terça-feira, 30 de setembro de 2008
MINHA TERRA NÃO TEM MAIS PALMEIRAS
Subindo uma rua do Conjunto Kissia no bairro D. Pedro, vi no final da mesma uma árvore solitária num montinho de terra recortada por um céu muito azul. A solidão daquela árvore num lugar onde até pouco tempo tinha uma área onde o verde da mata era exuberante, me deu uma sensação de fim de mundo. Aquela árvore ficou como um símbolo do que o homem é capaz de fazer com o meio ambiente. Ficou só. Tiraram seus galhos e a casca de seu tronco. Tiraram a possibilidade de muitos passarinhos fazerem suas casas nela e em todas que foram derrubadas. A esses bichinhos restaram os fios de alta tensão, frios, sem alma.
No bairro D. Pedro existem muitos conjuntos residenciais. Era um extenso terreno circundado por igarapés que refrescavam a terra. Grandes árvores frutíferas ou não se espalhavam no local. Mangueiras, abacateiros, laranjeiras, bambuzeiros. Os buritis que antes faziam lama na área não existem mais. Como sempre deixaram uma ou duas palmeirinhas sem forças que cansadas não dão mais frutos. Saboroso o suco de buriti cuja lembrança me remete à infância quando tive o prazer de tomá-lo com pão doce. Placas espalham-se anunciando o fim de toda a vegetação do bairro. Prédios e casas tomarão o seu lugar.
Não teremos mais a mata adornando o nosso bairro e descansando as nossas vistas. Quando o trator aparece a terra estremece. No lugar das inofensivas árvores e de seus habitantes vai ficar uma terra desprotegida e frágil. Porque o homem não pode conviver com o verde? Precisa arrancar suas entranhas, sua proteção? Porque não fazer um parque com o nome do dono do terreno e preservar as espécies nativas e plantar até mais. Porque esta aversão ao que temos de melhor que é a nossa mata? O mato não representa sujeira, esconderijo de bandido ou entrave para se morar bem.
Ao contrário representa qualidade de vida, pois nos protege, nos dá sombra e nos acalma nos momentos mais turbulentos de nossas vidas. E pede em troca apenas o silêncio, a observação, o respeito. Um bosque nessa área enriqueceria o cotidiano de todos. Os buritizeiros pedem socorro e as pessoas de bom senso também.
Após um tempo muito curto, passeando pelo conjunto Kissia, vi, com tristeza que a única árvore citada no início do texto acima, não existe mais. Ficou só o vazio, a solidão da natureza estampada sob o fundo azul do céu, que só não vem abaixo derrubado pelo homem porque suas garras não conseguem alcançá-lo. A vegetação que vai da avenida Darcy Vargas até o Kissia e a avenida Pedro Teixeira parece estar com os dias contados. Pelas placas que se espalham no meio das plantas, brevemente perderemos todo esse verde exuberante. As placas ameaçam. Estou com medo.
*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Escritora e Roteirista.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Sai resultado dos Prêmios Literários Cidade de Manaus
Da Equipe do Jornal Tréplica
O Conselho Municipal de Política Cultura de Manaus (Concultura) divulgou nesta segunda-feira (29), no auditório do Parque do Mindu, a lista dos vencedores da terceira edição dos Prêmios Literários Cidade de Manaus.
Conforme a assessoria de imprensa do Concultura, este ano, o prêmio recebeu 536 inscrições distribuídas em 16 categoriais, e 492 concorrentes ao prêmio de R$ 5 mil para cada vencedor e a publicação do livro pela Editora Muiraquitã.
As categorias contempladas este ano envolveram entre outras poesias, contos, romance, teatro infantil e adulto, crônica, ensaio, folclore, cinema, jornalismo literário, memória e literatura infantil.
Dança e ensaio sobre artes plásticas, outras duas categorias que fazem parte do prêmio, este ano ficaram de fora da disputa porque não houve um número suficiente de participantes.
De acordo com as regras estabelecidas para a disputa dos Prêmios Literários Cidade de Manaus, é preciso ter o mínimo de três participantes. 0Segundo o presidente do Concultura, Aníbal Beça, foram recebidas inscrições de vários Estados do Brasil e de outros países como França, Suíça, Portugal e Peru. “A exigência é que os trabalhos fossem inscritos em língua portuguesa”, explicou Beça salientando que quando os livros são publicados, parte da edição é enviada para as escolas municipais, além de serem enviados para bibliotecas de outros Estados que tiveram participantes vencedores.
VENCEDORES
Das 16 categorias, apenas três foram vencidas por amazonenses. O ensaio “Indicadores Sociais no Amazonas: Contrastes na Urbanização da Capital e do Interior”, escrito por Norma Maria Bentes de Souza, venceu o VII Prêmio Samuel Benchimol – Livro de Ensaio Sócio – Econômico; o jornalista Yuseff Bezerra Abrahim com o livro “1º de Janeiro de 2003 – A Festa do Povo pouco se viu”, na categoria XV Prêmio Clóvis Barbosa – Jornalismo Literário; outro amazonense vencedor do prêmio foi Pedro Lucas Lindoso. Ele foi vencedor na categoria XVI Prêmio Alfredo Fernandes – Literatura Infantil com a obra “O Bôto Côr de Rosa e o Jacaré do Rabo Cotó”.
O restante do prêmio foi dividido entre três gaúchos, dois paulista, três pernambucano, um piauiense, um baiano, um carioca.
A vencedora do Prêmio Álvaro Maia – Livro Romance ou Novela foi Nelsi Inês Urnau com “Asas Livres”. O II Prêmio Artur Engrácio – Livro de Contos, também ficou com Sulivan Antonio Bressan com a obra “Alegrias e Alegorias”. IV Prêmio Péricles Morais, Livro de Crônica ficou com a escritora Célia Maria Albino Maciel com “Perfume para Madame Rosa”.
Marco Aurélio Pinotti Catalão com a obra “PALIMPSESTOS” venceu o III Prêmio Violeta Branca Menescal – Livro Poesia. Leandro Tabosa do Nascimento com “Mandacaru Selvagem” ganhou na categoria V Prêmio Aldemar Bonates – Texto Teatral para Adultos. Jadson Ricardo Alves de Araújo com “Valentim e o Boizinho de São João” ganhou o VI Prêmio Álvaro Braga – Texto de Teatro Infantil.
Luiz Francisco da Rocha com “Vaqueiros e Currais – Histórias, Folclore e Tradições” foi vencedor do VIII Prêmio Mário Ypiranga Montgeiro – Folclore. Jorge de Sousa Araújo com “Leitor Colonial, esse Brasileiro”, venceu o IX Prêmio Arthur Reis – Ensaio Histórico. Paulo Cezar Silva de Oliveira com “Poética da Distenção” ganhou o X Prêmio Luiz Ruas – Ensaio sobre Literatura. Luiza Francisco Lusvargui com “Cinema Nacional e World Cinema – Globalização, Exclusão e Novas Tecnologias na Produção Audiovisual Brasileira” ganhou o XII Prêmio Cosme Alves Neto. Getúlio Geraldo Rodrigues Alho com “Nem Tudo é Memória” ganhou o XIII Prêmio Áureo Nonato – Livro de Memória.
Internos do Compaj fazem curso de mecânica
Os internos de regime-fechado do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) tiveram hoje (29), a primeira aula do curso de mecânica para motocicletas. O curso é oriundo da parceria da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejus), por meio da Gerência de Reintegração Social e Capacitação (GRSC), e o Serviço Nacional da Indústria (Senai).
O secretário executivo adjunto da Sejus, Coronel Bernardo Encarnação, ressalta a importância dos cursos de capacitação, destinado aos internos, para a ressocialização deles quando estiverem em liberdade. "Uma das maneiras de reinserir os presos socialmente é através do trabalho", enfatiza Encarnação.
O interno Jéferson Jardim, 41, participou há dois meses do curso de panificação que aconteceu no presídio. Ele revela que o curso de mecânica sempre foi um dos que mais quis fazer, justamente, pela expansão comercial do setor. Jéferson acredita que, cursos como os de panificação e de mecânica, são importantes para a ressocialização porque, além de os presos poderem atuar em postos de trabalho na indústria, têm a opção de montarem seu próprio negócio. "É muito difícil um ex-presidiário conseguir trabalho de carteira assinada por causa do preconceito. Com esse curso, a gente pode trabalhar por conta própria quando sairmos da prisão", considera.
Esse é um critério adotado pela GRSC da Sejus. Os cursos oferecidos aos detentos do sistema prisional de Manaus são na área de panificação, mecânica, marcenaria, serigrafia em camisas, corte e costura, cabeleireiro. Áreas que permitam ao indivíduo, tanto o trabalho com carteira assinada, como a abertura de um negócio próprio. "Acredito que o preconceito com os egressos vai diminuir à medida que eles forem adquirindo novos conhecimentos, habilidades, forem capacitados profissionalmente. Para isso, a Sejus tem investido em diversos cursos de capacitação para os internos. Através de parcerias como esta com o Senai, a secretaria consegue oferecer capacitação aos detentos", explica Encarnação.
O curso de mecânica para motocicletas foi um pedido dos internos do Compaj a direção do presídio. "Também consultamos os presos para saber os cursos que eles gostariam de fazer. Esse era um anseio dos presos", afirmou Coronel Bernardo Encarnação.
O preso Francisco de Souza, 24, foi um dos que pediu o curso. Ele confessa ter esperado ansioso, a semana inteira, pelo início da atividade. Proprietário de uma oficina mecânica, Francisco aprendeu na prática as técnicas de conserto de veículos. Agora, com o curso, ele espera aprender mais sobre a área e revisar o que já sabia.
O curso tem carga horária de 80h e terá dois momentos: um teórico e outro prático. Para a parte teórica do curso, os internos receberam apostilas. Quando a parte prática do curso começar, os internos farão exercícios em duas motos e dois motores que estão disponíveis na sala de aula do curso no presídio.
Há quatro anos, o professor Adrião Rabelo ministrou um curso de montagem de bicicletas para os internos do regime semi-aberto do Compaj. Ele reforça a importância da profissionalização dos detentos. "É importante profissionalizar os presos e prepará-los para a vida pós-cadeia".
Paulo França detona Holanda
sábado, 27 de setembro de 2008
VOTO CONSCIENTE
Vou contar-lhes uma historinha. Ivanete chegou na minha casa para fazer a faxina da semana e me contou que passou uns dias sem trabalhar porque estava arrancando os dentes. O que aconteceu? perguntei-lhe. Ivanete, calmamente, me explicou que estava tirando os seus dentes (arrancou quatro e ia tirar mais) para “aproveitar” a política e ganhar uma dentadura novinha. Pasmem. Isso não aconteceu há décadas, mas na semana passada. Fiquei, então, pensando no grau de educação do nosso povo.
O candidato que pede o seu voto e em troca lhe dá dentadura ou seja lá o que for, incorre num crime eleitoral. Como você vai votar numa pessoa que transgride a lei? A pena desse tipo de delito é de até quatro anos de reclusão. Fique atento aos candidatos que falam em nome dos pobres e desvalidos. Dos que usam a mídia para alcançar as comunidades com mais problemas e depois de eleitos com o seu voto, nunca resolvem nada. A única dificuldade que esse tipo de político vai resolver é a sua própria. Geralmente ele entra pobrezinho, humilde, desconhecido e depois de um tempo está milionário e precisa de mais um mandato para se dar bem.
Os problemas são os mesmos. Água, saneamento, urbanização, escola, saúde, transporte, segurança. Parecem insolúveis, pois nunca são resolvidos. E pioram com o tempo. Cuidado com promessas mirabolantes que envolvem altos custos. O governo não gera dinheiro e, portanto, a sociedade sempre vai pagar a conta. Você, eleitor, é o dono dessa riqueza e precisa saber como os políticos estão gastando o seu dinheiro tão suado.
É difícil encontrar a pessoa certa para votar. O jeito é ir por exclusão. Estão fora: O candidato pidão- aquele que pediu o voto, foi eleito e só aparece agora para pedir de novo; o candidato escândalo- está sempre acusado de corrupção; o vitalício- aquele que vai e volta para concluir sua obra e nunca a conclui; o candidato da mídia- aquele que só aparece na TV para ler o seu nome e número, não promete nada porque não dá tempo; candidato-família – assim que entra chama toda a família (não importa a idade) e amigos para sua assessoria; candidato-jurador- aquele que jura que metrô é a solução do trânsito no berço da cidade.
Exercer sua cidadania é ficar de olho nas ações dos políticos eleitos. Precisamos votar com seriedade para o nosso próprio bem. E deixar esse mau costume de vender o voto. Isso representa vender a própria alma, dignidade, melhoria de vida, os sonhos de seus filhos. Reflita muito bem nesses dias que antecedem as eleições: O que eu tenho a ver com a corrupção? Fazer uma escolha menos ruim já ajuda.
Informações e denúncias – 0800 92 0500.
Segunda audiência do Grupo de Estudos da profissão de jornalista será em Porto Alegre
Segunda-feira (29), acontece a segunda audiência pública sobre a Regulamentação da Profissão de Jornalista. Os debates ocorrerão em Porto Alegre, às 9h30, no auditório da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da cidade (Av. Mauá, 1013 - 10° andar). Na reunião, o Grupo de Estudos vai apreciar as conclusões da primeira audiência ocorrida em Recife e avaliar as novas questões a serem apresentadas.
Por parte do Ministério do Trabalho e Emprego, participam do Grupo o secretário de Relações de Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros; o diretor do Departamento de Emprego e Salário da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, Rodolfo Torelly; e o chefe da Assessoria de Comunicação Social, Max Monjardim.
Paulo Tonet Camargo, da Associação Nacional de Jornais (ANJ), representa os empregadores. Sérgio Murillo de Andrade, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Suzana Blass, do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro; e Pery de Araújo Cotta, da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), são os representantes dos trabalhadores.
O Grupo de Estudos foi criado com objetivo de propor alterações na legislação em vigor a fim de viabilizar a regulamentação da profissão. Ele foi instituido por meio da portaria nº 342, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 23 de julho de 2008, e dizia que o Grupo de Estudos seria composto por três representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), das categorias profissionais e das categorias econômicas (empresas de jornalismo).
No dia 13 de agosto, a portaria 510/08, do DOU, trouxe publicada os nomes dos representantes encarregados de propor alterações na legislação em vigor.
Para o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o grupo criado será o "melhor caminho" para chegar a regulamentação da profissão.
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Pernambuco foi palco da primeira audiência pública do Grupo. Duas palestras nortearam as discussões em torno da regulamentação da profissão de jornalistas: do professor da Universidade Federal de Pernambuco, Alfredo Vizeu, e do Assessor de Comunicação Social da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira. Logo após as exposições, as perguntas foram abertas aos participantes do encontro.
Na avaliação de André Grandzioli, secretário-adjunto de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, coordenador da mesa, o encontro foi positivo por reunir um número expressivo de participantes em torno do tema. "A realização das audiências públicas para discutir um assunto tão importante, reforça a política do debate do ministro Carlos Lupi. Quanto mais informações forem absorvidas nestes encontros, melhor será o entendimento dos representantes das classes, dando desta forma maior credibilidade à decisão do grupo", afirmou.
Próximas reuniões - No dia 9 de outubro, o Grupo se reúne em Brasília; 10 de outubro em Belém; 20 de outubro no Rio de Janeiro e encerrando o ciclo de encontros, 27 de outubro em São Paulo.
Conforme orientação do ministro Carlos Lupi, serão realizados encontros nas cinco regiões do país sobre o tema. O Grupo de Estudos espera ouvir as partes envolvidas para que se possa chegar a um acordo sobre a regulamentação, proporcionando, também, um amplo debate entre os representantes do segmento e a sociedade civil.
Fonte: Assessoria de Imprensa MTE
Eternamente Machado
Josiane Santos
Da Equipe do Jornal Tréplica
Do irreverente Quincas Borba ao Brás Cubas, que depois de morto resolveu contar sua história, Machado de Assis conquista até hoje um grande público de leitores e admiradores de suas obras.
Em homenagem aos 100 anos da morte de Machado de Assis, a TV Cultura apresenta neste sábado (27), às 23h30 (horário de Brasília), no Cine Brasil, o filme Memórias Póstumas de Brás Cubas dirigido por André Kotzel. Uma das mais famosas obras do escritor, o personagem principal Brás Cubas que depois de morto resolve contar sua história como forma de se distrair na eternidade, revive fatos importantes, amores e a sua amizade com Quincas Borba.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Quelônios e tambaquis são apreendidos na Manaus Moderna
Presidente Lula sanciona lei que regulamenta os estágios, para alegria de uns e tristeza de outros
Mas os benefícios aos estagiários não param por ai. Além das merecidas férias (direito de qualquer trabalhador, seja ele empregado de "carteira assinada" ou não), as empresas deverão ainda fornecer vale-transporte e bolsa auxílio também em casos de estágio não obrigatório, regulamentações que não são cumpridas por muitos empregadores, que no máximo fornecem a bolsa-auxílio (acreditando estar fazendo um enorme favor ao estudante).
Outro ponto importante na nova lei é a carga horária que deverá ser cumprida pelo estudante. Estagiários de ensino superior, educação profissional e médio não poderão ultrapassar as seis horas diárias de trabalho e as 30 horas semanais, os estudantes do ensino fundamental só poderão cumprir 20 horas por semana. Em outras palavras, nada de estagiário trabalhar aos sábados e domingo, hábito rotineiro em muitos locais que insistem em "escalar" estagiário para o expediente do fim de semana.
Todas essas novas regulamentações são extremamente animadoras para aqueles que são contratados como aprendizes e passam a exercer funções que não deveriam. Os empregadores partilham do péssimo hábito de achar que estagiário deve exercer tarefas que profissionais são pagos para cumprir. É muito comum e pode ser constatado em uma conversa rápida com qualquer estagiário, "chefes" que repassam todas as suas responsabilidades para o seu "servo aprendiz".
As perguntas que não querem calar são: Será que as empresas cumprirão as novas regras? Será que haverá fiscalização por parte dos órgãos reguladores? A categoria espera que sim, afinal agora é Lei, se bem que as leis em nosso país só são cumpridas quando favorecem àqueles que detêm o poder. Muitos empresários devem estar de cabelos em pé, afinal, a maneira encontrada por eles para economizar em mão de obra, agora, está um pouco mais cara.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
“DEPOIS DE MORTO COROE O RABO”
Ellza Souza
Especial para o Jornal Tréplica
Assim falava a sogra do artista amazonense Moacir Andrade, que também acha que as homenagens devem ser feitas em vida. Depois , só Deus sabe. Moacir Andrade construiu uma extensa carreira como professor, projetista, pintor, escritor, poeta, colecionador, contador de histórias. Desde os oito anos quando fez o seu primeiro desenho até hoje, em plena efervescência criativa, mostra ao mundo a importância da Amazônia e seu povo. Ensinou nas praças de Manaus a pintar e desenhar. Viajou pelos beiradões levando lições de como preservar a natureza. Enriqueceu sua arte com as histórias dos ribeirinhos, com os cenários exuberantes, com as lendas da floresta.
A obra de Moacir Andrade composta de mais de 4.000 quadros e murais viajou pelo mundo inteiro. A maioria de seus trabalhos está fora do Amazonas, espalhada pelos museus e coleções particulares do mundo afora. Em Manaus alguma coisa está no museu do Cefet, antiga Escola Técnica onde ele estudou e lecionou, algumas obras estão sob a responsabilidade do Sesc, outros quadros se espalham em coleções de empresas públicas e privadas. Um magnífico mural de sua autoria encontra-se no pátio de uma universidade particular. Tem obra sua na Marinha, no Aeroporto, na Suframa.
Os desenhos de Moacir contam a história da cidade de Manaus na sua época. O menino não queria saber de brincar. A madrinha Clotilde o impulsionava para a arte e entregava em suas mãos papel e lápis e ele, que morava no centro, observava as pessoas na rua, o rio Negro, os ambulantes, os costumes e registrou tudo em traços rústicos, mas de profunda beleza.
O artista está numa nova fase aos 81 anos. Como ele gosta muito de ler, principalmente livros históricos e de muitas páginas, sua imaginação continua fértil como sempre foi. No seu ateliê, no bairro de Aparecida dos Tocos, como ele faz questão de dizer, ele está trabalhando arduamente em 20 quadros sob uma perspectiva “diferente de tudo o que ele fez até agora”, diz Graciema, sua esposa. Também trabalha na nova edição de um dos seus livros onde conta histórias que ele ouviu em suas andanças pelo interior.
Um espaço decente para juntar suas obras e mostrá-las aos amazonenses que ele tanto registrou em prosa, verso, telas, fotos, é o mínimo que devíamos ter em Manaus. Um grande museu. É chique e tem nos melhores países do mundo. Como gostamos de copiar tudo, copiemos algo que engrandeça a nossa identidade cultural.
Bebê sequestrado de maternidade já foi encontrado
Eduardo Braga no Ponto Crítico
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
O SILÊNCIO DOS LIVROS
Vou sempre retomar o assunto. Uma fisgada atravessa meu peito ao passar em frente do que resta da Biblioteca Pública do Estado do Amazonas. O prédio, um belo exemplar do que constitui a nossa arquitetura dos tempos áureos, está fechado, abandonado. Fico pensando onde foram parar os livros. Cadê o acervo de preciosidades que serviu a muitas gerações? E os jornais antigos que retratam a nossa história? Esses jornais que consultei algumas vezes já tão frágeis. Fico imaginando se foram removidos por pessoas que não sabem de seu valor histórico. Os livros, muitos raros, velhinhos, “sem valor nenhum”, para alguns. É mais fácil jogar no lixo ou dar para uma criança recortar suas páginas. Ou quem sabe ir para alguma biblioteca mais abastada.
Em 1945 um incêndio tomou conta da Biblioteca e arrasou o acervo de obras importantes e raras. Apenas os livros que haviam sido emprestados para a Feira de Amostras, um grande evento que estava acontecendo em Manaus, escaparam. Moacir Andrade, o nosso pintor e fundador da Pinacoteca do Estado que funcionou nesse prédio, falou da tristeza que foi essa calamidade na época.
Muita gente passa no local mas as bibliotecas, livrarias (quantas existem numa cidade com mais de um milhão de pessoas?), museus, galerias de arte, parecem não fazer falta. Ninguém reclama. Ninguém cobra das autoridades providências. O abaixo assinado está em desuso. E assim a nossa história vai sendo apagada. O povo vai ficando cada vez mais desinformado. E nós, do extremo norte brasileiro, que já estamos isolados pelas grandes distâncias, ficamos isolados pela falta de informação, de cultura, de conhecimento. E ficaremos sempre rebaixados perante governos que não precisam disso para viver.
*Ellza Souza é jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Roteirista e escritora.
Nascidos em dezembro já podem sacar abono salarial
O abono salarial é pago anualmente a trabalhadores ou servidores que estejam cadastrados no PIS/PASEP há pelo menos cinco anos, tenha trabalhado com carteira assinada ou sido nomeado efetivamente em cargo público durante pelo menos 30 dias no ano passado, tendo recebido em média até dois salários-mínimos.
O saque do abono salarial deve ser feito até 30 de junho de 2009. Os trabalhadores inscritos no PIS recebem o abono salarial na Caixa Econômica Federal ou nos postos e agências da Caixa. O Pasep é pago no Banco do Brasil. Os recursos não retirados pelo trabalhador retornam ao Fundo de Amparo ao Trabalhor (FAT).
Corrupção é tema de palestra na UEA
Especial para o Jornal Tréplica
O que você tem a ver com a corrupção? Esse foi o tema das palestras que aconteceram ontem (23), no auditório da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). Falaram sobre o assunto Fernanda Mendonça do Tribunal de Contas do Estado, Silvana Lima do Ministério Público Estadual, a professora e advogada Rejane Viana e Luiz Odilo Reis, representando o Fórum Permanente da Cidadania.
O público presente, a maioria estudantes de turismo da UEA, ouvia com interesse e os palestrantes foram muito aplaudidos. Odilo Reis afirmou que "legitimamos a corrupção quando não denunciamos os desmandos". Para Silvana Lima "a corrupção é abuso de poder de políticos que não fazem o que deveriam fazer que é zelar pelo bem público". Ela alerta ainda que "mais controle social corresponde a menos corrupção". O evento foi organizado pelo Centro Acadêmico de Turismo da UEA.
Agenda Manaus
Nesta quarta-feira (24), o projeto “Quarta nos Palcos” apresenta os espetáculos inéditos “Luz e Ilusão” e “Trama – Amor e Ódio”, ambos da Entrecorpos Cia de Dança. O evento começa às 18hs no Teatro Amazonas. Entrada Gratuita.
Sarau Literário
A Quarta Smithiana, realizada pelo Clube Literário do Amazonas (Clam) terá o recital “A quinta estação”, feito pelos integrantes do grupo, no mesmo evento será realizado o vernissage das mostras “Fragmentos Amazônicos” do artista plástico Olivença e “Dados de Um Mundo Sensível”, da artista plástica Bruna Marinho, com direito um coquetel para os convidados. Nesta quarta-feira (23) a partir das 18h30, no Espaço Cultural Valer. Entrada Gratuita.
Apresentação do solista Jeremy Pelt no “Amazonas Band”.
Divulgação: SEC/AM
O Projeto “Amazonas Band Convida” apresenta na sexta-feira (26) e no sábado (27), no palco do Teatro Amazonas, Jeremy Pelt, um dos maiores trompetistas da atualidade. Pelt subirá ao palco acompanhado da Amazonas Band com a regência do maestro Rui Carvalho. A entrada é gratuita.
Sábado filosófico
Sábado (27), às 20hs, na escola de filosofia Nova Acrópole, haverá a palestra “Platão: fundamentos para uma sociedade mais justa”. Ministrada por Leandro Botelho, a palestra fará uma síntese da obra de Platão enfocando a explicação dos elementos de base para a criação de sociedades bem estruturadas expostos nos livros do filósofo grego. A palestra é gratuita, mas para participar é necessário fazer uma pré-inscrição no site http://www.acropole.org.br/
Chuva causa transtorno em Manaus
Da equipe do Jornal Tréplica
Resultado da forte chuva: vários acidentes de trânsito por toda a cidade além de alagamentos. Mesmo assim, não houve feridos.
De acordo com o secretário municipal da defesa civil Alexandre Barbosa, os problemas causados ocorreram em sua maioria em áreas de obras. "Mesmo com o vento de 44 quilômetros por hora as ocorrências ficaram abaixo das expectativas, dentro da normalidade. Tivemos 10 ocorrências".
Ainda segundo Alexandre Barbosa há um alerta de chuva para o fim da tarde de hoje e para amanhã.
Os motoristas tiveram de exercitar a paciência. Devido a chuva, vários pontos de congestionamentos se formaram. Segundo o presidente do Instituto Municipal de Trânsito (Imtrans), Marco Antônio Silveira, a pressa ainda é a maior causa de acidentes. "Essas colisões são frutos da pressa do motorista. Eles vão numa velocidade incompatível com a pista molhada", afirmou.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Polícia Federal realiza ação contra crime eleitoral
Dois inquéritos, que foram instaurados no mês de junho a partir de denúncias de eleitores, correm em segredo de justiça na 58ª zona eleitoral presidida pela juíza Maria Eunice Torres .
Na semana passada ela expediu três mandados de busca e apreensão em comitês e clínicas de assistência médica.
A ação deve ser realizada até o fim da tarde.
CRIATIVIDADE SEM LIMITES
Acidente na Torquato Tapajós
Segundo informações da assessoria do Instituto Municipal de Trânsito (IMTRANS) um dos veículos já foi retirado da pista. Não houve vítimas.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Jogo Rápido
TRÉPLICA - 'VESPAS SOCIAIS E O HOMEM DA AMAZÔNIA" É O SEU PRIMEIRO TRABALHO AUDIOVISUAL?
AMORIM - Audiovisual é algo que fica martelando em minha mente. Há alguns anos (7, acho) fiz um desenho animado, e fiquei entre os 4 finalistas de um concurso da SEC. Foi uma grande experiência pois elaborei o roteiro, fiz todos os desenhos, e ainda aprendi a utilizar programas para animação. O resultado final foi amador, mas o aprendizado foi grande. Já participei também com roteiros de ficção em concursos nacionais, não levei, mas valeu a participação. Há pouco tempo, tive o prazer de estudar numa extensão da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) com o professor Luiz Carlos Martins (A Selva na Selva, DOC TV) exatamente sobre roteiros de documentário. Além deste projeto de Documentário, fiquei sabendo que meu outro trabalho (ficção) também foi selecionado no mesmo concurso, como somente um projeto por pessoa poderia ser escolhido, optei pelo documentário. Não sou um profissional da área, mas estou ficando bem motivado a continuar realizando trabalhos em audiovisual.
Tenho dois roteiros de ficção, em especial, que pretendo concluir e num futuro próximo produzir, quem sabe com o apoio da própria SEC, a quem dou meus agradecimentos pelo processo consistente de incentivo ao desenvolvimento de talentos e à produção artística no estado do Amazonas.
TRÉPLICA - DO QUE TRATA "VESPAS SOCIAIS E O HOMEM DA AMAZÔNIA"?
AMORIM - O Documentário "Vespas sociais e o homem da Amazônia" é um Projeto que trata da relação do amazônida do interior do Estado com o inseto conhecido como caba, uma vespa social. Eu pretendo trazer imagens do interior do Amazonas, e conhecimento para o homem simples do interior sobre este inseto que é encontrado em nossas cidades. Suas curiosidades, fragilidades, e o que a "caba" tem de herói e vilão. Darei ainda uma visão do uso econômico do inseto em algumas regiões do país. É também uma oportunidade de divulgar as belezas do interior do Amazonas, isso é sempre bom, quando mais em se tratando de um município com potencial natural para o ecoturismo, como é o caso de Silves (200 km em linha reta de Manaus e 250 km por via fluvial).
TRÉPLICA - QUANTO TEMPO VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO NA CONCEPÇÃO DO PROJETO?
AMORIM - Eu escrevi o Projeto em poucos dias, mas poderia dizer que ele é fruto de vários meses de observação. Eu estive a trabalho no município de Silves durante um ano, e foi neste período que o tema foi surgindo e martelando a minha mente para criar o Projeto. Quando fiquei sabendo da iniciativa da SEC, resolvi escrever.
TRÉPLICA - ESTÁ PROCURANDO OUTROS PATROCINADORES PARA O FILME?
AMORIM - Tem o incentivo, o prêmio, da própria SEC. Contudo, para realizar um trabalho de melhor qualidade, estou buscando outros patrocinadores em potencial. O custo não deverá ser pequeno pois minha expectativa é fazer um trabalho final de qualidade, para tanto contarei com profissionais da área.
TRÉPLICA - QUANDO ELE COMEÇA A SER FILMADO?
AMORIM - Nossa esperança é que comecemos o trabalho o quanto antes, pois, como é um Projeto sazonal, a captação das imagens pode demorar devido as fases da lua, o nível do rio e à estação dos insetos. O trabalho está começando agora, e estamos na fase de montagem da equipe, captação de patrocínios, bem como aguardando a liberação de recursos por parte do Estado.
O Vento
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Mostra de Curtas-metragem do AFF recebe mais inscrições que no ano passado
Jogo Rápido (Especial Eleições Municipais)
Serafim Côrrea - Fizemos o Viaduto da Recife que solucionou um gargalo. Estamos fazendo o da Bola do Coroado. Depois virá a solução da Paraíba – Efigênio Sales. Na seqüência licitaremos outras obras como o viaduto integrado Paraíba-André Araújo- Belo Horizonte, o viaduto Recife-Salvador-Maceió.
JT - O município de Manaus recebe pequena parte das arrecadações referentes a taxas aplicadas a motoristas (IPVA, multas etc.) ficando a maior parte dos recursos com o governo do estado. Como realizar ações de manutenção nas vias com tão poucos recursos? O município pretende forçar o Estado a contribuir nos investimentos?
Serafim Côrrea - Há uma luta das entidades municipalistas onde o trânsito foi municipalizado, como é o caso de Manaus, que o IPVA seja repassado integralmente para os municípios. Tem que mudar a Constituição, mas os governadores são contra e obstaculizam.
JT-A pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” feita pelo Ibope e divulgada pelo Pró-livro, constatou que a quantidade de livros lidos pelos brasileiros aumentou, mas o principal responsável por isso foi o aumento de obras indicadas pelas escolas, ou seja, uma leitura-dever e não uma leitura-prazer. Partindo do princípio de que o município tem a responsabilidade de proporcionar uma educação básica de qualidade, além de garantir o direito a cidadania através do acesso ao conhecimento, quais são suas propostas para a promoção do livro e da leitura?
Serafim Côrrea - Vivemos um novo tempo. O estímulo deve se dar ainda na escola e facilitando o acesso á Internet. Hoje, 25% das escolas municipais já estão ligadas a internet. E as crianças estão adquirindo o hábito de ler no computador. Isso é importante.
JT - Você tem alguma proposta para melhorar o trânsito caótico da feira Manaus Moderna? E do Centro da Cidade, onde o trânsito é muito lento nos horários de pico, principalmente às 17h?
Serafim Côrrea - Estamos fazendo obras que vão melhorar o trânsito na Manaus Moderna. O problema está exatamente na falta de um porto, o que transforma a via em um porto informal. O trânsito no centro é lento porque as vias são estreitas e não há como alargá-las. Disciplinar melhor, com a presença de agentes de trânsito tem sido o caminho.
JT- Caso eleito, em qual setor da cidade você pretende começar a trabalhar?
Serafim Côrrea - Continuar trabalhando normalmente, nas diversas áreas da cidade.
Operação interdita casa noturna Rêmulo's Club
Martha Bernardo
Especial para o Jornal Tréplica
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
A soma dos dias
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Problema com vôo atrasa transferência de “Kuka” para o Presídio de Campo Grande
TRAIÇÕES POLÍTICAS NO AMAZONAS
Os primeiros casos conhecidos de “traição política” no Amazonas datam da década de 50, quando o governador Álvaro Maia lançou Plínio Coelho, um jovem advogado, para substituí-lo no governo. Hábil articulador, Plínio cresceu politicamente e acabou “devorando” seu criador.
Plínio Coelho fez do funcionário público Gilberto Mestrinho um de seus secretários. Mestrinho, que se revelou um político hábil e carismático, tornou-se governador e rompeu politicamente com Plínio Coelho. Em 1964 Gilberto Mestrinho foi caçado no exercício do mandato de deputado por Roraima. Exilou-se no Rio de Janeiro e só retornou ao Amazonas com a anistia de 1978. No ano de 1982 reassumiu o governo na primeira eleição direta para governador, após o golpe militar. Por indicação de seu filho João Tomé, Gilberto nomeou Amazonino Mendes prefeito de Manaus.
Gilberto dava como certa a indicação do professor de Inglês Manoel Ribeiro como seu provável sucessor em 1986, mais foi Amazonino o escolhido de última hora, derrotando o candidato da coligação “Muda Amazonas”, Arthur Neto. Em 1988, Gilberto Mestrinho se candidatou a prefeito e foi derrotado por Arthur Neto. Durante a campanha eleitoral, Arthur tinha afirmado que, se eleito, um dos seus primeiros atos seria conduzir Gilberto Mestrinho para a penitenciária por tráfico de drogas. Mostrou, inclusive, as algemas que seriam colocadas nos braços de seu opositor. Uma década depois Arthur e Mestrinho faziam parte da coalizão do governo de Fernando Henrique Cardoso. Naquela eleição, Amazonino foi acusado por partidários de Gilberto de ter feito corpo mole na campanha.
Em 1990, Gilberto e Amazonino voltaram à cena política juntos e haviam jurado governar o Amazonas por 20 anos consecutivos. Gilberto Mestrinho se elege governador pela terceira vez e Amazonino ganha à eleição para o Senado Federal. Amazonino é novamente acusado de ter feito corpo mole.
Nas eleições de 1992, Amazonino interrompe o mandato de senador e volta a Manaus como candidato a prefeito. O governador Gilberto Mestrinho, o prefeito Arthur Neto e empresários haviam lançado o economista Sergio Cardoso como candidato. Mestrinho, de última hora, fez Cardoso renunciar à sua candidatura e lançou o deputado José Dutra, de pouca densidade eleitoral. Amazonino teria pressionado Gilberto a desistir de um candidato mais viável sob ameaça de denunciar irregularidades na construção da cobertura do Sambódromo, que desabara poucos meses antes da eleição.
Havia sido dada como certa a indicação de Klinger Costa na chapa de Amazonino. Mas a convenção partidária indicou o deputado federal Eduardo Braga como vice na coligação. Gilberto rompeu com Amazonino e este procurava organizar um grupo político que fizesse frente ao de Gilberto Mestrinho, que havia se alinhado a Arthur e a oposição no estado.
Em 1994, Amazonino que havia feito obras de impacto público e realizado uma grande propaganda das ações da prefeitura, não encontrou dificuldades para vencer as eleições estaduais. Eduardo Braga assumiu a prefeitura em 1995, e, acelerou o ritmo das obras em parceria com Amazonino e aguardava a oportunidade de sucedê-lo em 1998.
O mandato de Eduardo acabou em 1996 e Amazonino indicou Alfredo Nascimento para a prefeitura de Manaus, que teve Eduardo Braga como principal cabo eleitoral. Por apenas 1, 500 votos Alfredo venceu o socialista Serafim Corrêa (PSB). Assim que assumiu, Alfredo teria passado a perseguir amigos e empresas de pessoas vinculadas a Braga.
A emenda constitucional que permitiu a reeleição do presidente da República e de governadores fez Amazonino mudar de idéia e concorrer à reeleição. Braga rachou com o governo estadual e disputou a eleição de 1998 contra o próprio Amazonino, tendo como candidato a vice o economista Serafim Corrêa.
No pleito de 98, Amazonino venceu com dificuldades a chapa Eduardo-Serafim. Essa eleição foi importante porque pela primeira vez, Amazonino perdeu na capital. Conseguiu sua reeleição graças aos votos do interior, inclusive a festa de comemoração da sua coligação foi na cidade de Manacapuru. Gilberto Mestrinho que estava rompido com ele desde o início dos anos 90 elegeu-se senador na mesma chapa.
A eleição municipal de 2000 destacou-se pela divisão da oposição. Eduardo disputou a prefeitura contra Alfredo (que buscava a reeleição) sem o apoio de Serafim, que também disputou aquela eleição e sem a adesão do PCdoB, que lançou Eron Bezerra. Serafim não pediu votos para Eduardo no segundo turno por acreditar que Braga era candidato laranja. Que já estava alinhavado com Amazonino novamente. Alfredo venceu com uma diferença de mais de 10 mil votos. É importante ressaltar que Eduardo Braga se uniu ao então deputado federal Arthur Neto e conseqüentemente herdou o tempo de televisão do PSDB.
Dois anos depois, nas eleições estaduais de 2002, Amazonino confirma as palavras de Serafim e apóia Eduardo Braga na sua sucessão. Gilberto Mestrinho que havia rompido com Amazonino também lança sua candidatura ao governo. Usando toda a máquina do estado em seu favor, Eduardo Braga vence em primeiro turno tendo como vice, Omar Aziz do PFL, partido governista. A oposição que mais uma vez dividiu os votos e alcançou 46% contra 52% do candidato de Amazonino.
Em 2004, foi à vez de Amazonino experimentar a facada nas costas. Eduardo, que foi eleito governador com sua ajuda, fez corpo mole em sua campanha para a prefeitura. Amazonino só contava com uma das máquinas, apenas o prefeito-tampão Alberto Carijó, que havia sucedido Alfredo quando este foi para o Governo Federal injetou dinheiro na sua candidatura. Erros estratégicos e a lambança de um vereador fizeram Amazonino conhecer pela primeira vez, a derrota. Por uma diferença de 25 mil votos, Serafim venceu o ex-governador. O socialista derrotou um palanque com os maiores caciques políticos do estado; Gilberto, Eduardo e Amazonino.
O pleito de 2006 colocou pela segunda vez, mas, em circunstâncias diferentes Amazonino e Eduardo Braga. O segundo, agora no cargo de governador, devolveu a derrota de 1998 e venceu seu adversário, que semanas antes pedira desculpas a população por tê-lo apoiado quatro anos atrás em uma entrevista numa emissora de televisão. O já senador Arthur Neto também disputa o cargo de governador, mas, consegue índice eleitoral baixo e fica em terceiro lugar. Porém, começa uma campanha contra Eduardo, fazendo acusações sobre supostos crimes de corrupção em seu governo. Alfredo Nascimento deixa momentaneamente o cargo de ministro para voltar posteriormente com o diploma de senador debaixo dos braços. Gilberto Mestrinho novamente é traído e não consegue sua reeleição. Uma vez que Eduardo Braga, do seu PMDB, apóia veladamente Alfredo ao senado.
Em 2008, Eduardo lança seu vice, Omar Aziz, para concorrer ao cargo de prefeito contra Serafim e Amazonino. A oposição novamente sai rachada com PT lançando candidatura própria e PC do B, que historicamente sempre foi um partido esquerdista, apoiando o direitista Omar. Serafim, que teoricamente deveria receber apoio dos esquerdistas é socorrido pelos direitistas PSDB e DEMOCRATAS.
Até o final destas eleições muitas traições ainda vão acontecer e uniões que hoje são impensáveis serão feitas pelo bem comum de determinado grupo político. É o dinamismo político.
Papo F!losóf!co
A BOMBA ATÔMICA DA COMUNICAÇÃO CONTEMPORÂNEA
A comunicação contemporânea é uma bomba atômica, principalmente no Brasil, pois como em Hiroshima e Nagashaki ela esfacelou até as vísceras dos indivíduos. Faz isso todos os dias quando ligamos a TV, o rádio, a internet, entre outros. É uma guerra de difícil defesa, visto que a humanidade tem diante de si, a mais poderosa de todas as armas utilizadas pelo homem nos campos de batalha da história. Aquela que sem aparente dor ou ferimento destrói em prol do mais desmedido desejo humano; o poder.
Afinal, que poder tem o homem sobre os outros homens? O poder de ter, de manipular, de falsear e de esconder informações? Aristóteles diria: o de influenciar. E as mídias são os meios mais eficazes de realizar tal empreitada. Utilizada pela minoria que está no comando, ela prega como uma religião em expansão, a ideologia da classe dominante: matar o tempo. Para isso, todos os dias milhares de pessoas são expostas a radiação das programações de entretenimento; com olhos fixos no bummm brilhante dos aparelhos televisivos; elas passam a hora, o mês, o ano, a época, a idade, a estação..... a vida. O terrível desta atitude humana frente à mídia é que o indivíduo mata o seu tempo e não o vive.
Morremos um pouco diariamente, em casa, diante do disparo cintilante de uma programação que extingue a vida; disseminando um imensurável pensamento rarefeito e hipócrita entre a humanidade. É assim que os poderosos desejam que nos tornemos: inteiramente vazios. Uma arma que extingue algo tão precioso para o homem é perigosa demais para ficar nas mãos de poucos, principalmente dos sistemas manipuladores de padrões, que influenciam a consciência humana com ideologias suicidas; tornando-nos passivos, obedientes e burros. Parece uma contradição; o animal mais inteligente do planeta parou de raciocinar; justamente a característica que o diferencia dos outros animais.
E agora, o que é então o homem? Para Descartes só existimos por que pensamos, somos “uma substância pensante”. Se não penso não existo, eis aqui o ponto alvo desta bomba: aniquilar o pensamento. De forma sutil, subjetivamente, tornou pessoas em seres inexistentes. Simplesmente tirou o povo da rua, das praças, da alegria, da vida, para pô-los diante de um aparelho de TV onde absorvem apelações sexuais, brincadeiras fabricadas para ocupar a mente, influências a um consumismo desenfreado etc. O absurdo desta situação está no fato de que a maioria acredita que tudo isso é divertido, é normal e interessante; o que nos mostra o grau de inconsciência do homem contemporâneo perante os meios de comunicação. Sendo assim, nada ganhamos, apenas perdemos.
Perdemos a essencialidade, o diálogo, a crítica e a liberdade. Estamos sendo cooptados pelo sistema, pelo poder. Como numa guerra, estamos em estado pútrido; não nosso corpo, mas sim nossa alma. Aceitamos um modelo de extrema e intragável superficialidade, que torna o ser em nada e mata os pensamentos libertários. O homem criou um homem que tudo lê, tudo ouve, tudo vê e nada sabe.
“Que quimera é então o homem, que novidade, que monstro. Juiz de todas as coisas, glória e escória do universo”. (Pascal)
Porém, a história tem nos mostrado que o homem não é enganado para sempre.
*Atriz, professora de Filosofia e diretora de teatro
terça-feira, 16 de setembro de 2008
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Equipe do Jornal Tréplica
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Águas do Amazonas lidera ranking de reclamações do Procon/AM
Centro Cultural dos Povos da Amazônia
Localizado na Bola da Suframa, o Centro Cultural Povos da Amazônia foi inaugurado oficialmente em 21 de maio de 2007. O Centro está instalado em uma área de 68.268 mil metros quadrados e conta com um Pavilhão Cultural e uma arena de espetáculos com capacidade para receber 17 mil pessoas.
Batalhão de choque encontra celular e armas caseiras na Vidal Pessoa
A vistoria é uma atividade de rotina dentro das unidades prisionais do Estado, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus). A última foi realizada no dia 20 de março. O secretário executivo adjunto da Sejus, Coronel Bernardo da Encarnação, considera a ação importante para manter a ordem dentro dos presídios.