Clarinha com o sorriso esticado, bem na sua frente. “Alô?!” Gritava, em vão, a voz rouca do outro lado da linha.

Ele cruzou os braços. Olhou sério para Clarinha, tentando disfarçar a alegria, e disse: “vamos. Sente-se”. O celular tocou. Era a vidente retornando a ligação. Peixoto com o celular numa das mãos ignorou o chamado. Preferiu colocar os pingos nos “is” com Clarinha. E mais uma vez, a racionalidade roubava um cliente da vidente.

Peixoto e Clarinha viveram felizes para... por algum tempo.

Luiz Guilherme Maio/08

sábado, 17 de maio de 2008

Morre Zélia Gattai

A escritora Zélia Gattai Amado, esposa do escritor Jorge Amado (1912 - 2001), faleceu aos 91 anos às 16:30 deste sábado em Salvador. A escritora, que estava internada desde o dia 16 de Abril, se recuperava de uma cirugia no intestino. Após uma breve melhora, seu estado de saúde piorou rapidamente nos últimos dias.


Zélia nasceu no dia 2 de junho de 1916 em São Paulo. Conheceu Jorge Amado em 1945 quando os dois trabalhavam juntos no moviemnto pela anistia dos presos políticos. Desde então, Zélia passoua datilografar os textos originais do marido. Ela entrou na literatura aos 63 anos de idade com o livro "Anarquistas, Graças a Deus" (1974), que vendeu aproximadamente 250 mil exemplares no Brasil.

Após a morte do marido em 2001, Zélia tomou posse, em Maio de 2002, da cadeira n°23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que tinha sido ocupada por Jorge Amado. Em seu discurso de uma hora, a escritora lembrou da sua infância e da obra do marido.

Ela foi considerada pela revista "Forbes", em 2006, uma das mulheres mais influentes na área cultural do Brasil.

Zélia Gattai deixa dois filhos, Paloma e João Jorge Amado, nove netos e cinco bisnetos.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Jornalistas Blogueiros

É cada vez mais comum jornalista ter um blog. Alguns são veteranos que saíram dos meios tradicionais, outros atuam nos dois espaços

Por Luiz Guilherme Melo

Você tem um blog? Se responder que não pelo menos vai dizer que já visitou ou visita regularmente um. Blog era definido, inicialmente, como uma espécie de diário íntimo na internet. No entanto, com o passar do tempo, evoluiu e se tornou mais do que um espaço onde se escreve coisas íntimas; pelo contrário, acabou se tornando um meio democrático onde qualquer pessoa pode expor suas opiniões sobre os mais variados assuntos. Blog vem do inglês weblog (log significa diário e web virtual), cuja abreviação foi popularizada. Estima-se que existam hoje mais de 10 milhões de diários virtuais espalhados pelo mundo. Cada um com suas particularidades. Uns são dedicados a apenas falar de música, outros de política. O blog virou febre e se tornou uma grande oportunidade para pessoas anônimas compartilharem com o mundo os seus pontos de vista. Mas, não são apenas os anônimos que usufruem dos blogs. Personalidades da música, literatura, teatro, TV e jornalismo também mantêm diários virtuais. Sim, há muitos jornalistas blogueiros expondo suas opiniões no espaço virtual. Soa estranho, já que esses profissionais, naturalmente, têm mais facilidade de opinar nos meios tradicionais. Mas é fato.


Jornalistas veteranos como Ricardo Noblat e Josias de Souza, por exemplo, escrevem diariamente em seus blogs. Mesmo assim, não está acontecendo necessariamente um êxodo de jornalistas para a internet. Muitos continuam trabalhando nas redações das mídias tradicionais. “A web tem sido muito procurada por jornalistas que querem trabalhar com mais liberdade, sem a imposição da relação comercial dos veículos comerciais. A internet é o veículo mais democrático de comunicação onde todo mundo pode escrever o que pensa e o que quer. Porém, os jornalistas, no uso desse meio, não estão livres de cumprir o código de ética, e jamais abandonar o compromisso social inerente à profissão”, analisa o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Amazonas (SJP/AM), Cezar Wanderley.


O que leva um jornalista a criar um blog? Liberdade? Talvez. A jornalista Betsy Bell, que escreveu uma coluna sobre a política amazonense em três jornais, por exemplo, migrou para a internet e publicava diariamente notas para o Blog da Bell. Era como a sua coluna diária, só que no espaço virtual e com mais recursos. “Acho que o blog é a mídia mais contemporânea do momento. Nele, além do espaço democrático, o sistema ainda é multimídia podendo incluir textos, fotos, áudio e vídeo. Ainda não acho um fenômeno, uma vez que pouco dá para lucrar com o mesmo, mas é uma tendência fundamental e será mais ainda em pouquíssimo tempo”, afirmou. Indagada sobre a diferença entre suas colunas nos jornais impressos e seu blog ela não hesitou em afirmar que manteve a mesma linguagem nos dois espaços: frases curtas com pitadas de humor, porém, com mais liberdade de publicação. “Nos jornais, as notas eram constantemente censuradas, o que não acontecia no blog”, relatou. O professor Rogério Christofolettiz, Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) ressalta que o blog não é sinônimo de liberdade. “Não vejo os blogs como a salvaguarda da independência ou da liberdade de expressão. Ver assim é uma certa ilusão. Blogs também podem estar seriamente comprometidos editorial ou financeiramente. Basta ver, por exemplo, blogs ligados a grandes portais que só indicam blogs do mesmo portal e não apontam para outras direções discordantes ou dissonantes”, diz.


Nem só de conteúdo jornalístico vive um diário virtual mantido por jornalista. O blog “As Palavras Mais Sinceras” do jornalista e fotógrafo Raphael Alves une fotografia com literatura. Um casamento que deu certo e vem fazendo sucesso. Cada poema é ilustrado por uma fotografia de sua autoria. “O meu blog é o espaço para eu dizer o que penso, o que vejo e o que sinto sobre meu dia-a-dia. Mantenho-o porque gosto da interação que ele me proporciona junto ao leitor”, conta. Em relação ao principal motivo de um jornalista manter um blog ele diz: “Censura há nas redações, assessorias, no dia-a-dia, em todo canto. É velada, mas existe. O blog é um caminho, uma válvula de escape. Porém, há outra questão com a qual o jornalista deve se ocupar. Ele é ou não censor de si próprio? Às vezes, o comunicador exerce a censura sobre suas próprias idéias e, neste caso, não há blog, site, ou outra ferramenta de expressão que dê jeito”, filosofa o repórter fotográfico do jornal Diário do Amazonas, que recentemente foi premiado no III Concurso de Fotografia Next-Photo, de São Paulo.


O jornalista Ricardo Noblat é um dos mais famosos a manter um blog. Depois de deixar o jornal Correio Braziliense, não dar certo no jornal baiano A Tarde e sua coluna semanal no jornal carioca O Dia durar apenas dois meses, Noblat decidiu entrar de vez no universo blogueiro e tentar viver disso. Para ele deu certo, e atualmente seu blog está hospedado no site do jornal carioca O Globo. Juntamente com o exemplo dele nasceu um possível mercado de trabalho para o futuro. Digamos que ainda é cedo para pensar nisso, mas há quem acredite que isso já é uma realidade. “O Blog na verdade já é um mercado. Claro que vai crescer mais. No entanto, já emprega muita gente. Veja o blog do ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu. Ele escreve no seu blog, mas Dirceu não está sozinho. Há uma equipe que produz pra ele, edita e fotografa. O jornalista Raimundo Holanda, do Blog do Holanda, também. Outro dia ele contratou um repórter para fazer uma entrevista para o blog. Então, os espaços estão se ampliando, sim”, analisa o presidente do SJP/AM Cezar Wanderlei. Mas ele alerta: “Nesses casos, os jornalistas voltam a ser empregados e precisam estar atentos para não ter desrespeitados seus direitos”, diz.


Há exemplos, mas, por ser uma mídia muito nova, a internet não é um campo seguro em dois sentidos: como mercado de trabalho e como fonte de pesquisa, pois há muita informação e pouca credibilidade. Logo após o “boom” da internet no Brasil, os grandes portais contrataram muitos jornalistas das redações tradicionais com a promessa de salários altos. Porém, quando a febre esfriou, a maioria estava no olho da rua. “Um possível mercado de trabalho para o futuro? Pode ser, mas qualquer coisa que se diga agora é pura especulação”, diz com uma boa dose de desconfiança o professor Rogério Christofolettiz. Só o tempo dirá.

Endereço de alguns blogs mantidos por jornalistas

Ricardo Noblat – escreve sobre os bastidores da política.
(oglobo.oglobo.com/pais/noblat/);.

Josias de Souza – no seu blog são publicados textos sobre a política brasileira.
(josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br);

Reinaldo Azevedo – Idem (veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/);

Raimundo Holanda – seu blog trata sobre a política amazonense.
(http://www.blogdoholanda.com.br/);

Raphael Alves – mantém blog literário com poemas ilustrados com fotografias, ambos de
autoria dele. (aspalavrasmaissinceras.blogspot.com);

Rosana Hermann – a jornalista escreve sobre tudo. Aliás, o slogan do blog já diz tudo:
“especialista em generalidades” (queridoleitor.zip.net/).

Saiba mais:

Segundo o artigo científico do professor doutor Rogério Christofoletti, que desenvolveu em parceria com a universitária Ana Paula França Laux, “Blogs Jornalísticos e Credibilidade: Cinco Casos Brasileiros”, os blogs que mais postaram textos no mês de novembro de 2006 (época do
desenvolvimento da pesquisa) foram o do Noblat (817), Reinaldo Azevedo (510) e Querido Leitor (325); o blog que mais recebeu comentários também foi o do Noblat (42.431), equivalente a 141,436 comentários por dia.




quinta-feira, 15 de maio de 2008

Combate à fumaça preta

Prefeitura passa e exigir ‘autofiscalização’ para empresas de transporte com veículos movidos a diesel

Mário Bentes

A partir de agora, todas as empresas de transporte de cargas e passageiros que trabalhem com veículos movidos a diesel deverão implantar programa interno de autofiscalização como forma de monitorar e reduzir os índices de emissão de poluentes tóxicos na atmosfera. A nova exigência faz parte do Programa Municipal de Controle de Poluição Veicular e agora integra o processo de certificação ao qual toda a frota de veículos das empresas que prestam este tipo de serviço já é obrigada a fazer – o Certificado de Registro Cadastral (CRC), que é concedido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) após uma série de testes de opacidade, onde cada veículo é avaliado para detectar se os índices de poluentes (fumaça preta) estão abaixo dos limites máximos exigidos pela legislação.
Com o novo modelo de certificação municipal, em vigor desde a última terça-feira (12), a obtenção do CRC – que continua válida somente por um ano – só se efetivará por completo se além da aprovação da frota, após os testes de opacidade, as empresas também apresentarem, em um prazo máximode 60 dias, uma proposta de implantação do Programa Interno de Autofiscalização (PIA), com cronogramas detalhados de prazos de execuçãode, testes de opacidade, de ações preventivas e de manutenção corretiva dos veículos que forem reprovados nos referidos testes. “A Prefeitura fiscaliza os veículos que trafegam no município como forma de minimizar as emissões de gases poluentes que contribuem de forma efetiva para o agravamento do aquecimento global”, afirma a secretária municipal de Meio Ambiente, Luciana Valente, lembrando que a exigência atende simultaneamente às determinações do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – portaria nº 85/96 –, Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) – resolução nº 07/93 – e Código Ambiental do Município de Manaus, de acordo com a Lei 605/01.
Controle de poluição fica mais rígido
Luciana explica que com a nova metodologia de certificação, o monitoramento da poluição do ar na cidade de Manaus, provocada por veículos, vai ficar mais rígido. “Cada empresa deverá apresentar um diagnóstico da situação atual de suas frotas com trabalhos de levantamento e avaliação, informando a disponibilidade da empresa em termos de infra-estrutura para estacionamento e garagem para os veículos e serviços de manutenção, assim como informar à Prefeitura os serviços de lubrificação, abastecimento, troca e reposição de peças, lavagem e outros serviços técnicos realizados junto aos veículos”, explica Luciana, ressaltando que o empreendedor também deverá informar seus dados (nome/razão social, endereço, CNPJ e atividade desenvolvida) e do responsável técnico pela elaboração do PIA (nome/razão social, endereço,telefone e registro profissional).
Outro ponto destacado pela secretária é o fato de que o trabalho de elaboração e implantação do PIA em cada empresa deverá ser executado por profissional habilitado, que possua formação adequada e compatível com as atividades, e que saiba executar as medições dos índices de resíduos poluentes (fumaça preta). “Somente assim vamos garantir uma redução da emissão de poluentes na atmosfera”, salienta.
Nova exigência mantém Manaus com baixos índices de poluição
Luciana Valente afirma que o novo modelo de CRC também vai garantir que a cidade de Manaus permaneça com níveis de poluição considerados baixos, segundo a legislação. A qualidade do ar da cidade foi analisada ininterruptamente ao longo dos três meses que antecederam a II Conferência Municipal de Meio Ambiente, realizada em fevereiro deste ano na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra-Manaus). Os testes realizados diariamente pelo engenheiro ambiental Alan dos Santos revelou que os índices de partículas poluentes dispersas na atmosfera eram baixos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

E o Troféu Jaca Verde vai para....

O caderno esportivo Craque, publicado diariamente no jornal A Crítica, que estampou o seguinte título numa de suas matérias da semana passada: "Travestis Dão Pra Trás (sic)". A matéria era sobre os travestis, envolvidos naquela confusão com o Ronaldo, que em novo depoimento mudaram a primeira versão na qual afirmavam que o jogador havia usado drogas e tido relações sexuais com eles. O caderno está de parabéns pelas mudanças, mas o título de mal gosto tirou um pouco do brilho.


O caixa da livraria Valer. Infelizmente, boa parte dos amazonenses não tem o precioso hábito da leitura, e quando alguém entra na livraria para COMPRAR UM LIVRO, o caixa (de mau humor) não dá um "boa tarde", não diz "obrigado" e muito menos "volte sempre" acompanhado de um sorriso, ou seja, não cativa os leitores fiéis. Não é a primeira vez que testemunho isso.
A educação não tem fronteiras, e deve estar presente em todos os lugares, principalmente numa livraria.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Temporais e Suas Consequências

Quando Manaus é castigada pelos temporais nos "meses de chuva" sempre há famílias desabrigadas, casas alagadas, perda de móveis e eletrodomésticos, e buracos abertos em todos os cantos da cidade. Essa "cratera", por exemplo, abriu no bairro da Redenção, zona Centro-Oeste de Manaus, e foi registrada após o temporal de Abril.
Foto: Gedalias Souza

Da Redação do Tréplica

Preço do cimento varia 82% em todo o Brasil, segundo IBGE
No primeiro trimestre de 2008, o consumo do cimento cresceu 13,6% e o preço variou 82,2% em todo o Brasil.
Em São Paulo e no Distrito Federal a saca de 50 kg custa R$ 15, 50, o menor valor médio do país. O Acre é o estado onde o preço é mais elevado. Lá uma saca custa em média R$ 28,25. O Amazonas é o quarto lugar onde o cimento é mais caro no Brasil. Aqui, a saca custa em média R$ 26,31.
Zona Norte de Manaus tem epidemia de dengue
946 casos já foram registrados até o dia 8 de Maio, conforme relatou ao site Portal Amazônia a chefe da divisão de vigilância sanitária do Distrito de Saúde Norte (Disa), Joana Costa Barroso.
A vigilância sanitária não tem estatísticas de outras zonas da cidade, mas confirma a epidemia na zona norte. Comparando-se com o mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 264% no número de casos.
Ainda de acordo com informações dadas por Joana ao Portal Amazônia, no bairro da Cidade Nova o número de casos dobrou. No Novo Israel, o índice cresceu 1,216%.
PM apreende DVD com imagens do resgate das vítimas do naufrágio do barco “Comandante Sales”
Policiais Civis e Militares apreenderam em Manacapuru (a 68 quilômetros a oeste de Manaus) DVDS e CDs com imagens do resgate das vítimas do naufrágio do barco ‘Comandante Sales 2008’. Os DVDS e CDS estavam sendo vendidos a R$ 20.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, além dos DVDS e CDs, também foram recolhidos computadores utilizados na produção dos vídeos.
O juiz Alexandre Novaes disse que acatou a solicitação do Ministério Público para evitar a exploração das imagens e preservar as famílias afetadas pelo naufrágio.
Conforme a assessoria de imprensa da PM, o juiz afirmou que a polícia do município está investigando falsas comunicações de desaparecidos e que as pessoas investigadas podem estar aproveitando a tragédia para conseguir uma declaração de morte presumida e se livrar de obrigações civis e criminais. Pelo menos três casos estão sendo apurados pela polícia.
Dados da polícia e da Secretaria de Assistência Social de Manacapuru apontam a existência da comunicação de 12 desaparecidos associados ao naufrágio.
Concurso do Ipaam prorroga inscrições até o dia 16 de maio
As inscrições para o concurso do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para o preenchimento de 61 vagas para analistas foram prorrogadas até a próxima sexta-feira (16). A prorrogação do prazo de inscrições só é válida para Manaus, pois para o interior do Amazonas, as inscrições encerraram na Sexta-feira (9).
O edital do concurso será aprimorado, mas as mudanças não vão afetar os candidatos já inscritos.
A inscrição para o concurso pode ser feita no Centro de Tecnologia do Amazonas (CETAM), localizado na Avenida Djalma Batista 440/A, bairro N. S. das Graças, nos horários de 8h às 12h e 13h às 17h.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Golaço Esporte Clube estréia na Rádio Parque dos Bilhares

Estreou, ontem, na rádio Parque dos Bilhares o programa Golaço Esporte Clube com apresentação dos estudantes de Jornalismo Mário Bentes, Daniel Jordano e Luiz Guilherme. Falar sobre esportes, principalmente futebol, de forma irreverente é a principal proposta do programa, que começou como uma brincadeira nas aulas de Jornalismo Especializado da faculdade.

Especialmente domingo que vem (18/05), o programa terá duas horas de duração (20:00h às 22:00h) e a partir do dia 25 de maio uma hora (20:00 às 21:00h).

A partir de agora, quem resolver passear pelo Parque dos Bilhares (av.Djalma Batista ou av. Constantino Nery) nas noites de domingo vai ter a oportunidade de ouvir, através das "bocas de ferro" espalhadas estrategicamente pelo parque, os resultados dos jogos da rodada do brasileirão, séria A,B e C, curiosidades sobre esportes, principais destaque esportivos da semana e informações sobre os Jogos Olímpicos de Pequim, tudo, é claro, com humor refinado.

sábado, 10 de maio de 2008

Eu e Os Cálculos

“Irão cair questões de matemática”. Gelei. Não, não é pavor e muito menos trauma dessa matéria, considerada terror de dois entre três alunos, é... Não sei como explicar. Francamente, eu e a matemática nunca tivemos uma relação amistosa. Sempre houve desentendimentos, discussões acaloradas e ofensas mútuas.

A matemática, para mim, sempre foi aquela vizinha que mora na esquina: você sabe quem é, conhece um pouco e, quando a encontra por aí, só cumprimenta com um sorrisinho, sem mostrar os dentes porque isso é para os íntimos.

O que sei dela é o suficiente para viver, para passar e receber troca e também para planejamentos financeiros. Só. E nada mais. Na infância sim, eu não parava de pensar nela, forçado, é claro, pelas minhas autoridades. Pensava nos seus resultados e fórmulas. Obrigado, senão eu correria sérios riscos de repetir o ano escolar. E o que eu mais temia era passar o natal com caderno e lápis nas mãos.

Falando nisso, por causa dela fui duas vezes para a temida recuperação. Safei-me nas duas ocasiões, porque o medo de repetir foi um incentivo e tanto para eu dedicar um pouco mais de tempo para estudá-la. Anormal em dias tranqüilos.

A última vez que tivemos um contato mais próximo faz um tempinho. Foi no terceiro ano do ensino médio, pouco antes de eu entrar na faculdade. Foi um ano que a ignorei. Ela fez o mesmo. E no final, cada um foi para o seu canto.

Hoje, eu e a matemática temos uma relação cordial e seguimos fielmente a política da boa vizinhança. Cumprimentamos-nos através de sorrisos amarelos, e só nos falamos (rapidamente) quando eu preciso dela, ou seja, quase sempre. É duro admitir que isso aconteça com freqüência, fazer o quê. Mas, quando alguém se atreve a tirar alguma dúvida sobre ela, respondo firmemente: “a matemática nunca foi minha matéria preferida”. Felizmente, a pessoa não insiste. Melhor assim: ela lá e eu aqui.
Sempre tivemos um relacionamento cinzento.

(Luiz Guilherme Abril/2008)

Da Redação do Tréplica

viciado roubava livros para pagar a droga
Em Portugal, um viciado em heroína roubava livros raros para comprar droga. O suspeito se fingia de repórter para ter acesso a acervos e teria levado 150 livros de 11 bibliotecas da cidade do Porto.
Entre as edições raríssimas levadas, está uma edição do livro “mensagem”, de Fernando Pessoa, no valor de 2500 euros. O Ministério Público Português informou que os furtos aconteciam há, pelo menos, dois anos e ao todo ele teria levado 40 mil euros em livros. O caso está sendo julgado.

Diagnóstico: Virose

Por Tabajara Moreno

No dicionário eletrônico Aurélio a palavra Virose é definida como enfermidade produzida por um vírus e, lamentavelmente, nos hospitais e postos de saúde manauenses a assertiva virose é fator predominante na hora do diagnóstico médico, o que decorre mais pelo desinteresse em conhecer as doenças, que pela dificuldade de constatação delas.

Para início de conversa devo esclarecer que a banalização do diagnóstico da virose não é exclusividade dos hospitais públicos. Haverá quem discorde, mas não tem importância. O objetivo deste artigo é questionar o desleixo com que alguns profissionais de saúde tratam as pessoas.

No final de Dezembro de 2007, a dengue hemorrágica vitimou uma criança de onze anos no bairro da Compensa 1. Logo após os primeiros sintomas da doença: febre e dor no corpo; a família o levou ao médico que após uma brevíssima consulta liberou o paciente supostamente acometido pela virose. As únicas indicações foram algumas injeções na enfermaria do hospital, repouso e os habituais remédios para febre, caso ela reincidisse.

A febre, as dores no corpo e na cabeça voltaram com mais intensidade e, dessa vez, acompanhadas de vômito. Imediatamente a família levou a criança ao pronto-socorro e outro médico examinou o paciente diagnosticando dengue hemorrágica. Dali a três dias a criança sairia do hospital em óbito.

A estudante universitária Sandra Maria*, 25, estava com febre, tossindo muito e com dor no corpo quando procurou o atendimento médico num Pronto – Socorro de Manaus. O profissional que a atendeu sequer se deu ao trabalho de examiná-la. Ela conta que quando adentrou ao consultório, o médico estava utilizando um Note book e mesmo depois dela entrar, ele permaneceu no equipamento negligenciando atenção a ela.

Ele foi breve e óbvio: É virose! A universitária cumpriu as prescrições médicas e foi para casa. Entretanto, as tosses e as febres persistiram e uma dor bastante incômoda nas costas dela começou a aparecer.

Envolvida com atividades da faculdade, Sandra viajou para o município de Manacapuru, interior do Amazonas, cerca de 90 quilômetros de Manaus, mesmo estando doente e lá, o primeiro contato com o médico de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município foi mais produtivo que as várias horas e dias gastos no Pronto – Socorro de Manaus.

O médico suspeitou que a universitária estivesse com tuberculose e, depois de alguns exames, as suspeitas foram confirmadas. Ainda bem que dessa vez, a universitária conseguiu se cuidar antes que a doença se agravasse.

Apenas estes dois episódios relatados neste artigo, obviamente não são capazes de dimensionar a realidade do atendimento à saúde em Manaus, tampouco no Amazonas. E também este artigo não tem essa pretensão. Entretanto, os casos aqui relatados representam uma realidade do atendimento médico marcada por um descaso reprovável.

O desrespeito às pessoas não é regra dos profissionais de saúde, definitivamente não. Os verdadeiros profissionais estão sempre interessados na melhor maneira de contribuir com a recuperação dos doentes. Os pseudoprofissionais preferem ser óbvios e levianos.

*Nome fictício.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Um Sedutor Ameaçado


Ciência comprova aquilo que o mito dizia há muito tempo, no entanto a caça predatória vem ameaçando os botos da Amazônia.
Foto: BBC/Brasil

Por Luiz Guilherme

Pesquisadora dos botos há mais de dez anos, a bióloga Vera da Silva do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa) fez uma descoberta científica que confirmou aquilo que o mito sempre propagou: o boto é um animal romântico e sedutor. Juntamente com Tony Martin, pesquisador do Bristsh Antartic Survey, Vera observou que os golfinhos da Amazônia tentam fisgar o coração de uma fêmea com “presentinhos” como pedaços de pau, argila e mato. Em princípio, pensou-se que o fenômeno era apenas mais uma brincadeira de botos jovens, porém, depois de um tempo de observações, constatou-se que os machos adultos apresentavam esse tipo de comportamento. Aliás, o estudo, desenvolvido na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, no município de Tefé (a 523 quilômetros de Manaus), sugere que os botos que cortejam as fêmeas são aqueles que conseguem se tornar pais. A pesquisa foi apresentada no final do ano passado numa conferência sobre mamíferos marítimos na África do Sul.

Saltando sozinhos ou em duplas pelas águas da bacia do rio Amazonas, os botos sempre encantaram os turistas e mexeram com o imaginário dos ribeirinhos. Existem duas espécies na Amazônia, o vermelho (Inia Geoffrensis), conhecido também como boto cor-de-rosa, e o cinza (Sotalia Fluviatilis) ou tucuxi. Eles são lobos (aquáticos) solitários. Normalmente os que nadam em duplas são mãe e filho. Não são apegados à idéia da tribo fixa e só se juntam para se alimentar e, é claro, se acasalar.

A reprodução do boto costuma ocorrer quando o rio começa a encher, e os filhotes nascem depois de 11 meses, quando o rio está secando. A fêmea só tem um por vez e só terá outro após três anos. Todos nascem na cor cinza, medindo de 85 a 90 centímetros, pesando de nove a 13 quilos, e vão clareando conforme se desenvolvem. Apenas os botos machos bem velhos ficam totalmente rosados. O vermelho é o maior. Machos adultos medem 2,5 metros e pesam cerca de 180 quilos. O tucuxi mede 1,5 metro quando adulto.

A fama de sedutor vem de longe. O boto é o protagonista de um mito popular na Amazônia brasileira. Diz a lenda que ele, em noites de festas, sai da água transformado num belo rapaz de terno branco e chapéu, para esconder o orifício na cabeça, por onde ele respira. Bom dançarino e sedutor, conquista logo a moça mais bonita da festa. Leva-a para a beira do rio e... Os mais céticos sempre disseram que a lenda é só um argumento das mocinhas para justificar uma gravidez não planejada e para esconder namoros proibidos. Porém, até hoje é comum nas comunidades mais distantes chamar de “filho do boto” aquela criança que ninguém sabe quem é o pai. Por causa da lenda, o golfinho da Amazônia sempre foi visto como animal sedutor. É comum encontrar nos mercadões os olhos e a genitália do animal, para servir de amuleto para conquistar a pessoa amada. “Isso é mais comum no Pará”, conta a pesquisadora Vera da Silva.

Mesmo longe das narrativas míticas eles não deixam de ser encantadores. Brincalhões, como seus primos do mar, os botos seduzem qualquer um que anda de barco pelos rios amazônicos. É impossível não ficar um bom tempo observando-os quando eles começam a se exibir, geralmente no amanhecer e no entardecer. Mesmo assim, as famílias ribeirinhas sempre preferiram manter os botos vermelhos bem longe de suas casas. Melhor para ele. O mito ajudou na preservação e evitou que o golfinho de água doce tivesse o mesmo destino que o peixe-boi: a quase extinção. Não é por acaso que a população de botos é maior na Amazônia, o único lugar do mundo onde esse animal permanece preservado.

Mas nem tudo são vitórias-régia. O dinheiro vem desmistificando o boto e aos poucos ele tem se tornado alvo de pescadores. Desentendimentos entre homem e boto sempre houve. É comum pescadores matarem o boto por vingança, porque ele costuma danificar suas redes de pesca à procura de peixes. Ultimamente o golfinho da Amazônia tem sido caçado também para servir de isca para a pesca da Piracatinga (Calophysus Macropterus), popularmente conhecido como peixe urubu, espécie de bagre muito popular na Colômbia e que é vendido pelo preço de R$ 0,40 a R$ 1,00 o quilo. Segundo Vera, estima-se que 150 botos são mortos por ano apenas para servir de isca. Com essa prática, a população de golfinhos da Amazônia começou a cair na região do Alto Solimões, no município de Fonte Boa (a 665 quilômetros de Manaus), por exemplo, onde há famílias que tiram o seu sustento pescando piracatingas.

Se a matança continuar nesse ritmo, o número de botos diminuirá consideravelmente na Amazônia brasileira, porque, assim como seus vizinhos, peixes-boi, os golfinhos da Amazônia demoram a se reproduzir. Vivem cerca de 45 anos e demoram a ficar maduros para gerar descendentes. Os machos têm de esperar ficarem fortes o suficiente para enfrentar a concorrência e tentar conquistar uma fêmea, que atinge a maturidade sexual aos sete ou oito anos de idade.

Felizmente nossos rios ainda estão cheios deles. Porém, as autoridades brasileiras precisam tomar uma atitude antes que seja tarde demais. Inicialmente, deve haver uma conscientização dos pescadores sobre o tamanho do prejuízo que é matar um boto, seja lá qual for o motivo. Feito isso, a natureza se encarrega do resto: os botos machos cortejando as fêmeas a fim de garantir a futura geração e não correr o mínimo risco de extinção. E que o boto não seja apenas um ícone folclórico, mas, ao lado do peixe-boi, seja também símbolo da preservação dos animais Amazônicos.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Jogo Rápido

Conhecimento na luta contra o preconceito

Por Tabajara Moreno

Fortalecer o movimento GLBT no Amazonas e embasar a formulação de políticas públicas para esse seguimento social. Essa é uma das propostas do Núcleo de Diversidade Sexual do Amazonas lançado no dia 24 de Abril, no prédio da Fiocruz, Adrianópolis. O coordenador do núcleo, Francisco Nery, conversou com o Jornal Tréplica e destacou a importância do conhecimento científico no combate a homofobia e na valorização dos direitos do seguimento GLBT.

Jornal Tréplica - Como o núcleo vai agir pra fortalecer o movimento GLBT?
Francisco - O Núcleo de Diversidade Sexual do Amazonas vai agir como um núcleo GLBT dentro da Katiró – grupo que trabalha com portadores de HIV/Aids. Vamos trabalhar com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus) para dar suporte ao embasamento de políticas públicas do Amazonas voltadas para o público GLBT. A universidade, através da produção de conhecimento, vai ajudar na ruptura do preconceito.

JT - Quais são as maiores dificuldades que o seguimento GLBT enfrenta?
Francisco - Uma das maiores dificuldades encontrados pelo seguimento GLBT é a homofobia que é a discriminação pela orientação sexual. No Amazonas, a auto-afirmação sexual é um grande problema, pois algumas pessoas não se assumem por causa do preconceito dentro de casa, na rua, na escola e isso é um grande problema na formação de novos ativistas que trabalhem na formação de políticas públicas GLBT.

JT - De que maneira as conferências GLBT (ver matéria “Conferência GLBT discute regimento”, postada no Blog) podem contribuíram para minimizar a homofobia e garantir direitos sociais aos GLBT?
Francisco - É uma contribuição significante. Vamos nos reunir em Brasília para discutir as especificidades de cada região. A partir disso, vamos discutir um plano nacional de combate a homofobia que embase a criação de políticas públicas nacionais.

Jornalismo Científico em foco

Assessora de imprensa da Fapeam fala das dificuldades da divulgação científica no Amazonas.

Por Tabajara Moreno

“A mídia cada vez mais têm demonstrado interesse pelas pesquisas científicas desenvolvidas nas instituições de pesquisa e nas universidades, principalmente, porque a maior parte dos investimentos feitos na área de ciência e tecnologia é oriundo de verba pública, então, a necessidade de difundir a produção desse conhecimento é uma forma de prestar contas à sociedade”, declarou a assessora de imprensa da Fundação de Amparo a Pesquisa no Amazonas (Fapeam) Grace Soares em uma palestra dada aos alunos do quinto período de jornalismo do Centro Universitário do Norte (Uninorte), na noite da última segunda-feira, 28 de abril.

Segundo Grace, o interesse jornalístico pela produção científica aumentou com o advento das discussões sobre o aquecimento global e, portanto, da necessidade de preservar o meio ambiente. Neste novo cenário, a pesquisa científica passou a ser encarada pela imprensa como uma possibilidade de discutir a realidade vigente, assim como, as perspectivas de transformação dos problemas contemporâneos.

Em Manaus, o espaço dado a divulgação científica é tímido, tendo apenas o periódico Amazonas Em Tempo um caderno voltado ao meio ambiente e um encarte que trata sobre ciência e tecnologia. O jornal A Crítica tinha até meados de 2003 uma página destinada à divulgação científica, mas atualmente não disponibiliza um espaço permanente na sua editoração.

Para ela, o jornal Diário do Amazonas é o que dá menos espaço para a divulgação científica por questões editoriais. Grace ressalta ainda que quando é feita a divulgação de ciência e tecnologia, o jornal aborda o tema de maneira sensacionalista.

Além de assessora de imprensa da Fapeam, Grace é mestranda do programa sociedade e cultura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e, enquanto estudante, acredita que o interesse dos acadêmicos de comunicação em desenvolver pesquisas científicas é muito pequeno.

Responsável pela publicação da revista científica “Amazonas faz Ciência” da Fundação de Pesquisa e Amparo à Pesquisa (Fapeam), Grace revela que o maior desafio de produzir a revista é colocar os resultados de trabalhos produzidos pela Fapeam numa revista que contemplasse informações de interesse do público de maneira interessante e compreensível ao grande público.
A revista trimestral “Amazonas faz Ciência’ está na 9ª edição e tem uma tiragem de 10 mil exemplares, que são distribuídos em instituições de pesquisa de todo o país, nas instituições de ensino, assim como órgãos públicos.

Grace afirma que somente o olhar jornalístico é capaz de julgar a relevância social de cada pesquisa e, necessariamente, a difusão dela para sociedade. “O jornalismo científico não precisa ser um espaço de difusão de uma pesquisa, mas pode ser um espaço de discussão. Isso significa que o repórter não precisa apenas pegar uma pesquisa e divulgá-la”, explica Grace.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Da Redação do Tréplica

Caixa dá estágio para universitários do ProUni

A Caixa Econômica Federal tem duas mil vagas de estágio para universitários do ProUni (Programa Universidade para Todos). Para participar do processo seletivo, é necessário ser bolsista do ProUni e estar matriculado, no mínimo, no terceiro semestre de cursos de até três anos ou a partir do quinto período dos cursos mais longos.

O estágio é de 25 horas semanais e pode ser renovado por até dois anos. A remuneração é de R$ 475 mensais.

As inscrições estão abertas permanentemente, segundo a assessoria de imprensa da Caixa. Para inscrever-se, é necessário se cadastrar no Ciee ou no IEL.

Atualmente, 11 mil estudantes já trabalham no banco.

Diminui o número de acidentes de trabalho no Brasil

É o que demonstra os dados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com o anuário, o número de acidentes com conseqüências para o trabalhador caiu em mais de 8 mil casos entre os anos de 2005 e 2006.

De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2007 foram constatadas pelo Programa Segurança e Saúde no Trabalho cerca de 850 mil situações irregulares que, conforme a assessoria do Ministério, foram corrigidas com o programa.
O setor de construção civil corresponde a 28% das ações somando mais de 240 mil, seguido pela indústria, mais de 204 mil, e pelo comércio com pouco mais de 165 mil ações.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, acontecem cerca ce 270 milhões de acidentes anualmente no mundo, e aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências, conforme a Organização Internacional do Trabalho, chegam a comprometer 4% do PIB mundial.

Lula Visita Manaus e participa de Inaugurações

Na ocasião, o presidente negou um terceiro mandato e cobrou postura mais cordial de aliados
Daniel Jordano

Foto: Ney Mendes/A Crítica

Em visita a cidade de Manaus, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou veemente um terceiro mandato.Lula cumpriu uma agenda de inaugurações e assinaturas de contratos do programa territórios da cidadania e do PAC (Programa de aceleração do Crescimento) na capital do Amazonas nesta terça-feira. Na ocasião, foram anunciados, para todo o estado, 575 milhões de reais. Só para Manaus, estão previstos 10 milhões de reais.

Em um clima de festa, o presidente falou pela primeira vez sobre um terceiro mandato. “Eu não brinco com democracia .Quando se brinca com a democracia, a gente quebra a cara. Sou cumpridor da constituição. Não existe essa de terceiro mandato, termina agora em 2010 .Quando um líder político acha que é insubstituível, começa a nascer um ditadorzinho dentro dele, e eu sou democrata.”

Lula mandou um recado à oposição. Ele criticou os senadores que apoiaram o fim da CPMF e sob os gritos de partidários que bradavam o nome da Ministra da casa Civil Dilma Rousself , ele afirmou que o governo vai eleger o próximo presidente . “ Eles tem de saber, em auto bom som, que nós vamos fazer o próximo presidente da república neste país, eles podem ficar certos que vamos fazer, mas pra isso temos que trabalhar”, salientou.

O presidente cumpriu uma agenda de 3 compromissos. O primeiro foi a visita nas obras da ponte sobre o rio Nego que vai ligar Manaus aos município de Novo Airão, Manacapuru e Iranduba.Em seguida, Lula inaugurou um grande reservatório de água que promete resolver o problema do abastecimento na zona norte da cidade.Porém as declarações mais contundentes foram feitas somente no terceiro compromisso, na inauguração das obras de saneamento básico no igarapé do bairro cachoeirinha , zona sul de Manaus. Lula cobrou de seus aliados, uma postura mais cordial em relação as eleições. Olhando para o Prefeito Serafim Corrêa e para o governador Eduardo Braga, Lula disse que eleição não é guerra e sim uma disputa.
Serafim e Eduardo caminham em lados opostos em relação ao pleito deste ano. O Chefe do executivo estadual pretende apoiar um candidato próprio para a prefeitura e Serafim é franco candidato a reeleição. Em um tom conciliador, Lula fez um pedido indireto aos aliados. "Não é possível que toda vez que tem uma eleição haja uma guerra. Que o povo, na sua sabedoria, eleja o melhor.E eu de minha parte e você Eduardo (se referindo ao governador Eduardo Braga) , vamos governar com quem ganhar a eleição na cidade de Manaus”, salientou.

Biocombustíveis

Lula também criticou as organizações internacionais que culpam o biodiesel pela crise de alimentos no mundo e afirmou que muitas pessoas falam da Amazônia sem sequer saber onde fica o Brasil. "Se eles cuidassem das florestas deles do jeito que querem, que cuidam da nossa, eles não seriam "países careca", que não tem mais nenhuma árvore plantada, porque desmataram tudo”, afirmou.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Até Quando?

Por Daniel Jordano
Foto: Alberto César Araújo/ AE


É com grande espanto que a sociedade amazonense assiste a mais um trágico acidente nos rios do estado. Não é a primeira vez que um acidente como este acontece, e se depender da inércia das nossas autoridades, não será o último.
No ano passado um outro naufrágio foi destaque nacional em vários jornais, TV’s e rádios.Como as nossas autoridades, ditas competentes, vão explicar dois graves acidentes em menos de um ano?

Os naufrágios em Itacoatiara e agora em Manacapuru, evidenciam a falta de fiscalização nas embarcações que cruzam os grandes rios da região. Grandeza essa que Brasília parece desconhecer, mesmo tendo várias pessoas compondo as bancadas do Senado, da Câmara dos deputados e o gabinete do ministério dos transportes. Aliás, onde está a tão prometida sinalização dos rios?

O corpo de bombeiros e a capitania dos portos fazem um grande trabalho na busca por vítimas. No entanto, falta o trabalho de prevenção ocasionado por recursos mínimos. Os homens da marinha parecem enxugar gelo, pois se desdobram para atuar em uma área de distâncias continentais. A falta de controle colabora não somente para acidentes, mas também para a prática de crimes tais como a retirada ilegal de madeira e a biopirataria.

O presidente Lula vai estar nesta terça-feira em Manaus.Seria uma boa oportunidade para as nossas autoridades, ditas competentes, colocarem em pauta o assunto e de uma vez por todas resolverem os problemas da navegação no rio Amazonas.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Golaço!

Por Luiz Guilherme
Ontem foi dia de comemorações. Em cada casa, bar e ruas da cidade, ouvia-se gritos de "É Campeão!" e foguetes estourando no ar.
*Parabéns ao Palmeiras por ter quebrado um tabu de 12 anos sem conquistar um título estadual. Muito bem conquistado por sinal, 5 a o em cima da Ponte Preta. Dedico este espaço ao palmeirense e amigo Diego Valois, torcedor roxo, ou melhor, verde, do time do Palestra Itália.
*Cruzeiro campeão mineiro. Grande novidade. Isso já havia se consolidado domingo passado após a goleada de 5 a 0 em cima do Atlético Mineiro. Inclusive, fez só um golzinho para carimbar.
*E Flamengo campeão carioca pela 30° vez. Sem brigas entre jogadores, arbitagrens polêmicas e futebol ousado, o time da gávea fez por merecer. O Botafogo começou melhor, fez 1 a 0 no primeiro tempo após falha do goleiro Bruno, mas as substituições de Joel Santana virou, literalmente, o jogo a favor dos rubro-negros. Os autores dos gols foram, justamente, os que saíram do banco de reservas: Diego Tardeli e Obina. Final 3 a 1 e Flamengo Bi-Campeão.
Pela segunda vez, o time da estrela solitária bateu na treva, e pela segunda vez o Flamengo conquista o título estadual em cima deles. Parabéns àqueles que torceram em paz e, principalmente, aos flamenguistas que conheço. Entre eles destaco meu primo-irmão Thiago Melo, meus colegas de faculdade Mário Bentes, Martha Bernado e Carla Machado, e meus amigos Paulo Afonso, Érico Furukawa, Christian Kotz e Jessé Alves. Dedico este espaço a vocês.
A carreata promovida por flamenguistas, ontem, após o jogo, na Avenida Djalma Batista, foi muito legal, mas o que me chamou atenção, em meio a tantos carros rubro-negros, foi um que passou em frente ao Amazonas Shopping: de um lado uma bandeirona do Flamengo, do outro uma do Botafogo. Pena que não deu para tirar foto. Porém, foi bonito de se ver. Exemplo de que podemos, sim, torcer em paz.
***Quem disse que o futebol brasileiro vai dar uma pausa. Quarta-feira tem Copa do Brasil e Taça Libertadores. Quem não tem TV a cabo, tem que se contentar com os compactos da Globo[:( ]. Até lá.

Da Redação do Tréplica

MUNDO 1

Aproximadamente 4 mil pessoas morreram e cerca de 3 mil estão desaparecidas desde a passagem de um forte ciclone por Mianmar no fim de semana. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela TV estatal.

Antes de elevar a quase 4 mil o número de mortos, o governo de Mianmar informava que pelo menos 351 pessoas haviam morrido em todo o país depois da passagem no sábado, do ciclone Nargis.

Segundo a Agência Estado, um representante da ONU em Mianmar informou ainda que milhares de pessoas estão desabrigadas e sem acesso a água potável.

MUNDO 2

Na Alemanha, a polícia anunciou nesta segunda-feira ter achado corpos de três bebês no congelador de uma casa em uma pequena cidade do oeste do país.

Um porta-voz da Promotoria da cidade informou sobre a detenção de uma mulher, suposta mãe das crianças.Ela é suspeita de um homicídio múltiplo.

A polícia encontrou os corpos dos bebês após receber a ligação de um parente, que tinha feito a descoberta no porão da casa. O aviso aconteceu neste domingo e a polícia comprovou o fato.

O breve comunicado policial assinala que os bebês "morreram aparentemente pouco após do nascimento". Os corpos das três crianças foram levados ao instituto médico legal (IML) da cidade alemã onde será feita uma autópsia.

MUNDO 3

Três jovens judeus brasileiros foram feitos reféns por aproximadamente 1 hora nesta segunda-feira em um hotel de Varsóvia na Polônia.

Segundo a polícia polonesa, um indivíduo de um país do Oriente Médio seria o suspeito. De acordo com o site G1, o homem identificado apenas como Mohamed, de 23 anos, se trancou com os três jovens judeus em um quarto do hotel.

Os reféns, todos de 16 anos, viajaram para a Polônia com um grupo de jovens para participar, na quinta-feira passada, da Marcha da Vida, em memória dos seis milhões de judeus exterminados pelos nazistas durante o holocausto.

A polícia conseguiu libertar rapidamente os reféns e controlou sem problemas o seqüestrador. A nacionalidade do suspeito ainda está sendo verificada.

BRASIL 1

A ministra da Casa Civil Dilma Rousseff deve ir à Comissão de Infra-Estrutura do Senado para falar sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na próxima quarta-feira. Mas a oposição já avisou que deve fazer perguntas sobre o caso dossiê, que contém informações dos gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o depoimento da ministra estava inicialmente marcado para o dia 30 de abril, porém, um acordo entre presidente da comissão, Marconi Perillo (PSDB - GO), e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB -RO), adiou a "visita".

Os governistas argumentam que a comissão de Infra-Estrutura não tem poderes para ouvir Dilma sobre o vazamento de informações que deu origem ao dossiê.

BRASIL 2

Homens da Defesa Civil de Santa Catarina e do Corpo de Bombeiros resgataram 25 funcionários no município de Lauro Muller.Eles ficaram soterrados em uma mina de carvão, na madrugada desta segunda-feira. Segundo o site G1, houve desmoronamento depois de uma explosão. Uma pessoa está em estado grave e duas seguem desaparecidas.

As informações iniciais divulgadas pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros, davam conta de que 37 pessoas estavam no local, mas o proprietário da mina informou que apenas 27 pessoas trabalhavam no momento do acidente.

Um dos funcionários resgatados está com traumatismo craniano e foi levado para um hospital da cidade.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o acúmulo de gás dentro da mina pode ter sido a causa da explosão.

REGIONAL 1

O fazendeiro Viltamiro Bastos de Moura e Rayfran das Neves Sales voltaram ao banco dos réus, na manhã de hoje, em Belém, capital do Pará. Eles já foram condenados pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, morta em uma área rural de Anapú, no Oeste do estado, no dia 12 fevereiro de 2005.

Vitalmiro recebeu pena de 30 anos de prisão como mandante. Rayfran foi condenado a 27 anos por disparar os tiros que mataram a religiosa.

Segundo o site G1, o fazendeiro vai a júri pela segunda vez porque a pena foi superior a 20 anos de prisão. Rayfran será julgado pela terceira vez. O segundo júri foi anulado porque o Tribunal de Justiça acatou o argumento dos advogados de Rayfran, que alegaram cerceamento de defesa durante o último julgamento.

REGIONAL 2

Começa hoje, dia 5 de maio, o Primeiro Encontro de Programas de Inclusão Digital do Acre, promovido pelo Governo Acreano, por meio da Secretaria Adjunta de Tecnologias de Gestão. O objetivo encontro é capacitar multiplicadores de conhecimento sobre as potencialidades das ferramentas oferecidas pela internet que podem beneficiar as comunidades do Acre.

Cinco oficinas serão oferecidas sobre jornal comunitário on-line, rádio virtual, internet inteligente, técnicas e Open Office - IDBrasil. As aulas serão realizadas durante toda a semana, dividas em quatro locais: Colégio Estadual Barão do Rio Branco, Escola Técnica Campos Pereira, Escola Estadual Professor Mário de Oliveira e Laboratório NTE.

O evento vai contar com a participação do diretor do Departamento de Serviços de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, Heliomar Medeiros, e dos secretários estaduais de Gestão, Educação e Assistência Social, além de outros órgãos do Estado que participam do Programa Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão).

AMAZONAS 1

Cresce o número de vítimas do naufrágio do Barco Comandante Sales em Manacapuru, interior do Amazonas. As buscas às vítimas recomeçaram hoje de manhã. A embarcação naufragou na madrugada de ontem com cerca de 113 passageiros a bordo.

De acordo com informações da Marinha, 30 pessoas podem estar desaparecidas. O número ainda não foi confirmado, pois não havia lista de passageiros na embarcação.

O naufrágio aconteceu aproximadamente 20 minutos depois que a embarcação partiu do Lago do Pesqueiro, onde ocorria uma festa religiosa, quando tombou para um lado.

O Comando do 9º Distrito Naval encaminhou 100 homens para os trabalhos de buscas e resgate, além de uma embarcação do Corpo de Bombeiros, um navio e um helicóptero da Marinha e embarcações civis.

De acordo com a Marinha, a embarcação não estava inscrita na Capitania dos Portos e em janeiro foi apreendida por falta de documentação.

AMAZONAS 2

Índios da etnia Apurinã decidiram liberar a BR-317, em Boca do Acre, no sul do Amazonas, na última sexta-feira. Os indígenas montavam um bloqueio, há dois dias no local, impedindo a passagem de carros e mantendo cerca de 100 motoristas como reféns.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal do Acre, que esteve no local, os índios resolveram terminar o movimento após a visita da coordenação da Funai (Fundação Nacional do Índio), que recebeu uma carta onde os indígenas escrevam as reivindicações da aldeia.

O bloqueio da estrada começou na última quarta-feira à tarde. O grupo resolveu protestar contra a situação precária da rodovia, do lado amazonense, e ainda exigir que toda a reserva indígena seja atendida pelo programa do governo federal 'Luz para Todos'.

Mesmo estando no território do Amazonas, a cidade de Boca do Acre é abastecida pela capital do Acre, Rio Branco.

A rodovia estava sob administração do Governo do Amazonas, desde 2006, mas em razão da falta de obras, o Ministério dos Transportes informou que vai voltar a ser responsável pela estrada.

Boca do Acre ficou sem combustível e desabastecida de verduras e alimentos perecíveis, segundo informações do comandante da Polícia Militar de Boca do Acre, major Fabiano Bó.

Mesmo liberando o trecho, no quilômetro 70, os indígenas prometeram fazer um protesto, ainda maior, caso não sejam atendidos em um mês.

Após a rodovia ser liberada, alguns motoristas tiveram que aguardar socorro, porque os pneus de todos os veículos estavam furados. O major Fernando Bó classificou a atitude dos indígenas como cárcere privado, que é um crime previsto pelo Código Penal.

AMAZONAS 3

A visita do presidente Luís Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, em Manaus, está mudando a paisagem de algumas áreas da cidade.

É o caso de trechos da Cidade Nova onde o presidente Lula vai participar da inauguração do reservatório de água daquela área.

A bola do núcleo 23, por exemplo, está com nova pintura e grama aparada. O mesmo acontece em outros trechos por onde a comitiva presidencial vai passar.

Outras mudanças que a cidade enfrenta, por causa da visita do presidente Lula,0 está no trânsito. Um trecho da Avenida Tefé, entre a Maués e a Ayres de Almeida, foi interditada no fim da manhã de hoje. É que o presidente também vai participar da inauguração da parte urbanizada do igarapé da Cachoeirinha. A informação é do Instituto Municipal de Trânsito (IMTRANS).

Portanto, a interdição na Avenida Tefé começou às 10 da manhã de hoje. E o trânsito só volta ao normal no trecho entre a Maués com Ayres de Almeida no fim da tarde de amanhã.

sábado, 3 de maio de 2008

Deu a Louca na Chapeuzinho e a Filosofia

Por Luiz Guilherme
O bom filósofo vive se surpreendendo com algo. Até no ato de ir ao cinema (ou alugar um DVD) assistir um filme qualquer.

Este filme de animação, que a príncipio pararece querer apenas entrar nas onda das paródias dos contos de fadas (como Sherek), nos leva a pensar. Sim, é um filme voltado para o público infantil, mas traz, no seu roteiro bem bolado, uma discussão filosófica. Por isso, pode agradar crianças e adultos.
A história começa com a clássica cena do Lobo mau fantasiado de vovozinha, traçando aquele velho diálogo com Chapeuzinho Vermelho - que olhos, que boca, que mãos grandes você tem etc. A verdadeira vovozinha sai do armário amarrada, o Lobo se revela, Chapeuzinha foge desesperadamente e o Lenhador entra heroicamente no quarto. Porém, o que parecia ser mais uma reprodução da história original, com algumas pitadas de comédia e paródias de cenas de filmes celébres, surpreendentemente, acaba tomando um rumo diferente da historinha que conhecemos. A polícia entra em cena e os três personagens principais do clássico dos contos infantis passam a ser suspeitos de um crime: o roubo em série de receitas de doces dos habitantes da floresta. Eis que surge o inspetor Nick, um sapão de pernas longas e finas, para tentar desvendar o mistério e encontrar a verdade.

Ele interroga o Lobo, o Lenhador, a Vovó e a Chapeuzinho, e cada uma das personagens dá uma versão diferente do mesmo fato. Diante de tantas "verdades", o inspetor toma uma atitulde filosófica: inquieta-se e recusa-se a aceitar uma versão, e vai insaciavelmente em busca da fidedigna verdade. Nick podia muito bem ter seguido o caminho do senso comum e ter matado a charada apenas ouvindo o depoimento de Chapeuzinho Vermelho (teoricamente a vítima da situação, por ter sido perseguida pelo Lobo), mas não, e é a partir dessa recusa que ele começa sua árdua investigação.

A atitude filosófica do inspetor Nick começa com seu espanto diante do enigma que está na sua frente. Dominado por dúvidas ante a diversidade de versões, analisa com rigor os depoimentos dados pelos suspeitos; as divergências e ambiguidades no discurso de cada um.

Não satisfeito com o que obtém, investiga mais e acaba descobrindo, não só o "criminoso", mas características marcantes - e divertidas - da personalidade dos suspeitos.

Descobre-se, então, que o Lobo é um repórter investigativo, que disfarça-se para investigar o caso dos roubos das receitas; a Vovozinha é praticante assídua de esportes radicais; o Lenhador é um ator frustrado; e Chapeuzinho Vermelho não é essa menina ingênua e indefesa que todos pensam.

Mesmo diante da pluralidade, o inspetor Nick acha uma semelhança nos relatos e, a partir daí, ele desvenda o crime. Logicamente orgulhoso por ter desvendado o mistério, o inspetor fala uma frase interessante à imprenssa da floresta, ele diz: "quando uma árvore é derrubada na floresta, temos pelo menos três visões: a sua, a minha e a da árvore". A frase já diz tudo: O conhecimento filosófico não é exata como a matemática, pelo contrário, ela nunca se fecha, sempre há e haverá dúvidas e questionamentos. A partir da fala da personagem, entendemos o porquê de tantas correntes filosóficas, opiniões, visões de sociedade do dia a dia, da atuação do governo federal etc. O plural faz parte do ser humano. Não somos robôs, por mais que idéias e conceitos queiram nos padronizar.

O filme, ao mesmo tempo que diverte, nos passa uma lição prática: atalhos nem pensar, é melhor problematizar para não tomar decisões precipitadas e assim cair nas armadilhas do senso comum. Se agirmos como o inspetor Nick sempre vamos além, chegaremos a novos resultados, ou dúvidas, e vamos embora nessa viagem sem fim chamada filosofia.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

You Can´t Stop The Beat*

O musical Hairspray se passa nos tempos do laquê
Por Luiz Guilherme

Sem dúvidas, a música é um poderoso instrumento de contestação. A Ditadura Militar (1964-1985), no Brasil, foi duramente criticada através de canções Nas entrelinhas, é claro, pois criticá-la abertamente poderia custar o pescoço de alguém.

O musical Hairspray – Em Busca da Fama (2007) não tinha a necessidade de fazer isso no século XXI, mas faz duras críticas ao racismo e idealismo norte-americano, através de danças e músicas animadas. Não que seja ruim, muito pelo contrário. Mesmo assim, o filme teve uma recepção fria nos cinemas quando estreou em julho do ano passado. Talvez porque os musicais já não despertam tanto interesse como antes, e também porque boa parte dos espectadores já estão acostumados a assistir, nas telonas, filmes recheados de efeitos especiais. Até os camelôs não deram muita atenção. De todos os lançamentos do ano passado, Hairspray foi o único que eu não vi nas bancas ou sendo anunciado aos gritos pelos piratas.

O filme se passa nos anos 60 na cidade norte-americana de Baltimore, onde vive a gordinha Tracy Turnblad (Nikki Blonsky, sua estréia nas telonas), que sonha em fazer parte do elenco do programa de televisão "The Corny Collin Show", sucesso absoluto entre os jovens da cidade. Na companhia de sua melhor amiga Penny Pingleton (Amanda Bynes) ela faz de tudo para alcançar seus objetivos – também é apaixonada por Link Larkin (Zac Efron, do sucesso adolescente High School Musical), o galãzinho do programa -, mas terá que se esforçar muito para mostrar para todos que é mais do que uma menina gorda e baixinha. Tarefa nada fácil numa sociedade com rígidos padrões de beleza. Para isso, ela, literalmente, rebola muito. E, através de seu jeito diferente de dançar, consegue realizar seu sonho, mesmo contra a vontade da preconceituosa diretora do programa Velma Von Tussle (Michelle Pfeiffer ). Entretanto, Tracy ver de perto o preconceito racial na TV e, por ter amigos negros, acha injusto que eles tenham espaço na televisão apenas uma vez por mês, chamado pelo apresentador Corny Collins (James Marsden), na música de abertura de seu programa, de “Dia do Negro”. É o único dia em que eles podem mostrar seus talentos na TV. O discurso de Tracy de igualdade racial, porém, vai desagradar a muitos. E, por isso, passará a ser perseguida por, supostamente, pregar o Comunismo. Nada estranho nos Estados Unidos dos anos 60, em plena Guerra Fria, onde tudo que cheirava a foice e martelo deveria ser eliminado imediatamente.

O interessante é que temas sérios são abordados com muito bom humor. Tudo em Hairspray é caricatural. Com exceção da cena da passeata promovida por Motormouth Maybelle (Queen Latifah) para protestar contra a proibição definitiva da aparição dos negros na TV, onde ela canta a canção I Know Where I've Been (Sei onde eu estive), praticamente não há cenas sérias ao extremo.

O musical é uma refilmagem de Hairspray- E Éramos Todos Jovens (1988) do diretor Jonh Waters, um dos cineastas mais conhecidos do cinema alternativo norte-americano. A diferença é que na primeira versão as críticas eram explícitas; no remake elas estão mais sutis, porém, com o mesmo teor. Quem assume a direção desta vez é Adam Shankman, diretor de A Casa Caiu (2003). Vale destacar também que o filme rendeu um musical na Broadway em 2002 e faturou no ano seguinte o prêmio Tony de melhor musical.

Hairspray é muito mais que assistir Jonh Travolta fantasiado de mulher obesa, interpretando Edna, a mãe de Tracey (interpretada pelo travesti Divine, morto em 1988, na primeira versão), embora todas as mídias que anunciaram o filme deram um destaque considerável a isso. Não é para menos, até porque é o retorno de Travolta aos musicais (gênero que o levou ao estrelato) encarnando um personagem, digamos, desafiador. E tem uma ótima atuação. Aliás, o ator de 53 anos mostra que ainda tem muito fôlego para dançar, mesmo embaixo de muito enchimento e maquiagem.

Com visuais coloridos (a começar pelo cartaz) e contagiantes números musicais, o filme consegue passar a sua mensagem. Infelizmente, Hairspray, um filme genuinamente musical, não recebeu uma indicação sequer ao prêmio de melhor canção original no Oscar desse ano. Diferente do “frufru” Encantada (2007) da Disney, que recebeu nada mais nada menos que três indicações. Por que será? Porque Jonh Walters é um crítico feroz da sociedade norte-americana? Bem, podemos pensar em mil motivos, mas uma coisa é certa: a verdade dói, mesmo que seja dita de forma colorida.

*Você não pode parar o ritmo (título de uma das músicas do filme)

Adolpho Lisboa (1)


Periquitos à venda no Mercado Adolpho Lisboa.
Foto: Luiz Guilherme